Capítulo 29 - Encontrando a
Sorte
Assim que saíram do colégio, foram andando para a casa de chá da família do Magno, era um ambiente agradável onde podiam conversar melhor sem que houvesse conhecidos por perto, assim que chegaram Magno sugeriu que ficassem em um dos locais mais reservados parecido com uma cabine de leitura que lá havia, não era um local que evitava ruídos, mas era mais reservado e mais confortável, as pessoas que não gostavam muito de multidões costumavam ficar alí para ler e relaxar.
- Então, como é a Ars
Magna? - Magno perguntou empolgado, com uma prancheta de desenho na mão, como
sempre.
- Funciona mais como uma
Associação, as pessoas se reúnem para discutir como vão no trabalho e como
podem melhorar, não tem nada demais. - Akin falou não querendo dar muitos
detalhes para não envolver o amigo.
- Ah, para eu sei que tem
mais coisas aí.
- É que não posso dar
muitos detalhes.
- Então porque me chamou
aqui? - Magno parecia um pouco frustrado.
- Porque eu achei que o
Ricardo era a única ligação da Ars Magna com a Sain’t Phillipus, e eu estou
envolvido em uma pesquisa que acabou sendo necessário descobrir quem são as
pessoas mais próximas a mim que também fazem parte de lá. - Blefou.
- E porque você não
pergunta ao seu tutor? - Magno falou desconfiado
- Porque eu ainda não tive
muito tempo com ele para ter esse tipo de discussão - O que era verdade, ele
quase não havia visto o Sr. Vincus, ele apenas mandou algumas recomendações via
Email, mas ainda não o havia encontrado depois do Baile.
- O Sr. F. é muito
reservado, ele costuma me passar algumas atividades, fazer alguns exercícios de
concentração e me manda desenhar com referência, que é um saco, mas me ajuda
muito a manter a energia concentrada, mas limita muito as variáveis por conta do
hiper foco.
- Entendi, e sabe como é a
relação dele com o Ricardo, quer dizer, eles se dão bem?
- Não, eles já tiveram
várias discussões, o Ricardo discorda dele em vários aspectos, principalmente
no número de bolsas que ele disponibiliza. - Magno falou fazendo uma careta.
Quando o Akin ia abrir a
boca pra perguntar outra coisa, Magno levou a mão a boca, fazendo sinal para
Akin se calar, escreveu algo na folha atrás do desenho que estava fazendo e
mostrou para Akin.
“O Ricardo acabou de entrar
com a Srta. Rayla”
- E quem é essa Rayla? -
Falou sussurrando.
- É a Secretária do Sr. F.
- Magno devolveu sussurrando também.
- E o que eles estão
fazendo juntos, ele não é casado? - Akin perguntou lembrando da voz feminina
que tinha escutado na biblioteca, no primeiro dia de aula.
- Eu não sei, ele sentou
ali perto, fica quieto.
Nesse momento os dois
ficaram em silêncio absoluto para tentar ouvir a conversa dos dois, eles se
sentaram a 1 mesa de distância, mas não podiam ver os garotos por conta da
pequena parede de gesso que dividia o local mais reservado.
- Como anda a pesquisa e o
mapeamento do plano etéreo? - Perguntou a Srta. Rayla.
- A pesquisa ainda está em
marcha lenta por conta dos contratempos que tivemos, desde que aquele garoto
apareceu, as coisas andam bem agitadas na Ars Magna.
“Estão falando de mim” -
Pensou Akin
- E por que isso? É só um
garoto que aprendeu algo que não devia.
- Era o que achávamos, mas
aparentemente ele tem acesso livre à ilha do Zen, e não só isso, ele achou um
artefato muito antigo e muito valioso que precisava pegar, será fundamental
para acelerarmos a pesquisa.
“Como eles sabem de tudo
isso? A Esme me traiu? E agora, o que vou fazer?” - Akin pensava muito agitado
- Mas como isso é possível?
Estamos a anos tentando ter acesso àquela ilha e agora um moleque conseguiu
fazer isso sem problemas? Porque não usamos ele?
- Porque é melhor deixar
ele adiantar as coisas para nós até chegar o momento certo de agirmos. -
Ricardo falou em um tom ríspido.
Nesse momento um rapaz
calvo, de óculos, olhos fundos, barba falhada rala entrou na casa de chá, e foi
andando até a mesa deles.
- Por favor, sente-se Alex,
como sempre atrasado. - Rayla falou para o rapaz que acabara de chegar.
- Me poupe, Rayla, estava
ocupado demais, sabe que estamos trabalhando em um tipo de tecnologia ainda
inexistente, estou a horas sem dormir. - o rapaz falou com a voz um pouco
arrastada. - E então, qual a novidade?
- Precisamos do Artefato, e
estamos quase conseguindo, faltam apenas alguns detalhes técnicos.
- Ah, isso é maravilhoso,
pelas minhas pesquisas, esse artefato vai nos dar a energia necessária para
forçar a abertura do portal para a terceira Câmara. - O rapaz de óculos falou
animado.
- Sim, o Sr. F. ainda não
desconfia de nada, então está bem fácil calcular os passos dele e deixar ele
fora do caminho. - Rayla falou empolgada também.
- Então está tudo indo
conforme o planejado, assim que eu tiver acesso ao Artefato eu lhe entrego e
poderemos continuar.
Eles se levantaram, se
cumprimentaram com aperto de mãos, o Ricardo deixou o pagamento na mesa com uma
gorjeta alta e saíram.
- Você ouviu tudo isso? -
Magno tentou desenhar a cara do rapaz de óculos o mais rápido que conseguiu.
- Ouvi e isso não é nada
bom. - Akin parecia extremamente preocupado.
- Porque?
- Porque eles estavam
falando de mim.
- O que? - Magno estava
tentando conectar as informações.
- Você tá com o negócio lá
que eles tão atrás?
- Não mais, e é esse o
problema, acho que fui enganado. Magno, eu preciso ir, depois conversamos
melhor.
Akin saiu correndo da casa
de chá, precisava encontrar a Karen.
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