Capítulo 18 - A descoberta do FIM
Akin ficou correu para a porta para ver onde a Thainá tinha ido, foi quando percebeu que já havia anoitecido, nunca tinha visto aquele local daquela forma, o Gorila estava como uma sentinela, andando ao redor da casa, observando cada movimento estranho vindo da floresta, quase sempre eram pássaros que se movimentavam e faziam barulho nas árvores, era tudo muito bonito, as estrelas iluminavam todo o ambiente, ele nunca tinha visto o céu tão estrelado como aquele, uma lua cheia majestosa e imponente brilhava como um Sol noturno, iluminando o ambiente de uma forma que ele chegou a se impressionar como dava pra enxergar tudo tão nitidamente mesmo sem auxílio do fogo, resolveu sair da casa para observar melhor como o ambiente era diferente a noite, quando um vento forte passou e ele percebeu o quanto estava frio, parecia inverno, o corpo tremia, foi quando ele lembrou do treinamento que fez com Za’tar e começou a se concentrar, o corpo foi se aquecendo e ele parou de tremer.
Um vagalume passou próximo ao seu rosto, e ele o seguiu com os olhos,
quando o vagalume pousou num tronco de árvore, ele percebeu que havia vários
outros, formando uma nuvem de luzes em direção ao Sul da floresta.
“Era sobre os 3 irmãos, criadores desses
universos. Existem várias lendas e teorias, nenhuma delas dão respostas muito
claras, mas ele dizia que precisava saber mais sobre essa história, por conta
do que ele descobriu em uma construção antiga que fica ao Sul daqui.”
A lembrança da conversa com a Thainá veio
forte na mente dele, e seguiu em direção
aos vagalumes, conforme foi se aproximando os vagalumes iam se afastando, mas
uma nuvem deles continuavam entrando na floresta, e os seguiu, era um terreno
acidentado, difícil de andar, muitas raízes grandes dificultavam as passadas,
foi prosseguindo com dificuldade, até chegar num momento que sentiu como se
tivesse atravessado uma cortina, o corpo dele se esbarrou em alguma coisa que
não via, mas sentia atravessando o corpo, algo que parecia água, mas não
molhava e nem tinha temperatura. Depois da sensação estranha, voltou a atenção
para os vagalumes que estava seguindo, mas o que viu não foi vagalumes, foram
pequenas borboletas de diversas cores, com asas que brilhavam, algumas em tons
verdes, outras vermelhas e outras poucas em tons azuis. Continuou seguindo-as,
até o ponto onde encontrou uma estrutura que parecia um mausoléu.
Era uma estrutura grande, toda em mármore branco, com diversas
inscrições em grego na parte de cima da porta, havia um escrito traduzido na
parte de baixo, certamente tendo sido escrito posteriormente. “É aqui que se
descobre o F I M”, Akin parou, pensou duas vezes se ia entrar depois de ter
lido aquela mensagem que soou como uma advertência, mas não notou nada perigoso
então resolveu continuar. Quando chegou perto da porta, para sua surpresa ela
não abriu, resolveu então dar a volta no ambiente e continuar explorando, o que
sustentava a estrutura eram colunas de mármore, algo feito com muita perícia,
era muito bonito.
Uma das borboletas passou próximo do seu rosto novamente, novamente
seguiu com os olhos, ela tinha um tom azulado, foi quando ela começou a voar em
círculos, para sua estranheza, quando chegou perto ela seguiu em direção à
frente da estrutura, ficou parado observando, e ela voltou a voar em círculos,
voltou a seguir, e ela continuou a voar desta vez em direção ao pé da coluna
que ficava à esquerda da porta, e pousou.
Quando Akin chegou perto dela, ela voou, mas deixou a mostra um símbolo
de uma Lua, e embaixo havia umas inscrições em grego, mas bem sujas de terra,
limpou pra ver se identificava alguma coisa, quando notou que também havia algo
traduzido em baixo, novamente parecia algo feito posteriormente.
“No céu o Espelho brilha
A Luz ilumina a floresta
Ao chegar espere a hora
Se puder não tenha pressa
Se a conquistar
Ao chegar no ponto Alto
Uma brecha se abrirá
Terá o segredo revelado”
– Um poema, mas parece indicar alguma coisa - falou em voz alta. Ele
sentou no chão e resolveu tentar entender o enigma.
