quinta-feira, 5 de junho de 2025

Capítulo 29 - Encontrando a Sorte

 

Capítulo 29 - Encontrando a Sorte

Assim que saíram do colégio, foram andando para a casa de chá da família do Magno, era um ambiente agradável onde podiam conversar melhor sem que houvesse conhecidos por perto, assim que chegaram Magno sugeriu que ficassem em um dos locais mais reservados parecido com uma cabine de leitura que lá havia, não era um local que evitava ruídos, mas era mais reservado e mais confortável, as pessoas que não gostavam muito de multidões costumavam ficar alí para ler e relaxar.

- Então, como é a Ars Magna? - Magno perguntou empolgado, com uma prancheta de desenho na mão, como sempre.

- Funciona mais como uma Associação, as pessoas se reúnem para discutir como vão no trabalho e como podem melhorar, não tem nada demais. - Akin falou não querendo dar muitos detalhes para não envolver o amigo.

- Ah, para eu sei que tem mais coisas aí.

- É que não posso dar muitos detalhes.

- Então porque me chamou aqui? - Magno parecia um pouco frustrado.

- Porque eu achei que o Ricardo era a única ligação da Ars Magna com a Sain’t Phillipus, e eu estou envolvido em uma pesquisa que acabou sendo necessário descobrir quem são as pessoas mais próximas a mim que também fazem parte de lá. - Blefou.

- E porque você não pergunta ao seu tutor? - Magno falou desconfiado

- Porque eu ainda não tive muito tempo com ele para ter esse tipo de discussão - O que era verdade, ele quase não havia visto o Sr. Vincus, ele apenas mandou algumas recomendações via Email, mas ainda não o havia encontrado depois do Baile.

- O Sr. F. é muito reservado, ele costuma me passar algumas atividades, fazer alguns exercícios de concentração e me manda desenhar com referência, que é um saco, mas me ajuda muito a manter a energia concentrada, mas limita muito as variáveis por conta do hiper foco.

- Entendi, e sabe como é a relação dele com o Ricardo, quer dizer, eles se dão bem?

- Não, eles já tiveram várias discussões, o Ricardo discorda dele em vários aspectos, principalmente no número de bolsas que ele disponibiliza. - Magno falou fazendo uma careta.

Quando o Akin ia abrir a boca pra perguntar outra coisa, Magno levou a mão a boca, fazendo sinal para Akin se calar, escreveu algo na folha atrás do desenho que estava fazendo e mostrou para Akin.

“O Ricardo acabou de entrar com a Srta. Rayla”

- E quem é essa Rayla? - Falou sussurrando.

- É a Secretária do Sr. F. - Magno devolveu sussurrando também.

- E o que eles estão fazendo juntos, ele não é casado? - Akin perguntou lembrando da voz feminina que tinha escutado na biblioteca, no primeiro dia de aula.


- Eu não sei, ele sentou ali perto, fica quieto.

Nesse momento os dois ficaram em silêncio absoluto para tentar ouvir a conversa dos dois, eles se sentaram a 1 mesa de distância, mas não podiam ver os garotos por conta da pequena parede de gesso que dividia o local mais reservado.

- Como anda a pesquisa e o mapeamento do plano etéreo? - Perguntou a Srta. Rayla.

- A pesquisa ainda está em marcha lenta por conta dos contratempos que tivemos, desde que aquele garoto apareceu, as coisas andam bem agitadas na Ars Magna.

“Estão falando de mim” - Pensou Akin

- E por que isso? É só um garoto que aprendeu algo que não devia.

- Era o que achávamos, mas aparentemente ele tem acesso livre à ilha do Zen, e não só isso, ele achou um artefato muito antigo e muito valioso que precisava pegar, será fundamental para acelerarmos a pesquisa.

“Como eles sabem de tudo isso? A Esme me traiu? E agora, o que vou fazer?” - Akin pensava muito agitado

- Mas como isso é possível? Estamos a anos tentando ter acesso àquela ilha e agora um moleque conseguiu fazer isso sem problemas? Porque não usamos ele?

- Porque é melhor deixar ele adiantar as coisas para nós até chegar o momento certo de agirmos. - Ricardo falou em um tom ríspido.

Nesse momento um rapaz calvo, de óculos, olhos fundos, barba falhada rala entrou na casa de chá, e foi andando até a mesa deles.

- Por favor, sente-se Alex, como sempre atrasado. - Rayla falou para o rapaz que acabara de chegar.

- Me poupe, Rayla, estava ocupado demais, sabe que estamos trabalhando em um tipo de tecnologia ainda inexistente, estou a horas sem dormir. - o rapaz falou com a voz um pouco arrastada. - E então, qual a novidade?

- Precisamos do Artefato, e estamos quase conseguindo, faltam apenas alguns detalhes técnicos.

- Ah, isso é maravilhoso, pelas minhas pesquisas, esse artefato vai nos dar a energia necessária para forçar a abertura do portal para a terceira Câmara. - O rapaz de óculos falou animado.

- Sim, o Sr. F. ainda não desconfia de nada, então está bem fácil calcular os passos dele e deixar ele fora do caminho. - Rayla falou empolgada também.

- Então está tudo indo conforme o planejado, assim que eu tiver acesso ao Artefato eu lhe entrego e poderemos continuar.

Eles se levantaram, se cumprimentaram com aperto de mãos, o Ricardo deixou o pagamento na mesa com uma gorjeta alta e saíram.

- Você ouviu tudo isso? - Magno tentou desenhar a cara do rapaz de óculos o mais rápido que conseguiu.

- Ouvi e isso não é nada bom. - Akin parecia extremamente preocupado.

- Porque?

- Porque eles estavam falando de mim.

- O que? - Magno estava tentando conectar as informações.

- Você tá com o negócio lá que eles tão atrás?

- Não mais, e é esse o problema, acho que fui enganado. Magno, eu preciso ir, depois conversamos melhor.

Akin saiu correndo da casa de chá, precisava encontrar a Karen.

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