sexta-feira, 16 de maio de 2025

Capítulo 19 - Revelando o Pergaminho Sagrado

 

Capítulo 19 - Revelando o Pergaminho Sagrado


        
Akin se levantou com dificuldade do sofá, ainda estava debilitado depois da péssima experiência que teve na câmara, foi até o gorila e o alisou.

– Foi você quem me salvou né? Vou lhe chamar de Kong.

O gorila assentiu, e abaixou a cabeça, como um sinal de respeito.

– Bem, agora preciso ver o que a Thainá está aprontando.

Foi em direção ao alçapão e começou a descer as escadas que dão acesso ao laboratório, se movia ainda com dificuldade, o corpo estava fraco, mas estava curioso em saber o que aquele pergaminho continha de tão valioso para estar tão bem protegido.

– Então o que tem nele?

– Você ainda não deveria estar se movendo, tem que ficar em repouso, sente aqui - Puxou uma cadeira e pôs Akin sentado, enquanto voltava para a mesa para analisar o pergaminho. - Ainda estou traduzindo, está em Grego antigo, preciso de um tempo até concluir, mas há uma imagem. e a frase inicial diz: O mundo é algo vivo e luta para atingir a perfeição que é Deus.

– E o que isso significa?

– Precisamos traduzir o resto do pergaminho, é apenas um fragmento, você sabe grego antigo?

– Claro que não, ainda estou no ensino médio.

Thainá deu de ombros, foi até um pequeno armário, pegou um Bico de Bunsen - um pequeno artefato que parecia uma mini boca de fogão usado em laboratórios - pegou um recipiente de vidro, misturou algumas soluções dentro dele, colocou algumas plantas, e quando ferveu, colocou a mistura em uma xícara.

– Beba!

– O que é isso?

– Uma mistura de ervas para fazer você se recuperar mais rápido, suas energias foram quase que completamente drenadas, e agora me diz, onde exatamente você estava?

Akin começou a descrever a Câmara de mármore que havia encontrado ao sul da floresta.

– Mas isso não está certo, não é essa câmara que está lá.

– Como assim?

– A Câmara que está lá é uma câmara diferente da que você descreveu, e ela não foi aberta. Eu e o Zen fizemos de tudo para abri-la, mas todas as tentativas foram em vão, chegamos a conclusão que ela é um pequeno santuário dedicado a Apolo, e que você descreveu claramente é um dedicado a Ártemis.

– Mas com é possível haver duas construções diferentes no mesmo lugar?

– Não é, isso significa que você estava em outro lugar, mas não sei onde. porque conheço toda essa região e não há outro santuário além do que eu lhe descrevi.

– Vamos lá então, eu te mostro - Ao dizer isso, Akin sentiu um frio no estômago e um pequeno arrepio.

– Não, você precisa descansar, depois podemos ver isso com mais calma, agora eu preciso terminar de traduzir o resto do texto. - Thainá falou calmamente, percebendo a tensão dele, ao lembrar do ocorrido.

Os dois passaram um bom tempo lendo o texto, Thainá fazia a tradução acompanhada com alguns livros em gregos, um dicionário e outros textos para fazer paralelos e ter uma tradução mais fiel possível do texto original.

O Grande magnetizador
 Repousa em seu manto noturno
 O Mestre das artes do amor
 Colore o mundo Diurno

Ao levantar acorda o mundo
 Com sua visita passageira
 Quando o espelho vai embora
 Que ele vê sua beleza

– Acho que consegui traduzir, é um poema, mas parece querer dizer algo.

– Sim, é parecido com o outro que me deu acesso à câmara.

– É UMA CHAVE. - falaram juntos em uníssono.

– Precisamos ir lá para abri-la.

– Despreparados? Alto lá rapazinho. - Precisamos investigar essa imagem, não parece haver relação com o texto.

– Mas parece que não tem nada que mostre o que ela significa. - Akin se levantou para tentar olhar o pergaminho mais perto, mas com o corpo ainda debilitado se desequilibrou e deixou a xícara cair em cima da mesa por estar muito quente, o líquido caiu inteiro em cima do pergaminho.

– O QUE VOCÊ FEZ? - gritou Thainá.

