Capítulo 35 - Arte-Marcial
Os três se encaminharam no colégio em uma velocidade impressionante, o ronco do motor vibrava todo o carro, o Magno estava muito empolgado em ter andado em dois carros impressionantes no mesmo dia, o Akin também, mas ele parecia bem disperso por conta dos atuais acontecimentos.
- Vou apresentar vocês ao
novo professor, vocês irão almoçar no colégio e sairão às 16:00.
- Tudo isso? - Magno
perguntou
- Sim, treinamento
intensivo. - Sr.F perguntou
- Esme me falou que eu fui
atacado na loja da Karen, por isso eu desmaiei, pode me explicar como isso é
possível?
- Você passou por uma carga
de estresse muito grande em pouco tempo, acabou ficando suscetível a ataques
astrais.
- Então, basicamente, eu
fui atacado em outro plano, mesmo consciente?
- Sim, isso não é algo
muito simples de se fazer, mas se realmente aconteceu, você deve tomar cuidado
com essa garota, a boa notícia é que treinando seu corpo através do Kendô você
fortalecerá o seu espírito para que isso não aconteça mais, toda arte marcial
protege o espírito do praticante por aproximar a mente e o corpo um do outro, e
por falar nisso, chegamos.
Eles desceram do carro, e
caminharam pela garagem até chegar no pátio do colégio novamente, onde o Sr.F.
os direcionou às salas onde havia aulas de dança e artes marciais, caminharam
pelo corredor até saírem do prédio, ao saírem viram um gramado e no centro dele
havia um Dojo, Akin nunca tinha visto um de perto, quando entraram era um salão
onde o chão era um tatame, era duro o suficiente para andar sem se
desequilibrar e macio o suficiente para não se machucar ao cair, havia um rapaz
de cabelos lisos, pele morena, vestido com um Quimono azul escuro, sentado de
costas para a porta, meditando.
– Erick, trouxe novos
alunos.
– Posso perguntar porque
não avisou antes? - falou uma voz grave.
– Porque eu também não
sabia.
– Curioso, emergência?
– Sim, precisam aprender
mais do que o básico em um mês.
Erick se levantou, foi até
a parede, pegou uma shinai - Espada de bambu feita para treinamento - e
entregou, uma para cada.
– Venham – Caminhou até o
centro do tatame.
– Me ataquem.
– Só atacar? – Magno
perguntou.
Akin um pouco mais
impaciente foi em direção ao Mestre tentando o golpear, o ataque foi defendido
sem problemas, em um único movimento ele defendeu e contra-atacou, os
movimentos aprendidos com o Za’tar foram úteis, ele conseguiu defender o
contra-ataque. Magno foi para cima também, percebendo a oportunidade gerada
pelo golpe do Akin, mas o Mestre desviou sem problemas fazendo Magno golpear o
Akin sem querer.
– Ai!! toma cuidado aí!! –
Akin falou aborrecido
– Não tive culpa ele
desviou bem na hora.
– Você tem ótimos reflexos
- Falou para Akin – E você tem bons olhos – Falou para o Magno. – Eles até que
não são ruins, vou fazer o que eu posso.
– Obrigado, estarão sob
seus cuidados, agora vou deixá-los em suas salas, vamos. – Falou o Sr.F. para
os meninos.
– Sensei, o senhor pode me
treinar até as 18? – Akin, perguntou.
– Para que a pressa?
– Eu estou precisando muito
aprender a me defender, e não posso mais perder tempo, e essa é uma ótima
oportunidade. – Falou decidido.
– Muito bem, você irá
começar mais cedo também, venha logo após o almoço.
– Certo, obrigado. – Falou
acompanhando o Sr.F e o Magno saindo do Dojo.
– Ele é bom, onde aprendeu
aquilo? - O Magno falou empolgado.
– Eu tive uma aula, aprendi
alguns movimentos. – Akin respondeu novamente animado.
– Preciso resolver alguns
problemas, como puderam ver na visita ao Vincus, espero que se dediquem, e não
esqueçam dos estudos, voltaremos a nos ver em breve.
– O que quis dizer com ser
meu tutor?
– Quer dizer que agora eu
quem vou lhe ensinar o que você precisa saber sobre as viagens.
– O que você sabe sobre o
Orion?
O Sr.F. parou de andar,
olhou pro Akin como quem tinha acabado de ter uma revelação.
– A pergunta certa seria, o
que VOCÊ sabe sobre o Orion? - devolveu a pergunta para o Akin.
Enfim, não temos tempo para
conversar sobre isso agora, e acredito que será uma longa conversa, vão para a
aula, entrarei em contato em breve. Os meninos foram para a aula, mas Akin não
se concentrava, pensava muito em como conversaria com a Karen depois de
descobrir sobre o Ricardo, mesmo assim decidiu falar com ela, ignorando o aviso
do Sr.F., quando saiu do colégio foi direto para a loja dela.
– Sra. Magnólia, a Karen
está?
– Você de novo? – A Sra.
Magnolia falou com um ar estranho.
A Karen apareceu com um
olhar penetrante e o chamou para a frente da loja.
– O que faz aqui? – Ela perguntou nervosa.
– Não conversamos direito
no outro dia, queria falar melhor com você.
– O que quer de mim?
– Queria saber se você
trabalha com o Ricardo.
– Você só quer ouvir de
mim, aquilo que você já bisbilhotou, não é? Sim, eu usei você, e agora você
está me atrapalhando, me deixa em paz e é melhor não entrar mais no meu
caminho.
O olhar de Akin mudou
subitamente, o que a atingiu de forma inesperada, ela nunca o tinha visto com
raiva, e aquela mudança de postura dele a fez balançar. Ela estava esperando
que ele surtasse, ou que ele brigasse com ela perdendo o controle, mas para sua
surpresa ele apenas ficou olhando para ela, com uma expressão séria, imóvel.
– Então assim será. – falou
dando as costas com um olhar frio.
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