Capítulo 30 - Um pequeno detalhe
Akin estava muito ansioso
com o que acabara de ouvir, e foi correndo em direção a loja da Karen, só tinha
esquecido que não era tão perto, teve que parar várias vezes no caminho para
descansar, mas não conseguia tirar a conversa da cabeça.
"Que tipo de
tecnologia é essa que eles estão criando?"
"Como eles sabem da câmara?"
Alguma coisa não estava batendo, e ele precisava falar com a Karen sobre a Esme, antes que elas se encontrassem, finalmente havia chegado na rua da loja, que estava muito movimentada, como quase sempre estava, entrou correndo na loja e deu de cara com a Sra. Magnolia lendo mais um dos seus livros velhos.
– Sra. Magnólia, a Karen está? - Falou nervoso.
– Está sim, menino, que
pressa é essa?
– Nada demais, acabei
ficando cansado no caminho porque vim andando rápido.
– Um minuto, vou chamá-la.
A Karen veio com uma cara
que quem tava tentando entender a emergência.
– O que aconteceu, que cara
é essa?
– Karen, temos um
problemão, tem um pessoal na minha escola que descobriu que eu estou com a
Caneta, ele é um dos sócios de lá, e também faz parte da Ars Magna, acho que
descobri quem é que tá querendo trazer o Ícelo de volta.
Nesse momento a Karen deu
um passo pra trás e estava com uma cara extremamente assustada, depois ela se
recompôs, e o chamou para entrar na sala reservada, o livro antigo estava em
cima da mesa, com o celular dela do lado, com um copo de água, e uma vasilha de
lanches próximo, parecia que estava a muito tempo alí lendo, eles se sentaram e
Akin começou a explicar o que tinha acontecido momentos antes.
– Akin você precisa falar
com a Esme e pegar a caneta de volta, é uma prioridade, era pra você ter pego
com a Thainá e ter ficado com ela, não para ter dado a Esme, e agora
que você falou sobre mim, ela deve ta bem chateada.
– Eu sei, desculpa, eu não
tive escolha, ela me encurralou e eu estava sozinho.
– Você ainda está muito
nervoso, vou pegar água, espera.
Quando a Karen saiu, Akin
ainda parecia bastante aflito, não sabia o que fazer, só sabia que precisava
fazer alguma coisa urgente, foi quando o celular da Karen tocou e ele olhou
para a tela por reflexo.
“Ricardo chamando”
As coisas começaram a se
encaixar, não foi a Esme quem o traiu, ele lembrou das palavras da Thainá “O Zen rompeu com eles quando um livro antigo foi
roubado”, estava diante dele o tempo todo, lembrou da Esme falando “apesar de
ter uma boa intuição, deixa seus sentimentos atrapalharem tanto que não vê o
que está embaixo do seu nariz.” era isso que ela quis dizer? Quando a Karen
voltou, ele já estava mais calmo, o celular já havia parado de tocar.
– Karen eu preciso ir,
depois a gente conversa melhor, eu e minha mãe marcamos de sair hoje de tarde,
eu só vim te avisar pra tomar cuidado, tá bom? – Blefou
– Tá tudo bem? Você estava
bem nervoso minutos atrás.
– Tá sim, tá tudo bem, eu
corri demais pra chegar até aqui acabei ficando cansado, depois a gente
conversa melhor.
Foi muito estranho a forma
com que eles se aproximaram, e foi logo depois que ele teve o primeiro contato
com a Ars Magna, ele deveria ter suspeitado, ela que o levou até a Sede, ela
sumiu depois que eles se viram pela primeira vez no Reino Onírico, ela estava
por trás de tudo. Akin sentiu uma dor muito forte no peito, era como se o
sentimento de angústia e desapontamento estivesse se manifestando fisicamente
em seu corpo, precisava urgentemente ir pra casa, foi pro ponto de ônibus mais
próximo, a dor foi se intensificando ele acabou não aguentando e desmaiou.
– Akin? Akin? Você está
bem?
Sentiu uma mão dando uns
tapas em seu rosto. E foi abrindo os olhos devagar, uma menina pálida e um
rapaz de dread estava olhando pra cara dele com caras de assustados.
– Cara, não assusta a gente
assim não, a gente tava vindo do Basquete quando viu você aí caído, achamos que
sei lá, tinha se machucado ou algo do tipo. – Okedirá falou um pouco ansioso.
– Sorte sua que eu tenho
curso de primeiros socorros - falou Bruna mais aliviada.
– Vocês podem me deixar em
casa? – Akin falou com uma voz um pouco fraca.
– Podemos sim, só falar
onde fica que a gente te leva. - Okedirá falou também mais aliviado de ouvir a
voz do amigo.
Quando chegaram na casa
dele, se despediram, ele entrou em casa e foi direto pro quarto e deitou na
cama, estava muito triste ainda e não sabia o que fazer agora, só pensava em
como foi enganado por todo esse tempo, foi pegando no sono aos poucos, quando
começou a ouvir uma voz suave e melodiosa.
“Não se preocupe, está tudo
bem, você cumpriu bem seu papel, e está seguindo sua própria jornada, ainda nos
encontraremos.”
Isso foi como uma injeção
de alegria e ele não soube explicar de onde veio nem porquê, apenas dormiu
calmamente.
0 comentários:
Postar um comentário