Capítulo 36 - Se mantendo firme
Assim que chegou no
Colégio, Akin decidiu conversar com o Sr.F. sobre o que passou com a Thainá, ele havia confiado na Karen e tinha dado informações
demais para ela, precisava falar com alguém que estava realmente disposto a
ajudá-lo.
– Onde você está indo? – Uma voz agradável e conhecida se aproximava por trás.
– Oi, Ariel, preciso ir na
direção.
– Resolver problemas da sua
mãe de novo? – Ariel perguntou desconfiada.
– Tipo isso – Falou sem
jeito.
– Tá bom, quando vamos ao
museu? Não se esqueceu né?
– Claro que não, respondeu
rápido – Sim ele havia se esquecido.
– Então, semana que vem tá
bom pra você?
– Está ótimo, só preciso
avisar a minha mãe e te confirmo, pode ser na sexta?
– Está marcado então, vê se
não esquece – Ariel falou se despedindo.
Ele passou em frente a
direção para despistar a Ariel, mas foi direto para o teatro onde o Sr. F. se
escondia do resto do colégio, para suas leituras furtivas.
– Qual é a Emergência dessa
vez, Magno? – Perguntou assim que ouviu a porta do teatro se abrir.
– Não é o Magno, sou eu. –
Akin respondeu.
– A que devo a Honra?
– Preciso te contar algumas
coisas que não tive coragem da última vez.
– Olha só, você é uma
pessoa cheia de segredos, não é? Por favor, sente-se. – Apontou para uma
cadeira ao lado.
Akin começou a contar tudo
que se passou na casa do Zen e as experiências que viveu lá, contou sobre a Thainá e sobre as Câmaras que descobriu, e também sobre os
pergaminhos chave.
– Evento astronômico é? –
Sr. F. falou coçando a barba, e olhando para cima, como quem procurava alguma
coisa no ar. – Então, deixa eu ver se entendi direito, essa tal Thainá é quem está com o atual pergaminho, correto?
– Sim, ela me deu a caneta,
mas o pergaminho ficou com ela, como forma de proteção.
– Entendo, bem perspicaz,
não precisamos nos preocupar com isso então, mas precisamos averiguar quais os
eventos astronômicos mais próximos, não é isso?
– Não sabemos exatamente o
que seria, mas pelas últimas experiências foi o que concluímos.
– Vou solicitar uma
pesquisa pela Ars Magna, enquanto você se preocupa apenas com seu treinamento,
você não precisa fazer as coisas sozinho agora, pode ser?
– Pode sim – Akin pareceu
aliviado. – Agora preciso ir para aula.
– Certo, você mora em qual bairro?
– Fraternidade, porque?
– Nada demais, agora notei
que você tem um rosto familiar.
Akin se despediu e foi para
a aula. Depois do almoço Akin estava pontual como o sol em frente ao Dojo.
– Pode entrar – Uma voz
grave respondeu de dentro.
Ele abriu a porta de correr
e entrou.
– Vista-se. – Erick apontou
para um Quimono dobrado em cima de um banco.
Ele se vestiu e voltou para
o Salão.
– Agora sente-se.
– Achei que fôssemos
treinar.
– Esse já é o treinamento,
sente-se.
– Então, e agora, o que eu
faço?
– Primeiro, silêncio, você
está visivelmente tenso, a primeira coisa que você precisa aprender é respirar.
– Mas eu já sei respirar.
– Mas não está fazendo
corretamente.
– Traga o ar para o peito,
depois para o estômago, depois solte devagar pela boca.
Depois um tempo tentando,
ele começou a sentir seu nervosismo passando, era um sentimento constante desde
o incidente com a Karen, mas aos poucos o nervosismo se esvaia, e as memórias
que o atormentava, começaram a ser apenas uma memória vaga, quanto mais
prestava atenção em sua respiração e nos movimentos solicitados pelo Sensei,
mais distante essa memória ficava.
– Levante-se e pegue uma
shinai.
Ele se levantou e fez o que
o Sensei pediu, e ficou de frente para ele com a espada de bambu em punho.
– Primeiro irá aprender os
movimentos básicos, depois treinaremos combate.
– Mas eu preciso aprender o
combate logo. – Akin respondeu nervoso.
– Se você sabe o que fazer,
porque está aqui?
– Desculpe.
Erick começou a ensinar os
movimentos básicos e repetitivos para Akin.
– Primeiro você precisa
masterizar os movimentos básicos, e ganhar confiança ao desferir os golpes, ter
leveza nas mãos, fazer o movimento correto, e a respiração correta, tudo em
harmonia, para que assim o golpe saia corretamente, em um combate, um deslize
pode ser fatal, não se tem segunda chance.
Eles continuaram até o
magno chegar, que foi instruído a fazer o mesmo.
– Se era pra fazer a mesma
coisa porque eu cheguei antes? – Akin perguntou nervoso.
– Para ter mais tempo de
treinamento, mas os movimentos são os mesmos, deixe a impaciência de lado, e
foque no que realmente importa, do que adianta ter potencial e não saber
golpear?
E assim passaram toda a
tarde, treinando os mesmos movimentos, até que uma hora antes do horário de
irem embora o Sensei falou:
– Agora parem, e peguem
isso – Entregou baldes e esfregões para os dois.
– O que vamos fazer com
isso? – Magno perguntou sem entender.
– Não é óbvio? – Limpar o
Dojo.
– Aqui não tem funcionários
para isso?
– E isso importa? Eu pedi
para vocês limparem, vocês irão limpar.
– Isso não faz sentido
nenhum – Magno falou depois que se afastaram e começaram a limpar a parte da
frente do local.
– Deve ter algum motivo
para isso, vamos ser mais pacientes. – Akin falou retirando o esfregão do balde
e passando no piso de madeira.
Assim que terminaram a
limpeza foram se despedir do sensei.
– Muito bem, poderia ter
sido mais rápido, mas fizeram um trabalho aceitável.
– Tá certo, amanhã no mesmo
horário?
– Sim, não se atrasem.
Os garotos saíram do
colégio, Magno convidou Akin para a casa de chá para comer alguma coisa, mas
ele decidiu ir para casa, estava satisfeito com o treinamento, se manteve
focado durante todo aquele tempo, percebeu o quanto estava aliviado, mas
precisava descansar.
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