Para a surpresa de ambos, o pergaminho não molhou, quando ela o retirou da meleira que Akin havia feito, o pergaminho estava intacto, mas curiosamente havia aparecido uma inscrição embaixo da imagem, mas demorou um pouco e a inscrição apagou.

– Você viu aquilo?

– Sim, mas apagou novamente.

Thainá pegou o líquido com um pano, e passou devagar em cima do local onde havia aparecido a inscrição, mas não surtiu efeito.

– O que tem de diferente?

– Eu deixei cair porque estava quente.

– Calor!

– Ela pegou o pequeno fogão portátil, o acendeu e aproximou o pergaminho novamente, e curiosamente as letras voltaram a aparecer.

– O que tem escrito?

– Calma, também precisamos traduzir.

– Ela pegou uma caneta e transcreveu em outro papel.

Demorou um pouco e falou.

“A Harmonia das Esferas”

– Será que tem mais algo escondido?

Ela pegou o pergaminho e foi encostando no fogo novamente, buscando mais algum segredo.

Foi quando mais letras foram aparecendo por toda a imagem.

– São musas, os astros e Apolo. - Concluiu Thainá. - A situação mudou, temos que ir para o santuário imediatamente.

– O que aconteceu?

– Se isso é o que eu penso que é, temos que descobrir imediatamente se tem alguém por trás de tudo isso.

– Fique aqui por um momento. - Ela foi até um armário, pegou um frasco de vidro dessa vez puro. - Volto em alguns minutos. Falou subindo a escada correndo.

Akin nem pensou em a acompanhar, continuava muito desgastado, foi devagar até a mesa e continuou a analisar o pergaminho, ficou intrigado com o que havia feito ele desmaiar, o misterioso objeto ficava quente na mão dele, e  tinha certeza que não foi o objeto que drenou suas energias, algo parecia não se encaixar.

Minutos depois Thainá volta com o frasco cheio.

– Beba.

– Calma aí, o que é isso?

– Água da fonte sagrada, vai lhe dar energia ao menos pra poder me acompanhar, acho surpreendente o fato de ter conseguido abrir o santuário, eu não estou muito satisfeita com a ideia, mas eu preciso de você.

Akin olhou pra ela sorrindo.

– Ah! Agora você precisa de mim?

– Anda logo garoto, não temos tempo a perder.

Akin riu e ao beber a água do recipiente sentiu um calor percorrer por todo seu corpo, era como se tivesse tomado um chá bem quente, o corpo foi esquentando e começou a suar pela temperatura elevada do mesmo. Aos poucos foi ficando com mais vigor.

Aguarde aqui enquanto eu pego meu equipamento.

Ela voltou um tempo depois com uma bolsa presa à perna, uma adaga presa na outra coxa, vestia um Jeans curto, uma regata vinho, e um colar dourado fino com uma pequena pedra rubra como pingente. usava um bracelete dourado no braço direito. Admirou a beleza dela por um momento.

– Ei? Foco, vamos!

Ele estava como se vestia quase sempre, calça jeans, all star e uma camisa preta sem estampa.

“Preciso melhorar meu guarda-roupas, pensou”

Saíram da casa e foram em direção a trilha que Akin havia ido mais cedo, era quase manhã.

– Você disse que dentro da câmara que você entrou havia a estátua de um homem, certo?

– Sim, com um animal que parecia ser uma Quimera do lado esquerdo, e uma serpente de várias cabeças do lado direito. Porque?

– Estou com um mal pressentimento, eu e o Zen imaginamos que era um santuário dedicado a Apolo quando o encontramos, e era o que tudo indicava, mas se o que você encontrou não era um dedicado a Ártemis, como aparenta por fora, isso significa que esse também não é dedicado a Apolo, e se não é a Apolo, a quem seria?

Quando chegaram próximo ao local que Akin havia visitado, ele sentiu novamente a sensação de “atravessar” uma cortina.

– Você sentiu isso?

– Isso o quê? perguntou Thainá intrigada.

– Uma sensação estranha.

– Você está cansado.

– Não é isso, também senti essa sensação da última vez que estive aqui. foi como se eu tivesse atravessado alguma coisa.

Ela olhou para ele intrigada.

– Depois você me fala mais sobre isso, vamos adiantar.

Seguiram em frente até chegar no santuário.


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