segunda-feira, 9 de junho de 2025

Capítulo 31 - Reforço

 

Capítulo 31 - Reforço

Tudo estava escuro, ele estava em pé em um local onde não conseguia enxergar nada, sentia os pés descalços em um chão que não era terra, nem pedra, era frio, parecia metal, aos poucos luzes foram se acendendo, piscando ao longe e se aproximando, formas humanoides, com corpo robóticos, com fios saindo dos membros superiores, olhos em forma de lente de máquina fotográfica e sem boca aparente, se aproximavam com os braços levantados como quem queriam o alcançar, ele começou a correr, em direção oposta com a esperança de achar uma saída dali, ele não parava de correr e o caminho parecia não haver fim, ao olhar para trás, mais e mais seres robóticos apareciam o seguindo, cada vez mais perto, um conseguiu o alcançar e prender uma de suas pernas.

Estava cansado de correr, estava triste e com raiva, não queria mais fugir, queria lutar, lembrou de como Kong o ajudava em momentos difíceis e tentou pedir sua ajuda, respirou fundo e deu um soco de direita no robô mais próximo, ao fazer isso uma sombra em forma de uma mão gigante saiu de sua mão e acertou o robô que voou longe, ele sentiu a presença de Sobra dentro de si, com confiança parou, e encarou os robôs que não paravam de aparecer.

Sentiu uma aura cinza ao seu redor, estava com os olhos mais atentos, quando um dos oponentes tentou agarrar seus braços com os fios, ele desviou em um pulo em direção oposta, virou num contra-ataque certeiro na região que parecia ser a barriga, o acertando com força fazendo o voar para longe. Deixou uma raiva fluir por todo o corpo, indo em direção aos inimigos, acertou um após o outro com uma sombra de forma híbrida de gorila e humano ao seu redor, deu outro soco em um que foi partido ao meio pela sombra de um punho gigante que saia de seu próprio punho, e deu um chute em outro que acabou voando na direção oposta.

Mas havia um problema, quando mais ele lutava, mais seres robóticos apareciam, cada um diferente do outro, alguns de forma maiores, outras menores, ia o cercando aos poucos, mesmo lutando com toda sua ferocidade que havia deixado reprimida por anos, parecia não adiantar, quando mais deles ele destruía, mais e mais iam aparecendo, arrancava a cabeça de uns, desmembrava outros, mas não adiantava, eles iam aparecendo mais e mais, e ele estava ficando cansado, sua ia energia se esvaía enquanto mais seres apareciam.

Estava desesperado, não tinha pra onde ir, não enxergava nada além dos seres robóticos com luzes piscando por todo corpo, não tinha mais como se mover, e não tinha mais como lutar, ele tentou se lembrar do treinamento com o Zat’ar, tentando sentir a energia do local, era difícil com fios tendo prendido suas pernas e braços, e seres robóticos à sua volta, mas se esforçou o máximo que pode, e sentiu um calor em seu peito, focou toda sua concentração alí e sentiu essa energia começando a fluir por todo seu corpo, até chegar em suas mãos, pés e cabeça, foi quando uma luz branca começou a surgir do que parecia ser um teto, já que não dava pra enxergar, nada, apenas a luz lá no alto.

Uma mulher de cabelos brancos, vestidos brancos de seda, de pele morena e com pontos de luz brilhando por toda sua veste foi descendo, se aproximando cada vez mais, dele e dos seres robóticos, quando finalmente os alcançou ela estendeu a mão pra ele, e num esforço absurdo que fez para se livrar dos fios conseguiu alcançar a mão dela, nesse momento seu corpo se preencheu com um calor que nunca havia sentido, mas não o queimava, apenas exalava do seu corpo de modo que foi fazendo os seres robóticos se afastarem, não totalmente, mas o suficiente para ele se desvencilhar dos fios e sair do meio deles.

