Capítulo 28 - Uma nova Porta

 

Capítulo 28 - Uma nova Porta

Estava novamente em seu quarto, esperando pra que a Thainá não ficasse muito chateada com ele por ele confiar na Esme, mas não tinha muito o que fazer, foi encurralado e ela tinha todo o apoio da Ars Magna, como deu um voto de confiança revelando ser filha do Zen, foi o mais sensato a se fazer na posição em que estava. Decidiu fazer o que ela pediu, voltar a sua rotina.

Era um dia ensolarado, no caminho para o colégio que se lembrou da nova amizade que havia feito com a Ariel, como seria as coisas dali pra frente?

“Espero que não eles não fiquem chateados” - pensou.

A vida dele voltou a ficar conturbada e ainda estava entendendo como lidar com isso, resolveu se manter resiliente e continuar se esforçando para não perder a bolsa do novo colégio, e ao chegar nele, logo após entrar no pátio viu uma cena não muito comum, o Magno conversando empolgado com um rapaz de estatura mediana, cabelos trançado em nagô, barba bem feita, com uma roupa casual, tênis e calça jeans, parecia familiarizado com o ambiente mas Akin nunca o tinha visto por ali, o rapaz virou para ver quem se aproximava e pareceu se assustar quando o viu pareceu se assustar por um momento.

- Aluno novo? - Falou o rapaz.

- Sim… me chamo Akin, prazer. - Estendeu a mão para o cumprimentar.

- Akin, esse é o Sr. F. ele é o Diretor do Sain’t Phillipus.

- Ah, me desculpe, não imaginei, achei que o senhor fosse aluno novo também.

- Não se preocupe, geralmente confundem mesmo, e pode me chamar de você, estava dando umas dicas de desenho ao Magno, mas tenho que voltar para o trabalho, até mais.

- Ele não é muito novo para ser Diretor? - Akin perguntou ao Magno assim que o Sr. F saiu.

- Pois é, ele é um Gênio, ele sabe fazer de tudo um pouco, mas as habilidades administrativas dele são impecáveis, o colégio mudou do vinho pra água depois que ele entrou?

- Não seria o contrário?

- Seria, se eu gostasse de vinho. - Magno falou rindo, e os dois caíram na gargalhada.

- Ei, você poderia me explicar como fez aquilo, do desenho no outro dia, você já estava desenhando eu e a Ariel antes mesmo da gente se encontrar, como fez isso?

- É... eu não falo sobre isso, as pessoas não entendem, prefiro focar nos meus desenhos. - Magno falou se virando e começando a andar.

- Calma, espera, eu também tenho coisas que não falo pra ninguém por não ter quem entenda, aquilo foi incrível.

- Tá bom, vamos sentar pra eu tentar te explicar.

Foram pra um lugar mais reservado do pátio, havia vários bancos de pedra feitos para os alunos passarem o tempo no intervalo, algumas mesas haviam peças de damas e xadrez para se quisessem se divertir enquanto conversavam, quando se sentaram Akin foi arrumando as peças de Xadrez para ir praticando enquanto o Magno preparava a prancheta para desenhar.

- Então, quando eu estou desenhando, eu fico em uma concentração muito grande, aí é como se eu me “desconectasse” da realidade por alguns minutos - falou rabiscando na prancheta.

- Como uma meditação?

- Sim, como uma meditação, como você sabe?

- Eu costumo meditar também, e acontece umas coisas estranhas comigo, mas o foco é você, continue.

- Bem, quando eu fico nesse estado, consigo enxergar uns fluxos de energia, e é como se eu pudesse “prever” algumas possíveis coisas que podem acontecer.

- Quando estávamos conversando naquele dia, você não parava de olhar pro Ricardo, daí comecei a imaginar algumas possibilidades, e me veio a ideia de desenhar você com a Ariel que é filha dele. - Magno falou continuando rabiscando na prancheta, com um tom de quem estava escolhendo as palavras certas para falar.

- Mas só isso? Parece que está escondendo alguma coisa. - Akin havia colocado os dois times no tabuleiro, e estava praticando possíveis estratégias, o lado branco voltado pro magno, e o lado preto como time dele.

- Não exatamente, eu consigo me visualizar dentro de um outro plano quando me concentro demais. - falou olhando para o tabuleiro e continuou desenhando.

- Outro plano? Tipo uma outra dimensão? Um outro mundo? - Akin começou a falar desconfiado, e continuou movimentando as peças do tabuleiro.

- Sim, como você sabe? - falou Magno parando de desenhar pela primeira vez.

- É que quando eu medito acontece algo parecido comigo, eu costumo frequentar um ambiente que apelidei de Palácio mental, mas é muito complicado. - As peças no tabuleiro estavam quase se esgotando.

- Entendi, então você também consegue… - Magno falou voltando a rabiscar um pouco mais rápido.

- É, parece que temos algumas coisas em comum - falou Akin, terminando o jogo com as peças brancas vencendo.

- É parece que sim - Magno falou virando a prancheta e mostrando exatamente como o jogo terminou.

- Você fez de novo? - como isso é possível?

- Eu estava ouvindo sua energia, e entendendo sua estratégia, daí escolhi a possibilidade mais próxima, e acabei acertando, não funciona 100% ainda estou treinando, tenho tido ajuda para praticar. - Confessou Magno.

- Ajuda? Que tipo de ajuda? - Akin pareceu curioso.

- Uma vez, quando eu estava fazendo isso, uma pessoa começou a conversar comigo através da energia, e eu comecei a desenhar quem seria essa pessoa, e quando terminei o Sr. F estava na minha frente.

- Era ele no desenho, certo?

- Sim, ele me convidou para ser aluno dele.

- Então você sabe da Ars Magna.

Magno pareceu muito surpreso.

- Sim, como você sabe?

- Porque eu faço parte.

- o Sr. F me falou que leva um tempo para ser convidado, antes disso eu tinha que treinar muito, que incrível, Akin.

- Sim, também achei, mas não podemos falar sobre isso aqui no colégio, podemos marcar na sua loja depois do colégio para conversarmos melhor?

- Podemos sim, vamos está na hora da aula - Magno falou levantando quando a sirene de aviso tocou.

- E como foi o encontro com a Ariel.

- Aquilo não foi um encontro.

- Akin, eu vi a cara de vocês, claramente foi um encontro.

- Depois conversamos melhor sobre isso.

Assim que entraram na sala, Ariel foi até o Akin, o cumprimentou, e saiu da sala com um sorriso no rosto.

- Viu, foi um encontro - Falou Magno rindo.