Capítulo 25 - Revelações
- Ei, Mãe, quem te indicou
esse emprego mesmo?
- Ah, foi um amigo de um
amigo, que estava precisando de uma secretária e fez uma seleção.
- E como é o nome desse
amigo, por acaso seria Baron?
A mãe dele o olhou com uma
cara bastante desconfiada.
- Você está andando me
espionando menino? - Falou em um tom bem sério.
- Não, o pai de uma amiga é
sócio do Museu e estava falando comigo pra gente ir lá.
- Amiga, né? Já está
namorando e não me contou nada?
- Ei, não é nada disso, só
saímos pra comer um lanche e conversar nada demais.
- Ah sim, e a tal da Karen, já se esqueceu dela?
- A Karen também é só minha
amiga mãe…
- Sei, você está com muitas
amigas para o meu gosto.
- Sim, estamos marcando
para ir lá no museu, tá bom? No dia eu aviso a senhora.
- Tudo bem, mas não chateie
o Sr. Baron, ele é um homem muito excêntrico, ainda não tive a sorte de o
encontrar com raiva e espero que continue assim.
A pergunta da mãe dele
sobre a Karen o fez lembrar que precisava da caneta que estava com a Thainá,
então ele foi terminar os afazeres da casa que estavam atrasados por ele ter
saído no dia anterior, e foi direto para o quarto tentar acessar a casa do Zen
novamente, mas antes de subir lembrou de uma coisa.
- Mãe, meu pai tá vivo? -
Perguntou de supetão
A expressão dela mudou
drasticamente.
- O que foi isso do nada?
- Eu mereço saber sobre meu
Pai, mãe, você nunca fala sobre ele, nem sei como ele é, não sei se me pareço
com ele, você sempre evita tocar no assunto, acho que eu preciso saber o mínimo
pelo menos, sempre respeitei seu espaço, mas eu também preciso que respeite as
minhas decisões.
- Okay, certo, seu pai
está.
- Por que vocês se
separaram?
- Então… - Ela sentou na
cadeira da mesa da cozinha e começou a lacrimejar. - Éramos tão jovens, tão
apaixonados, mas a família dele era muito rica, e não aceitava nosso
relacionamento, e quando descobriram que ele estava comigo, o mandaram para
outro país, ele não sabe de você e eu nunca consegui entrar em contato com ele.
- Porque você nunca me
contou?
- Porque não queria que
você criasse esperança em o encontrar, eu não faço a mínima ideia onde ele
esteja atualmente, já se passaram 16 anos.
Aquelas palavras o
atravessaram, ele não sabia como se sentir, acabara de descobrir que seu pai estava
vivo, e nem sequer sabe da existência dele, o que ele ia fazer com essa
informação? - Ele se sentou na escada, colocou a mão no rosto e começou a
chorar, a mãe dele levantou da cadeira, correu até ele, o abraçou e passaram
aquele momento juntos, um consolando o outro, até que todas as lágrimas
pudessem escorrer, e enfim poderem juntos as secarem.
- Obrigado por me falar a
verdade.
- Eu que peço desculpas
filho, você não merecia crescer sem um pai, e eu nunca mais me apaixonei por
ninguém, então criei você sozinha, nunca achei que seria um problema, mas sabia
que esse dia chegaria.
- Tá bom - disse secando as
últimas lágrimas que caíram - vou pro meu quarto, preciso descansar.
Akin estava ainda chocado
com a informação, decidiu apenas descansar e tentar a meditação outro dia para
não acabar indo parar em locais desconhecidos, arrumou as coisas para ir ao
colégio no dia seguinte e foi deitar.
Quando caiu no sono, teve
uma sensação diferente, ele se viu saindo do próprio corpo, como se fosse um
“Fantasma” e começou a voar até passar da camada de ozônio, ele flutuava pelo
sistema solar, e seguia em frente, até chegar na constelação de Andrômeda, e lá
foi chegando até chegar à estrela S-And, lá se encontrava um Planeta um pouco
menor que a terra, ele foi até ele e entrou em sua atmosfera, foi descendo bem
rápido até chegar em uma ilha onde ele podia ver bem de longe uma casa branca,
foi descendo até aterrizar em frente a casa, mal conseguia acreditar onde
estava.
Ainda estava um pouco tonto
da viagem, foi andando em direção à casa, abriu a porta e foi logo sentando no
sofá para descansar.
Não conseguia parar de
pensar “Isso foi real? É assim que eu venho pra cá?”, nem reparou que a porta
do porão estava aberta, e Thainá saiu de lá com potes de vidro na mão, fazendo
uma mistura de um líquido de cor laranja.
- Achei que tinha esquecido
de mim - Thainá falou fingindo uma voz fofa.
- Nem começa, preciso
conversar com você.
- Ei, tenha bons modos e
fale comigo direito antes de vir com suas pendências.
- Eu tentei vir antes, mas
não consegui.
- Imagino, aqui não fica
disponível sempre, até porque é um local que está selado pelo Zen.
- E como você está aqui
sempre que eu venho?
- Ah, garoto, me poupe, eu
ajudei a construir isso aqui.
- Thainá, eu preciso da
Caneta que encontramos, eu e a Karen vamos investigar, descobrimos que ela faz
parte da história dos 3 irmãos… - e começou a contar tudo que havia descoberto
sobre o santuário e sobre a caneta com a Karen.
- Alto lá, você acha mesmo
que eu vou te dar a caneta pra você sair por aí brincando de cientista com
aquele pessoal da Ars Magna?
- É preciso, estão tramando
trazer o Ícelo de volta e não podemos deixar que isso aconteça.
- Sim, essa parte eu
entendi, eu não entendi é o que ela quer com esse artefato, se já sabe pra que
serve, não é melhor deixar guardado em um local que poucas pessoas tem acesso?
Thainá parecia um pouco
debochada às vezes, mas ela definitivamente não era burra, tinha razão quanto a
isso, mas era a Karen, ela devia ter seus motivos, pensou ele.
- Mas ela disse que
precisava para poder investigar quais os poderes…
- Nem mais uma palavra, a
caneta não sai daqui, nem adianta insistir - ela falou, interrompendo o que ele
ia dizer.
- E como vamos evitar a
volta do Ícelo?
- Você não está esquecendo
de nada não?
- O que?
- Que precisamos desvendar
o Poema para ter acesso à próxima câmara?
Akin lembrou tudo de vez e
ficou surpreso por aquela informação ter escapado da memória.
- Realmente, ainda não
sabemos como chegar até a próxima câmara.
- E outra, por acaso ela
lhe falou como eles romperam com o Zen?
- Não…
- Então - Thainá se sentou
no sofá ao lado dele - Um dos livros mais antigos do Zen, que ele guardava com
muito cuidado foi roubado, e ele desconfia que foi alguém da Ars Magna.
- Ele não chegou a
descobrir quem foi?
- Não, mas ele tinha
certeza que foi alguém de lá.
Foi quando Akin se lembrou
de outra coisa.
- Que cara foi aquela
quando eu falei da Esme?
- Não é da sua conta
garoto, se preocupe com seus problemas, e eu me preocupo com os meus. - Ela
levantou de vez e foi em direção ao laboratório novamente.
- E que poção é essa que
você tá fazendo?
- Poção? - Ela deu uma boa
gargalhada - É suco de laranja.
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