sábado, 7 de junho de 2025

Capítulo 30 - Um pequeno detalhe

 

Capítulo 30 - Um pequeno detalhe

Akin estava muito ansioso com o que acabara de ouvir, e foi correndo em direção a loja da Karen, só tinha esquecido que não era tão perto, teve que parar várias vezes no caminho para descansar, mas não conseguia tirar a conversa da cabeça.

"Que tipo de tecnologia é essa que eles estão criando?"
 "Como eles sabem da câmara?"

Alguma coisa não estava batendo, e ele precisava falar com a Karen sobre a Esme, antes que elas se encontrassem, finalmente havia chegado na rua da loja, que estava muito movimentada, como quase sempre estava, entrou correndo na loja e deu de cara com a Sra. Magnolia lendo mais um dos seus livros velhos.

– Sra. Magnólia, a Karen está? - Falou nervoso.

– Está sim, menino, que pressa é essa?

– Nada demais, acabei ficando cansado no caminho porque vim andando rápido.

– Um minuto, vou chamá-la.

A Karen veio com uma cara que quem tava tentando entender a emergência.

– O que aconteceu, que cara é essa?

– Karen, temos um problemão, tem um pessoal na minha escola que descobriu que eu estou com a Caneta, ele é um dos sócios de lá, e também faz parte da Ars Magna, acho que descobri quem é que tá querendo trazer o Ícelo de volta.

Nesse momento a Karen deu um passo pra trás e estava com uma cara extremamente assustada, depois ela se recompôs, e o chamou para entrar na sala reservada, o livro antigo estava em cima da mesa, com o celular dela do lado, com um copo de água, e uma vasilha de lanches próximo, parecia que estava a muito tempo alí lendo, eles se sentaram e Akin começou a explicar o que tinha acontecido momentos antes.

– Akin você precisa falar com a Esme e pegar a caneta de volta, é uma prioridade, era pra você ter pego com a Thainá e ter ficado com ela, não para ter dado a Esme, e agora que você falou sobre mim, ela deve ta bem chateada.

– Eu sei, desculpa, eu não tive escolha, ela me encurralou e eu estava sozinho.

– Você ainda está muito nervoso, vou pegar água, espera.

Quando a Karen saiu, Akin ainda parecia bastante aflito, não sabia o que fazer, só sabia que precisava fazer alguma coisa urgente, foi quando o celular da Karen tocou e ele olhou para a tela por reflexo.

“Ricardo chamando”

As coisas começaram a se encaixar, não foi a Esme quem o traiu, ele lembrou das palavras da Thainá “O Zen rompeu com eles quando um livro antigo foi roubado”, estava diante dele o tempo todo, lembrou da Esme falando “apesar de ter uma boa intuição, deixa seus sentimentos atrapalharem tanto que não vê o que está embaixo do seu nariz.” era isso que ela quis dizer? Quando a Karen voltou, ele já estava mais calmo, o celular já havia parado de tocar.

– Karen eu preciso ir, depois a gente conversa melhor, eu e minha mãe marcamos de sair hoje de tarde, eu só vim te avisar pra tomar cuidado, tá bom? – Blefou

– Tá tudo bem? Você estava bem nervoso minutos atrás.

– Tá sim, tá tudo bem, eu corri demais pra chegar até aqui acabei ficando cansado, depois a gente conversa melhor.

Foi muito estranho a forma com que eles se aproximaram, e foi logo depois que ele teve o primeiro contato com a Ars Magna, ele deveria ter suspeitado, ela que o levou até a Sede, ela sumiu depois que eles se viram pela primeira vez no Reino Onírico, ela estava por trás de tudo. Akin sentiu uma dor muito forte no peito, era como se o sentimento de angústia e desapontamento estivesse se manifestando fisicamente em seu corpo, precisava urgentemente ir pra casa, foi pro ponto de ônibus mais próximo, a dor foi se intensificando ele acabou não aguentando e desmaiou.

– Akin? Akin? Você está bem?

Sentiu uma mão dando uns tapas em seu rosto. E foi abrindo os olhos devagar, uma menina pálida e um rapaz de dread estava olhando pra cara dele com caras de assustados.

– Cara, não assusta a gente assim não, a gente tava vindo do Basquete quando viu você aí caído, achamos que sei lá, tinha se machucado ou algo do tipo. – Okedirá falou um pouco ansioso.

– Sorte sua que eu tenho curso de primeiros socorros - falou Bruna mais aliviada.

– Vocês podem me deixar em casa? – Akin falou com uma voz um pouco fraca.

– Podemos sim, só falar onde fica que a gente te leva. - Okedirá falou também mais aliviado de ouvir a voz do amigo.

Quando chegaram na casa dele, se despediram, ele entrou em casa e foi direto pro quarto e deitou na cama, estava muito triste ainda e não sabia o que fazer agora, só pensava em como foi enganado por todo esse tempo, foi pegando no sono aos poucos, quando começou a ouvir uma voz suave e melodiosa.

“Não se preocupe, está tudo bem, você cumpriu bem seu papel, e está seguindo sua própria jornada, ainda nos encontraremos.”

Isso foi como uma injeção de alegria e ele não soube explicar de onde veio nem porquê, apenas dormiu calmamente.

 

0 comentários:

Postar um comentário