Ela pegou sua mão com mais firmeza e começou a flutuar o tirando dali e começou a subir até atravessar a atmosfera e começarem a viajar pelo universo, igual tinha feito da última vez, só que agora, com um ser angelical o guiando, ao chegarem em Andrômeda ela o soltou e rumou em direção ao espaço, como já havia se localizado, desceu para entrar na atmosfera do pequeno planeta novamente, mas agora não via a pequena ilha e sim um continente.

Havia um local com neve bem ao longe, um local de clima mais seco, outro local desértico e um local mais verde, foi se aproximando do local que parecia ser mais seguro, e ao se aproximar reconheceu o ambiente, estava perto da base da Ars Magna, Uma figura conhecida se aproximava correndo conforme ele se aproximava, foi descendo até chegar em frente a vegetação onde geralmente aparecia caído quando usava a chave da Árvore dos Ventos, e o Zat’ar chegou quase ao mesmo tempo que ele aterrizou.


– De onde você veio, e como estava flutuando?

– Como assim? Isso não é normal por aqui?

– Não, não é, explique-se.

Akin narrou o que aconteceu, enquanto Zat’ar parecia muito assustado, assim que acabaram a conversa, ele o levou até a Esme para Akin poder contar o ocorrido a ela, ao terminarem de conversar, eles se entreolharam com uma expressão bem séria.

– Precisamos adiantar seu treinamento.

– O que houve?

– Vamos treinar e depois conversamos, a Esme vai preparar o seu novo aposento, enquanto isso.

– Como assim meu novo aposento?

– Você foi promovido, fará parte da nossa força de defesa, precisará de um treino intensivo, porque nossos receios acabaram se cumprindo, porém você é a esperança que veio em uma hora muito oportuna.

– E vamos pra cachoeira de novo?

– Sim, mas não aquela.

Eles seguiram em direção a Floresta e entraram num local sem trilha em uma mata densa, caminhavam com dificuldade, mas àquela altura Akin já estava acostumado com terrenos difíceis, seguiram até encontrar uma cachoeira diferente, havia uma queda d'água muito alta onde a água que caía, tocava o solo como uma cortina de fumaça, quase como uma neblina, o solo havia água que cobria apenas o seu tornozelo e o chão era cheio de pedras arredondadas, eles ficaram descalços e ficaram bem no centro do local.

– Segure – Zat’ar jogou uma espada embainhada em sua direção.

Akin a segurou com dificuldade, não sabia que espadas eram tão pesadas.

– Saque-a e segure com firmeza.

– Eu nunca fiz isso

– Não se preocupe com isso, vamos aos poucos.

– Segure o punho com as duas mãos, e tente deixar a ponta dela na direção dos seus olhos, de forma com que fique na direção do seu oponente como uma mira.

– É um pouco pesada

– Irá se acostumar. - Zat’ar falou indo para cima dele rapidamente e o atacando.

Akin se defendeu por pouco, tropeçou e caiu.

– Ei! Você disse que iria começar devagar.

– Esse é o devagar. – Levante- vamos continuar.

Passaram horas treinando, Akin às vezes sentia um frio absurdo vindo da água do pequeno lago formado pela cortina da cachoeira, e tinha que fazer um treino duplo, tanto de concentração na luta, quanto de controle de sua energia.

– Você tem talento, e isso não é muito comum, vamos ver até onde você aguenta.

Zat’ar partiu para cima dele com velocidade, estava decidido a forçar Akin a chegar em seu limite, ele se defendia com os movimentos recém aprendidos, mas começou a notar que os últimos ataques não pareciam apenas um treinamento, Zat’ar queria realmente acertar o golpe, quando um dos movimentos defesa saiu errado, deu uma brecha para o oponente o acertar no rosto, A energia pulsante de Kong dominou seu corpo fazendo-o desviar com um movimento de esquiva sobre-humano.

– O que foi isso? - Zat’ar falou recuando surpreso.

Os olhos de Akin brilhavam com um tom amarelado em sua íris, e o olhava de forma extremamente ameaçadora, ele não ousou se aproximar, largou a espada foi se abaixando devagar, até sentar, percebendo a rendição, Akin se acalmou e caiu de joelhos na água fria com o corpo trêmulo.

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