domingo, 1 de junho de 2025

Capítulo 27 - Esmeralda

 

Capítulo 27 - Esmeralda

Ele sentiu como se a espada o tivesse sugado para dentro de um buraco de tamanho que não dava pra medir, e no outro instante sentiu cair de costas em cima de uma grama macia, dessa vez estava sozinho, havia uma estrutura feita de pedra, um castelo grande, havia guardas na entrada, mas parecia não haver movimentação lá dentro, por não ouvir nenhum barulho vindo dele. Andou até os guardas que permaneciam imóveis, até ele se aproximar.


- Quem é você? - Falou um dos guardas puxando uma espada e apontando em sua direção.

- Calma, sou Aluno do Za’tar, preciso falar com ele.

- Ele não disse que você viria, porque está aqui?

- Não foi planejado, mas preciso falar com ele, tenho uma missão importante pra ele.

O guarda o analisou, e julgou que o garoto não parecia estar mentindo, avisou ao colega que voltaria em breve e o levou até a casa onde a Esme ficava.

- Espere aqui. - Falou o guarda quando chegou em frente a construção também feita de pedras, entrou e logo em seguida saiu. - Pode entrar, voltarei ao meu posto.

Assim que entrou, Esme o recebeu com um olhar enfurecido.

- O que pensa que está fazendo aqui, novamente sem supervisão?

- Sabe a trabalheira que dá quando alguém aparece aqui sem sabermos? Achei que tinha dito para não usar aquela chave novamente.

- Eu precisei, foi uma emergência.

- Que tipo de emergência?

- A Thainá me mandou aqui para falar com a Karen - Akin falou lembrado que provavelmente elas se conheciam.

A feição da Esme mudou de imediato.

- Não fale esse nome aqui novamente, venha comigo, e não dê mais nenhuma palavra.

A Esme entrou no corredor que ele já conhecia que dava ao quarto que ele havia ficado da última vez que ali estivera, entraram e ela trancou a porta logo em seguida.

- Por favor, sente-se. - Falou direcionando Akin à cama, e ficou encostada no armário de pernas e braços cruzados, claramente nervosa com a situação. - Explique-se, sem enrolação.

- Eu já falei, A Thai…

- Eu entendi quem lhe mandou aqui, já falei pra não falar esse nome novamente, só eu a conheço aqui, e espero que permaneça assim.

- O que tem entre vocês?

- Ela é uma velha amiga. O que você quer com a Karen, ela não se encontra.

- Eu só posso falar com ela, me desculpe.

- Ela é minha subordinada, o que você falar com ela, pode falar comigo.

Akin estava encurralado, não sabia se podia confiar na Esme, mas ao mesmo tempo, não tinha muita escolha, precisava falar alguma coisa que a convencesse.

- Eu e Thai… Eu e a sua Velha amiga, encontramos um artefato é preciso que a Karen dê uma olhada.

- Que artefato? - Perguntou mudando novamente a expressão e descruzando os braços e pernas.

Akin ponderou se era uma boa ideia mostrar a ela.

- Ela não costuma se envolver em nada, a não ser que seja sério, Akin, me diga o que é que você está escondendo.

- Então… -  Ele tirou a Caneta do bolso. - Em resumo achamos esse Artefato em uma câmara que era um santuário do Deus Fântaso.

Esme ficou paralisada por um momento, depois começou a andar de um lado para o outro pensando.

- Você não devia saber disso, tem algo estranho acontecendo.

- Então você conhece a história dos 3 irmãos?

- Até onde você sabe sobre isso?

Akin falou o que aconteceu com ele e a Thainá, resolveu deixar a Karen de lado por um momento, porque ela havia advertido que ele não poderia ter acesso àquele conhecimento ainda.

- O que ela pensa que está fazendo envolvendo uma criança nisso tudo.

- Ta se referindo a mim?

- Sim, estou me referindo a você, você não faz ideia onde se meteu. - Falou com os olhos verdes cintilantes olhando como se olhasse através da alma de Akin com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Como assim?

- Tem muita gente aqui que está fazendo pesquisas relacionadas às ruínas que você visitou com o Za’tar, e parte dela conta a história dos 3, mas nada tão detalhado como as coisas que você descreveu, esse nível de detalhe só existe em um lugar e que não era pra você saber.

- Naquele livro velho? - Falou Akin de forma displicente, esquecendo do que a Karen tinha falado.

- Que livro? - Esme parou de andar de um lado pro outro, e olhou fixamente para ele.

Akin percebeu que não tinha mais como voltar atrás.

- A Karen me mostrou um livro que tinha essa história.

- A Karen né… - Esme falou voltando a andar de um lado para o outro.

- Ela está encrencada, não é? - falou Akin preocupado.

- Não se preocupe com isso, você vai fazer o seguinte, e não faça muitas perguntas, você já está encrencado o suficiente. - Esme falou se aproximando de Akin e abaixando até ficar na altura dos olhos dele - Vá para casa, volte para sua rotina e só volte aqui no dia do treinamento, até lá, não se meta nesse assunto novamente, e eu assumo daqui.

- Eu não posso fazer isso, prometi a Thainá que não ia deixar o Artefato com ninguém.

– Deixe que com ela eu me resolvo, está com o bracelete que te dei?

– Sim…

– Então, me dê a caneta.

– Não até você me dizer quem é você, não sou garoto correios, não vim aqui pra isso. - Akin se levantou e andou até a porta ameaçando sair.

– Você é bem teimoso, em… e apesar de ter uma boa intuição, deixa seus sentimentos atrapalharem tanto que não vê o que está embaixo do seu nariz.

– Como assim?

– Ela lhe falou que o local é selado?

– Falou…

– Como eu saberia que você viria, se não conhecesse o local? Como eu sei da passagem no Quarto?

Aquelas palavras o pegaram de surpresa, era verdade, ela estava um passo na frente dele o tempo inteiro, menos naquele dia, porque ele teve ajuda da Thainá.

– Honestamente ainda não sei o que meu pai viu em você, mas você deve ser alguém importante.

– Seu pai?

– Sim, meu pai, o Zen, confia em mim agora, garoto? – Uma informação sigilosa pela caneta, lhe parece justo?

– Certo… mais alguém sabe disso?

– Não, senão eu não estaria aqui.

– Tá bom, vou deixá-la com você, mas você tem que me prometer que vai me entregar de volta quando eu voltar.

– Se for necessário, sim, lhe entregarei.

Akin tirou a caneta da bolsa, estava enrolada em um pano marrom e a entregou, ela pegou e a guardou na bolsa que carregava pendurada ao lado da cinta.

– Fique aqui e descanse, use o bracelete pra voltar pra casa, já fez muito por hoje, depois conversamos melhor sobre o que faremos, e não fale sobre isso com ninguém, entendeu?

– Certo. eu preciso mesmo descansar. - Ele falou indo até a cama e se sentou, parte cansado, parte aliviado.

Esme saiu do quarto apressada, alguns minutos voltou com um vaso cheio de frutas.

– Coma, deve estar cansado, e boa viagem.

Akin comeu, refletiu um pouco sobre os eventos ocorridos e dormiu.

 

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