quinta-feira, 19 de junho de 2025

Capítulo 36 - Se mantendo firme

 

Capítulo 36 - Se mantendo firme

Assim que chegou no Colégio, Akin decidiu conversar com o Sr.F. sobre o que passou com a Thainá, ele havia confiado na Karen e tinha dado informações demais para ela, precisava falar com alguém que estava realmente disposto a ajudá-lo.

– Onde você está indo? – Uma voz agradável e conhecida se aproximava por trás.

– Oi, Ariel, preciso ir na direção.

– Resolver problemas da sua mãe de novo? – Ariel perguntou desconfiada.

– Tipo isso – Falou sem jeito.

– Tá bom, quando vamos ao museu? Não se esqueceu né?

– Claro que não, respondeu rápido – Sim ele havia se esquecido.

– Então, semana que vem tá bom pra você?

– Está ótimo, só preciso avisar a minha mãe e te confirmo, pode ser na sexta?

– Está marcado então, vê se não esquece – Ariel falou se despedindo.

Ele passou em frente a direção para despistar a Ariel, mas foi direto para o teatro onde o Sr. F. se escondia do resto do colégio, para suas leituras furtivas.

– Qual é a Emergência dessa vez, Magno? – Perguntou assim que ouviu a porta do teatro se abrir.

– Não é o Magno, sou eu. – Akin respondeu.

– A que devo a Honra?

– Preciso te contar algumas coisas que não tive coragem da última vez.

– Olha só, você é uma pessoa cheia de segredos, não é? Por favor, sente-se. – Apontou para uma cadeira ao lado.

Akin começou a contar tudo que se passou na casa do Zen e as experiências que viveu lá, contou sobre a Thainá e sobre as Câmaras que descobriu, e também sobre os pergaminhos chave.

– Evento astronômico é? – Sr. F. falou coçando a barba, e olhando para cima, como quem procurava alguma coisa no ar. – Então, deixa eu ver se entendi direito, essa tal Thainá é quem está com o atual pergaminho, correto?

– Sim, ela me deu a caneta, mas o pergaminho ficou com ela, como forma de proteção.

– Entendo, bem perspicaz, não precisamos nos preocupar com isso então, mas precisamos averiguar quais os eventos astronômicos mais próximos, não é isso?

– Não sabemos exatamente o que seria, mas pelas últimas experiências foi o que concluímos.

– Vou solicitar uma pesquisa pela Ars Magna, enquanto você se preocupa apenas com seu treinamento, você não precisa fazer as coisas sozinho agora, pode ser?

– Pode sim – Akin pareceu aliviado. – Agora preciso ir para aula.

– Certo, você mora em qual bairro?

– Fraternidade, porque?

– Nada demais, agora notei que você tem um rosto familiar.

Akin se despediu e foi para a aula. Depois do almoço Akin estava pontual como o sol em frente ao Dojo.


– Pode entrar – Uma voz grave respondeu de dentro.

Ele abriu a porta de correr e entrou.

– Vista-se. – Erick apontou para um Quimono dobrado em cima de um banco.

Ele se vestiu e voltou para o Salão.

– Agora sente-se.

– Achei que fôssemos treinar.

– Esse já é o treinamento, sente-se.

– Então, e agora, o que eu faço?

– Primeiro, silêncio, você está visivelmente tenso, a primeira coisa que você precisa aprender é respirar.

– Mas eu já sei respirar.

– Mas não está fazendo corretamente.

– Traga o ar para o peito, depois para o estômago, depois solte devagar pela boca.

Depois um tempo tentando, ele começou a sentir seu nervosismo passando, era um sentimento constante desde o incidente com a Karen, mas aos poucos o nervosismo se esvaia, e as memórias que o atormentava, começaram a ser apenas uma memória vaga, quanto mais prestava atenção em sua respiração e nos movimentos solicitados pelo Sensei, mais distante essa memória ficava.

– Levante-se e pegue uma shinai.

Ele se levantou e fez o que o Sensei pediu, e ficou de frente para ele com a espada de bambu em punho.

– Primeiro irá aprender os movimentos básicos, depois treinaremos combate.

– Mas eu preciso aprender o combate logo. – Akin respondeu nervoso.

– Se você sabe o que fazer, porque está aqui?

– Desculpe.

Erick começou a ensinar os movimentos básicos e repetitivos para Akin.

– Primeiro você precisa masterizar os movimentos básicos, e ganhar confiança ao desferir os golpes, ter leveza nas mãos, fazer o movimento correto, e a respiração correta, tudo em harmonia, para que assim o golpe saia corretamente, em um combate, um deslize pode ser fatal, não se tem segunda chance.

Eles continuaram até o magno chegar, que foi instruído a fazer o mesmo.

– Se era pra fazer a mesma coisa porque eu cheguei antes? – Akin perguntou nervoso.

– Para ter mais tempo de treinamento, mas os movimentos são os mesmos, deixe a impaciência de lado, e foque no que realmente importa, do que adianta ter potencial e não saber golpear?

E assim passaram toda a tarde, treinando os mesmos movimentos, até que uma hora antes do horário de irem embora o Sensei falou:

– Agora parem, e peguem isso – Entregou baldes e esfregões para os dois.

– O que vamos fazer com isso? – Magno perguntou sem entender.

– Não é óbvio? – Limpar o Dojo.

– Aqui não tem funcionários para isso?

– E isso importa? Eu pedi para vocês limparem, vocês irão limpar.

– Isso não faz sentido nenhum – Magno falou depois que se afastaram e começaram a limpar a parte da frente do local.

– Deve ter algum motivo para isso, vamos ser mais pacientes. – Akin falou retirando o esfregão do balde e passando no piso de madeira.

Assim que terminaram a limpeza foram se despedir do sensei.

– Muito bem, poderia ter sido mais rápido, mas fizeram um trabalho aceitável.

– Tá certo, amanhã no mesmo horário?

– Sim, não se atrasem.

Os garotos saíram do colégio, Magno convidou Akin para a casa de chá para comer alguma coisa, mas ele decidiu ir para casa, estava satisfeito com o treinamento, se manteve focado durante todo aquele tempo, percebeu o quanto estava aliviado, mas precisava descansar.

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