quarta-feira, 28 de maio de 2025

Capítulo 25 - Revelações

 

Capítulo 25 - Revelações

- Ei, Mãe, quem te indicou esse emprego mesmo?

- Ah, foi um amigo de um amigo, que estava precisando de uma secretária e fez uma seleção.

- E como é o nome desse amigo, por acaso seria Baron?

A mãe dele o olhou com uma cara bastante desconfiada.

- Você está andando me espionando menino? - Falou em um tom bem sério.

- Não, o pai de uma amiga é sócio do Museu e estava falando comigo pra gente ir lá.

- Amiga, né? Já está namorando e não me contou nada?

- Ei, não é nada disso, só saímos pra comer um lanche e conversar nada demais.

- Ah sim, e a tal da Karen, já se esqueceu dela?

- A Karen também é só minha amiga mãe…

- Sei, você está com muitas amigas para o meu gosto.

- Sim, estamos marcando para ir lá no museu, tá bom? No dia eu aviso a senhora.

- Tudo bem, mas não chateie o Sr. Baron, ele é um homem muito excêntrico, ainda não tive a sorte de o encontrar com raiva e espero que continue assim.

A pergunta da mãe dele sobre a Karen o fez lembrar que precisava da caneta que estava com a Thainá, então ele foi terminar os afazeres da casa que estavam atrasados por ele ter saído no dia anterior, e foi direto para o quarto tentar acessar a casa do Zen novamente, mas antes de subir lembrou de uma coisa.

- Mãe, meu pai tá vivo? - Perguntou de supetão

A expressão dela mudou drasticamente.

- O que foi isso do nada?

- Eu mereço saber sobre meu Pai, mãe, você nunca fala sobre ele, nem sei como ele é, não sei se me pareço com ele, você sempre evita tocar no assunto, acho que eu preciso saber o mínimo pelo menos, sempre respeitei seu espaço, mas eu também preciso que respeite as minhas decisões.

- Okay, certo, seu pai está.

- Por que vocês se separaram?

- Então… - Ela sentou na cadeira da mesa da cozinha e começou a lacrimejar. - Éramos tão jovens, tão apaixonados, mas a família dele era muito rica, e não aceitava nosso relacionamento, e quando descobriram que ele estava comigo, o mandaram para outro país, ele não sabe de você e eu nunca consegui entrar em contato com ele.

- Porque você nunca me contou?

- Porque não queria que você criasse esperança em o encontrar, eu não faço a mínima ideia onde ele esteja atualmente, já se passaram 16 anos.

Aquelas palavras o atravessaram, ele não sabia como se sentir, acabara de descobrir que seu pai estava vivo, e nem sequer sabe da existência dele, o que ele ia fazer com essa informação? - Ele se sentou na escada, colocou a mão no rosto e começou a chorar, a mãe dele levantou da cadeira, correu até ele, o abraçou e passaram aquele momento juntos, um consolando o outro, até que todas as lágrimas pudessem escorrer, e enfim poderem juntos as secarem.

- Obrigado por me falar a verdade.

- Eu que peço desculpas filho, você não merecia crescer sem um pai, e eu nunca mais me apaixonei por ninguém, então criei você sozinha, nunca achei que seria um problema, mas sabia que esse dia chegaria.

- Tá bom - disse secando as últimas lágrimas que caíram - vou pro meu quarto, preciso descansar.

Akin estava ainda chocado com a informação, decidiu apenas descansar e tentar a meditação outro dia para não acabar indo parar em locais desconhecidos, arrumou as coisas para ir ao colégio no dia seguinte e foi deitar.

Quando caiu no sono, teve uma sensação diferente, ele se viu saindo do próprio corpo, como se fosse um “Fantasma” e começou a voar até passar da camada de ozônio, ele flutuava pelo sistema solar, e seguia em frente, até chegar na constelação de Andrômeda, e lá foi chegando até chegar à estrela S-And, lá se encontrava um Planeta um pouco menor que a terra, ele foi até ele e entrou em sua atmosfera, foi descendo bem rápido até chegar em uma ilha onde ele podia ver bem de longe uma casa branca, foi descendo até aterrizar em frente a casa, mal conseguia acreditar onde estava.

Ainda estava um pouco tonto da viagem, foi andando em direção à casa, abriu a porta e foi logo sentando no sofá para descansar.


Não conseguia parar de pensar “Isso foi real? É assim que eu venho pra cá?”, nem reparou que a porta do porão estava aberta, e Thainá saiu de lá com potes de vidro na mão, fazendo uma mistura de um líquido de cor laranja.

- Achei que tinha esquecido de mim - Thainá falou fingindo uma voz fofa.

- Nem começa, preciso conversar com você.

- Ei, tenha bons modos e fale comigo direito antes de vir com suas pendências.

- Eu tentei vir antes, mas não consegui.

- Imagino, aqui não fica disponível sempre, até porque é um local que está selado pelo Zen.

- E como você está aqui sempre que eu venho?

- Ah, garoto, me poupe, eu ajudei a construir isso aqui.

- Thainá, eu preciso da Caneta que encontramos, eu e a Karen vamos investigar, descobrimos que ela faz parte da história dos 3 irmãos… - e começou a contar tudo que havia descoberto sobre o santuário e sobre a caneta com a Karen.

- Alto lá, você acha mesmo que eu vou te dar a caneta pra você sair por aí brincando de cientista com aquele pessoal da Ars Magna?

- É preciso, estão tramando trazer o Ícelo de volta e não podemos deixar que isso aconteça.

- Sim, essa parte eu entendi, eu não entendi é o que ela quer com esse artefato, se já sabe pra que serve, não é melhor deixar guardado em um local que poucas pessoas tem acesso?

Thainá parecia um pouco debochada às vezes, mas ela definitivamente não era burra, tinha razão quanto a isso, mas era a Karen, ela devia ter seus motivos, pensou ele.

- Mas ela disse que precisava para poder investigar quais os poderes…

- Nem mais uma palavra, a caneta não sai daqui, nem adianta insistir - ela falou, interrompendo o que ele ia dizer.

- E como vamos evitar a volta do Ícelo?

- Você não está esquecendo de nada não?

- O que?

- Que precisamos desvendar o Poema para ter acesso à próxima câmara?

Akin lembrou tudo de vez e ficou surpreso por aquela informação ter escapado da memória.

- Realmente, ainda não sabemos como chegar até a próxima câmara.

- E outra, por acaso ela lhe falou como eles romperam com o Zen?

- Não…

- Então - Thainá se sentou no sofá ao lado dele - Um dos livros mais antigos do Zen, que ele guardava com muito cuidado foi roubado, e ele desconfia que foi alguém da Ars Magna.

- Ele não chegou a descobrir quem foi?

- Não, mas ele tinha certeza que foi alguém de lá.

Foi quando Akin se lembrou de outra coisa.

- Que cara foi aquela quando eu falei da Esme?

- Não é da sua conta garoto, se preocupe com seus problemas, e eu me preocupo com os meus. - Ela levantou de vez e foi em direção ao laboratório novamente.

- E que poção é essa que você tá fazendo?

- Poção? - Ela deu uma boa gargalhada - É suco de laranja.

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