sexta-feira, 27 de junho de 2025

Capítulo 40 - Hesitante

 

Capítulo 40 - Hesitante

Havia acabado de sair de uma situação muito arriscada, mas estava decidido a voltar, já entendia como o labirinto funcionava e não queria deixar a oportunidade passar, porém seu corpo estava muito cansado, decidiu comer e descansar.

– Como foi de bebedeira ontem? – Sua mãe havia acabado de entrar no quarto.

– Como a senhora sabe? – Falou com uma voz arrastada, de quem havia acabado de acordar, e com uma ressaca terrível.

– Eu já tive sua idade, Akin, não precisa mentir para mim, confesso que você até demorou. – Falou rindo, mas com uma expressão ainda preocupada.

– Estou bem, só preciso descansar um pouco.

– Liguei para o colégio informando que você não vai hoje, tire o dia para descansar, mas quero saber dos detalhes quando eu voltar do trabalho, tá bem? – Letícia lhe entregou um remédio para dor de cabeça e um copo de água. – Beba bastante água, tem suco de laranja na geladeira, e coma direito, mesmo se estiver sem fome, se você se comportar, esse mal estar vai passar rápido, mas da próxima vez não exagere, ou terei que lhe proibir de sair com seus amigos sem supervisão, já vou. o café já está na mesa.

– Ta bem mãe, te amo. – Akin falou aliviado por não ter levado uma bronca, mas com uma estranha sensação de incômodo, em relação a ela.

Passou o dia se cuidando e no meio da tarde já estava bem, a tontura, o mal estar e a dor de cabeça já havia passado, então decidiu meditar, foi para o quarto e sentou na posição que havia aprendido no dojo.

Sentiu seu corpo adormecer e aos poucos foi sentindo sua consciência se expandindo, pouco tempo depois já conseguia se ver meditando, enquanto flutuava em seu quarto, começou a subir buscando o mundo virtual, estranhamente a fronteira que ele costumava ver entre a atmosfera e a terra havia sumido, decidiu continuar subindo, até ver as estrelas, não havia o mundo virtual naquele momento “O que aconteceu?” pensou.

Já conhecia o caminho até Andrômeda e continuou sua viagem até lá, no caminho admirava as estrelas, o espaço, os pequenos planetas, alguns longe demais das estrelas para serem vistos a olho nu de lá da terra, foi uma viagem confortável até avistar S-And, entrou em seu sistema até avistar o pequeno planeta, entrou em sua órbita até encontrar a ilha do Zen, foi descendo até a Casa de madeira, era tarde, Kong estranhamente não estava pelas redondezas como de costume.

– Porque demorou tanto? Odeio ficar muito tempo no mesmo lugar, e você me fez esperar muito. – Thainá foi perguntando assim que ele entrou, nem deu tempo dele a cumprimentar.

– Eu estou bem, obrigado por perguntar.

– Onde está a caneta? Descobriu quando vamos poder acessar a câmara? – continuou o interrogatório.

– Eu passei por várias situações desagradáveis, dá para ser um pouco mais simpática?

– Garoto, não temos muito tempo para sua choradeira, a vida é difícil, me responde. – Thainá falou aborrecida por ter esperado muito.

– A Caneta está com a Esme, eu não sei quando é que vamos poder acessar a câmera porque você não me deu as anotações, e eu quase morri de novo.

– A Caneta está com quem!? – Thainá avançou até ele, furiosa.

– Ela disse que iria resolver com você.

– Não acredito que você fez isso.

– Ela me encurralou, Thainá, eu não tive para onde ir, era isso ou lutar.

– QUE LUTASSE! E agora, o que pretende fazer, Sr. Inteligente?

– Agora você vai me dar as anotações para eu levar até ela e poder descobrir como abrir a próxima câmara.

– Nem pensar, Garoto! – Respondeu passando por ele e caminhando até a porta.

– Para onde você vai? – Akin a acompanhou enquanto ela saía da casa.

– Resolver isso sozinha – Ela saiu correndo em direção a Floresta Negra, ao leste da casa.

– Espere! – Akin começou a correr atrás dela.

Ao entrarem na floresta a Thainá começou a correr numa velocidade surpreendente, e Akin estava a acompanhando com dificuldade, ela deu um pulo em uma raiz grande que tinha mais ou menos um metro de altura e antes de tocar o chão já havia se transformado em onça, Akin ficou enfurecido, não conseguiria a acompanhar naquele ritmo, sentiu seu coração acelerar, e sua pele ferver, sentiu o calor fluindo por todo seu corpo, sua visão melhorar, e seu corpo fazer movimentos animalescos, a presença de Kong tão intensa que chegava a ser palpável, e quando notou, estava acompanhando a Thainá a um palmo de distância, tentou chamá-la, mas ao invés disso ouviu um rosnado grave que a assustou, dando a possibilidade de avançar em cima dela, os dois se embolaram no chão, ela na forma de onça, ele em forma de um Gorila duas vezes maior que ela, ao rolarem entre as árvores da floresta negra, os dois voltaram a forma humana e Akin aterrissou em cima dela, com o rosto quase colado no dela, com um olhar dourado ameaçador, enquanto ela o olhava completamente desorientada por não ter entendido o que aconteceu.

Estavam próximos demais, seus lábios quase se tocavam pela proximidade, ela desviou o olhar para o lado com o rosto corado, assim que voltou a si, Akin foi se levantando aos poucos, afastando seu rosto lentamente do dela, mas sem desviar o olhar, soltou devagar os braços dela que segurava apenas para ela não fugir.

– O que foi isso? – Thainá falou, se levantando para se sentar.

– Eu não sei, tentei te falar sobre, mas você não deu a mínima. – Akin agora quem estava desconcertado, mas ainda sem desviar seus olhos dos dela.

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