Capítulo 37 - Aos novos ares
O Dia estava nublado, fazia frio, mas não chovia, era uma manhã calma e silenciosa, até para o Sain’t Phillipus que costumava ser assim em horário de aula, a relação de Akin com a Ariel não era muito próxima no colégio devido as amizades que não convergiam, mas volta e meia eles trocavam algumas palavras como forma de se manterem próximo, apesar de tudo, ela era uma ótima companhia, e realmente tinha gostado dele, que por outro lado estava gostando de não estarem tão próximos o tempo todo por ainda estar magoado com a Karen.
– Ei Akin, vamos no
Basquete hoje? – Okedirá convidou-o quando saíam para o intervalo.
– Vai ter show das bandas
de uns amigos nossos depois do jogo – Bruna completou empolgadíssima.
– Show? – Perguntou
curioso.
– Sim, é lá no bairro da
Bruna, tem uma quadra onde o pessoal joga basquete, de vez em quando o pessoal
se organiza para fazer uns eventos da cena. - Explicou Okedirá, também
empolgado.
– To dentro, preciso me
distrair, os dias tem sido bem puxados.
– E o treinamento hoje? –
Magno perguntou preocupado
– Hoje eu não vou, estou
atolado de responsabilidades, preciso curtir um pouco.
– ISSO!! – Okedirá e Bruna
responderam em uníssono.
– Bem, não quero encarar o
Sensei sozinho, então também vou! – Magno assentiu.
– Vamos nessa então, depois
do colégio vamos pra casa nos trocar, tenho que pegar meu Skate – Okedriá
respondeu enquanto procurava alguma coisa na mochila.
– E eu também preciso me
trocar né – Bruna completou. – Ei Akin, vamos uma partida de Xadrez? –
convidou-o sentando em um dos bancos do pátio.
– Vamos, não sabia que
gostava.
– Tenho meus caprichos.
Okedirá retirou uma máquina
fotográfica semiprofissional da mochila e começou a fazer registros das pessoas
que caminhavam, dos dois concentrados na partida, do magno desenhando e da
paisagem do colégio.
– O que é isso? – Akin
perguntou rindo.
– Novo Hobbie, estou
tentando coisas novas.
– Maneiro, acho que to
precisando de algo assim também.
Depois do colégio eles
foram para suas casas, e no meio da tarde se encontraram na praça onde haviam
marcado como ponto de encontro.
– Vamos andando daqui? Não
é tão perto, mas a gente vai aproveitando o caminho conversando. – Sugeriu
Okedirá, que estava de camisa quadriculada amarela aberta, camisa preta por
dentro calça jeans com uns detalhes rasgados, e all star.
– Vamos nessa! – Bruna confirmou já adiantando na frente, estava de espartilho em cima de uma regata preta, chorte curto preto, meia arrastão, coturno, delineador que realçava seus olhos negros, e os cabelos ondulados soltos.
“Uau”, pensou Akin ao
reparar, ele estava com uma camisa cinza escuro, calça jeans preta e all star,
com os cabelos ainda trançados, e o magno com camisa branca, calça jeans básica
e uma bota cano médio preta e assim seguiram em direção à quadra de basquete
andando.
– A quanto tempo vocês
jogam basquete? – Akin começou o diálogo, empolgado por estar saindo da rotina.
– Desde que comecei a andar
de Skate, já faz um tempinho, meus pais não costumavam me deixar sair de casa,
mas quando começaram a confiar mais em mim, comecei a frequentar alguns eventos
da cena underground e continuei desde então. – Okedirá respondeu.
– Foi assim que nos
conhecemos até, antes de estudarmos no Sain’t Phillipus, quando nos encontramos
lá foi uma surpresa e tanto, era o último lugar que achei que o encontraria -
Bruna completou rindo, com ele.
– E como é o pessoal lá?
Você não está curioso, Magno? – Akin perguntou notando que Magno estava
concentrado em alguma coisa.
– Eu comecei a frequentar a
quadra também depois que os conheci, sem novidades pra mim – Respondeu em tom
simpático, ainda concentrado, com sua prancheta de desenhos debaixo do braço, e
alguns lápis e canetas no bolso.
– Ah Akin, aí você vai
estragar a surpresa, só curte o momento. – Okedirá respondeu, ponto o Skate no
chão e tentando fazer algumas manobras enquanto seguiam o caminho.
Ao chegarem na quadra,
havia um número considerável de pessoas, algumas nos bancos sentados
conversando, outros fazendo manobras nos skates em obstáculos improvisados,
alguns sem camisa, outros com jaquetas de couro preta, alguns caras mais velhos
perto de motos customizadas e colete de couro por cima das camisas conversando,
e um palco pequeno improvisado com uma bateria, um tripé com um microfone e
duas caixas amplificadas, tudo parecia improvisado, mas muito bem arrumado.
Okedirá e Bruna foram se
aproximando de dois caras que conversavam no banco, um albino com dreads longos
até a cintura, e outro com cabelos brancos, barba grande e óculos Ray Ban
escuros, ficaram conversando, e começaram a ensinar os movimentos de basquete
para Akin, alguns passes, arremessos, como fazer o passe, o essencial para
começar a jogar.
Ficaram jogando por um bom
tempo, até que a banda subiu no palco quando o sol começou a se pôr, o dia
continuava nublado, mas àquela altura já fazia calor por conta do sangue quente
da partida.
– Vai um gole? – Perguntou
um dos caras, oferecendo uma garrafa de vinho barato para Akin.
– Porque não? – Estendeu a
mão para pegar.
– E você já bebeu antes? –
Bruna perguntou surpresa, o impedindo por um momento.
– Não, mas quero
experimentar.
– Então não vou beber,
alguém tem que ficar sóbria.
– Beleza – Respondeu
pegando a garrafa de vinho e dando uma boa golada no líquido gelado, tinha um
gosto meio doce, meio amargo, não era ruim, mas também não era muito bom por
conta do ardor proporcionado pelo álcool.
– Ei, cara, vai com calma,
isso não é suco de uva. – Respondeu Okedirá.
Magno estava já sentado no
banco mais próximo, observando a banda começar a tocar e o pessoal conversando
rindo, ele também estava se divertindo ao seu modo.
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