Depois de um tempo resolveu ir até ao pé da coluna da direita, mas para
sua surpresa havia apenas o texto em grego, sem tradução, ficou um tempo
tentando entender o que fazer, mas já estava cansado, o frio estava o
desconcentrando, a pesar de ter aprendido a técnica, quando não prestava
atenção no corpo, o frio voltava e levava um tempo até voltar a aquecer o corpo
novamente, quando finalmente parou de tremer a borboleta azul passou novamente
em frente ao seu rosto, e percebeu que não era uma borboleta, parecia um
pequeno ser humano, com asas de borboleta, mas passou tão rápido que não
conseguiu distinguir os detalhes, a criatura voou em direção ao céu, foi quando
a Luz da lua refletiu direto em seus olhos. “A Luz da lua não é dela, é do Sol,
ela é o espelho” - pensou, e voltou ao poema para ler novamente.
– Certo, ponto alto, a hora deve ser meia noite, quando a lua chegar no
seu ponto mais alto - Correu para frente da estrutura, não estava com relógio,
mas percebeu que quando ficava na frente exata da construção de mármore, dava
pra ver a lua quase alinhada com uma estátua em cima dela.
Era uma mulher.
– Se a conquistar… - pensou em voz alta.
Quando a Lua e o Arco que a Estátua segurava se alinharam, a luz dela
refletiu na ponta da flecha, que refletiu no meio na porta de mármore, fazendo
a porta abrir, revelando uma câmara com uma outra estátua no centro. Akin se
animou por ter acertado o enigma e correu para entrar na Câmara.
Quando entrou, deu de cara com uma inscrição: Δήμος Ονείρου na parte
mais alta da abóbada da Câmara, não sabia do que significava. Olhou com mais
atenção para a estátua no centro, era um homem, muito bonito de vestes longas,
com um olhar assustador, ao redor dele, várias criaturas monstruosas o
acompanhavam, um Leão com Asa de Águia, calda de Escorpião, patas traseiras de
bode, urrava imponente a sua direita, e uma Hidra com 9 cabeças quase parecia
se mover a sua esquerda. Em sua mão direita havia uma Máscara, e em sua mão
esquerda havia um pergaminho. Akin se aproximou e pegou o pergaminho, foi
quando tudo escureceu.
Ele ouvia gritos, pedidos de socorro, mas não conseguia enxergar nada,
tentava correr, mas seus pés não se movia, tentava gritar mas sua voz não se
ouvia, tentou de tudo para sair dali, mas nada parecia surtir efeito, sentiu
como se formigas tivessem começado a subir pelo seu corpo, mas não conseguia
fazer nada para as impedir, ouvia latidos ao longe, uivos, aves gralhando, e
aos poucos foi ficando sem ar, estava perdido na escuridão, não havia luz, não
havia forma, sentiu um medo tão forte que seu corpo começou a tremer, não
conseguia mais identificar se era frio ou simplesmente o medo mais
aterrorizante que sentiu na vida, começou a cair, uma queda que parecia não
haver fim, um frio no estômago como quem está prestes a chegar ao chão, mas o
chão nunca vinha.
Sentiu algo forte o segurando no braço, e sentiu o seu corpo ser
arrastado, começou a se lembrar da inscrição, em cima da porta da câmara, sua
consciência se esvaiu e apagou.
Um aroma forte de perfume o acordou e respirou como alguém que tivesse
acabado de sair de um afogamento, recobrou a consciência, estava deitado no
sofá da casa do Zen, Thainá com um frasquinho de vidro numa mão, uma pequena
rolha na outra, com um olhar de preocupação e o gorila enorme logo atrás dela
sentado.
– Noite intensa, docinho? - Falou Thainá rindo.
– O que aconteceu? - Perguntou Akin com a voz falha e muito fraca.
– Aconteceu você fuçando onde não deveria. - respondeu ela. - E quase
você não estaria aqui pra me contar onde você encontrou isso mostrando o
pergaminho.
– Encontrei na mão de uma estátua. - respondeu.
– E você achou sensato pegar? - Questionou ela, preocupada.
– Eu tinha acabado de descobrir como entrar lá, não imaginei que teria
problemas.
– Eu te avisei que aqui não era completamente seguro, a casa é segura,
porque foi feita assim, mas a floresta não, tem todo tipo de criatura por aí.
– Enfim, descanse para aguentar a viagem de volta pra casa, do jeito que
está não vai a lugar nenhum, vou dar uma olhada melhor nisso e depois
conversamos. - Respondeu ela levantando e indo em direção ao laboratório no
porão.
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