quarta-feira, 25 de junho de 2025

Capítulo 39 - Chegando ao Labirinto

 

Capítulo 39 - Chegando ao Labirinto

– Akin!! – Era a Karen

Ouviu a voz familiar vindo do lado direito do corredor, e saiu correndo procurando quem era, mas como encontrar? Quanto mais procurava, mais fundo entrava no emaranhado de pares, letras, e luzes azuis.

– Porque você entrou aí cara? – O Okedirá estava falando com ele, na direção oposta da qual ele estava indo, resolveu voltar.

Quando chegou perto de uma das paredes, sentiu uma pulsão elétrica ao tocar e, na parede em sua frente, ouviu a Karen falando: “Você só quer ouvir de mim, aquilo que você já bisbilhotou, não é? Sim, eu usei você, e agora você está me atrapalhando, me deixa em paz e é melhor não entrar mais no meu caminho.

Começou a sentir muita raiva, e tristeza, as paredes começaram a ficar vermelhas, decidiu sair dali de perto e ir em outra direção, começou a correr num corredor bem longo, até que chegou em mais uma bifurcação, aproveitou a pausa para respirar, e percebeu umas imagens familiares na parede em sua frente, quando a tocou, sentiu novamente uma pulsão elétrica e ouviu a Ariel: Sim, os lanches daqui são os melhores da região, e os chás são feitos com ervas frescas, são incríveis.” - Uma sensação de paz o invadiu, as paredes começaram a ficar Roxas, ele foi se afastando devagar e acabou se esbarrando na parede atrás dele, outra pulsão, e dessa vez ouviu o Magno: “Inclusive, Jó, aquela mesa é por conta da casa Chegou a rir da cena que tinha acabado de lembrar, e as paredes começaram a ficar azuis.

“Elas estão variando as cores a partir das memórias” - pensou.

Tentou andar devagar, percebendo a mudança positiva, mas não queria se arriscar tanto, continuou naquela mesma região, foi andando para o corredor a esquerda até chegar em outra bifurcação, e tocou na parede da frente, outra pulsão: “Porque não se senta aqui do meu lado pra gente pôr os papos em dia?” - Era o Okedirá.

“Acho que entendi, estou na cidade, e naquele momento, no Sain’t Phillipus.”



Ao chegar a essa conclusão as paredes começaram a ficar verdes, assim como as letras e aí ele lembrou dos vagalumes – que não eram vagalumes – próximo da câmara, e ao fazer isso algumas letras começaram a variar as cores, dava para ver nas paredes agora, letras azuis, letras vermelhas e letras verdes.

“Estão reagindo a mim, não apenas as minhas emoções, como isso é possível?”

– Está gostando do meu brinquedo? – Ouviu uma voz tão grave e tão ameaçadora que fez todo seu corpo tremer, logo após percebeu também algumas letras se apagando nas paredes, quando se aproximou percebeu que elas não estavam apagadas, estavam pretas, que quase não dava para ver nas paredes azuis.

– Quem está aí? – Perguntou, tentando lembrar se conhecia a voz, mas não lembrava de já a ter escutado.

– Você é um garoto curioso, nunca tinha visto um mortal por aqui, não desta forma. – A voz continuou parecendo ignorar a pergunta.

Akin resolveu seguir as letras pretas que apareceram, mas quanto mais andava, mais perdido parecia estar, por um momento se esqueceu que estava na cidade, e aí resolveu tocar numa das letras pretas, e ouviu a voz do Ricardo: “Funciona como uma forma de medir a compatibilidade de pessoas, e com as informações suficientes será possível às dividir em grupos, dessa forma, poderemos entender como funciona as Tribos urbanas, sem precisar fazer parte delas” - Aquela memória não era dele.

– Pare de bisbilhotar aí, garoto, não quero ter que agir, irá me custar muita energia. – A voz falou novamente em um tom ameaçador, só que agora parecia furiosa.

Era uma informação nova, ele não sabia em que local da cidade estava, mas parecia ser onde o Ricardo conversava com seus aliados, continuou exatamente no mesmo lugar e tocou em outra letra preta na parede atrás dele.
 “Entendo, dessa forma seria possível uma quantidade absurda de lucro, porque dessa forma, sem precisar conversar com as pessoas, poderíamos destinar os produtos que elas querem, mas isso não poderia também ser um problema?” - Lembrou da voz do rapaz que tinha visto na casa de chá, era o Alex.

– GAROTO É O ÚLTIMO AVISO! - A voz ameaçadora parecia furiosa, ele sabia que estava chegando no ponto certo, andou um pouco mais a frente e tocou em outra letra preta. “O problema evidente disso é que ao separar os grupos, estaríamos aproximando pessoas que não sabemos quem são, isso na Surface não teria problema nenhum, o problema seria no fundo” - Era a voz da Rayla.

– Eu avisei – A voz concluiu e parou de falar, vários robôs com olhos de lentes fotográficas começaram a surgir dos caminhos dos corredores, agora ele estava encrencado, da única direção que ainda estava livre ele começou a correr.

“A Esme falou que os 3 ainda estão brigando em proporções que não compreendemos, ela pode não ser capaz de entender, mas parece que eu sim, essa voz era do Ícelo, ele está usando o virtual para ficar mais forte” - Pensava enquanto corria com os robôs indo atrás dele, começou a notar pequenas letras amarelas surgindo, mas de forma bem escassa em algumas paredes que passava, notou uma se aproximando mais a frente e tocou nela ao passar.

“E se não nos vermos mais? Sua família está furiosa, você não quer sair daqui e ir para outra cidade? Poderíamos tentar nos virar, trabalhar, ter uma vida simples” - Era sua mãe, Akin vacilou quando a ouviu, tropeçou e caiu. Um dos robôs se aproximou o suficiente para o acertar com um golpe no rosto.

– Chega de fugir! – Parou, respirou e sentiu a presença de Kong ao redor dele crescer, avançou em direção ao robô que o golpeou e desferiu um golpe que o fez voar e acertar outros dois que vinham atrás dele. Atrasou-os o suficiente para tocar em outra letra amarela.

“Mas a família dele era muito rica, e não aceitava nosso relacionamento, e quando descobriram que ele estava comigo, o mandaram para outro país, ele não sabe de você e eu nunca consegui entrar em contato com ele.” - Tornou a ouvir a mãe, uma força muito grande começou a crescer em seu peito, ele se sentia renovado, precisava continuar a seguir as letras amarelas, foi se guiando, entrando nos corredores onde a quantidade delas aumentavam.

Até que virou em um corredor, onde havia esferas de cores sortidas, uma de cada cor, Amarela, Azul, Verde, Vermelha e Preta. Havia chegado ao centro do Labirinto, sem pensar duas vezes se aproximou e tocou na Amarela, sentiu uma pulsão elétrica extremamente forte que o puxou para dentro da memória, estava no Dojo do Sain’t Phillipus.

– Ele é filho da Letícia, por favor, seja cuidadoso com ele, aprender Kendô será essencial para o seu desenvolvimento.

– Essa não é a garota que você era apaixonado? – Perguntou Erick rindo com o canto da boca.

– Faz muito tempo, Erick. – Sr. F. respondeu.

Akin despertou em sua cama, ofegante, suado, com o corpo tremendo, com muita dor de cabeça, e com muita sede.



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