terça-feira, 1 de abril de 2025

Capítulo 05 - Inesperado Encontro

 

Capítulo 05 - Inesperado Encontro

Percebeu o quanto era importante ter cautela com as coisas que fazia naquele novo mundo quando notou que a última experiência o deixou com ansiedade novamente, mas os bons resultados continuaram, costumava deixar tudo em seu devido lugar, tinha aprendido a cozinhar nos últimos dias, nunca havia se interessado por isso antes, mas a alegria agora era tão frequente que tinha prazer em aprender coisas novas, terminou de se arrumar e foi para o colégio.

            – Ei Akin, quer jogar videogame mais tarde? – Perguntou chiclete. – Menino alto, magro que estava sempre com uma goma de mascar na boca.

            – Não to muito afim, tenho que ajudar minha mãe a cozinhar.
           
            – Ah cara, para com isso, tu vai passar a manhã toda cozinhando? – Júnior, um amigo corpulento, alto, com algumas espinhas no rosto, perguntou em tom de deboche.
           
            – Cozinhando e cuidando das plantas. – Rebateu.

– Fala sério, vamos jogar cara, consegui o novo Fifa, está muito irado, os jogadores tem umas skills novas, é muito incrível.

– Outro dia marcamos…

– Falando assim você ta parecendo uma mulherzinha.

Akin olhou revoltado para o Júnior e quando foi para cima dele, uma mão pegou em seu ombro.

– Não precisa fazer isso, vamos…

Rafaela, uma das poucas pessoas que simpatizava com o Akin, o chamou para o pátio.

– Você é muito fofo Akin, mas seus amigos não, melhor evitar alguns assuntos.

– Eles são chatos.

– Eles não entendem as responsabilidades que você tem.

– Realmente, vamos comer alguma coisa, o intervalo está prestes a acabar.

            Depois das aulas foi para casa, sua mãe havia comprado o Kit que ele pediu, era um bem econômico, com 4 pequenas ferramentas que serviam para auxiliar a mexer na terra e para mudar as plantas de vasos.

– Obrigado mãe.

– Por nada, meu bem, só veja se tem ideias mais econômicas se não o bolso da sua mãe não vai aguentar. – Falou rindo.

Passou a cuidar das plantas da mãe dele, ela andava achando estranho o comportamento do filho que sempre andava tristonho, agora passava os dias animado, sempre que perguntava o porquê da felicidade, respondia que havia aprendido a gostar de sua própria companhia.

Quando terminou de testar as ferramentas foi para o quarto, tudo pronto para meditação, havia uma aura diferente no ar, conseguia sentir que sua respiração estava um pouco acelerada, mas ignorou e se sentou para meditar novamente.

A sensação estranha de estar caindo pra cima veio com uma intensidade muito forte dessa vez, e não, estranhamente não estava em frente à casa de madeira branca como de costume, era um local completamente escuro, ao contrário da primeira meditação, estava tudo preto, sentiu o coração batendo bem forte dessa vez, não era uma sensação agradável como das últimas vezes, não sabia o que fazer, uma sensação de claustrofobia, um medo crescia, até que surgiu um espelho em sua frente e de dentro dele saiu uma figura que já havia conhecido em outro momento.


– Olá Akin, vejo que progrediu bastante desde a última vez que nos encontramos.

– Zen? O que faz aqui? Porque me trouxe pra cá?

– Primeiro você precisa entender que esse ambiente é só mais um dos inúmeros ambientes existentes nesse universo, assim como o local que você costuma frequentar. – Zen respondeu calmamente.

– Como assim? Há outros locais?

– Sim, são diversos, em um número que eu não arriscaria calcular, mas não foi eu que o trouxe aqui, esse ambiente não é totalmente seguro, há alguns riscos e você deve estar sempre atento para não acabar entrando em locais que não deveria.

– Entendi, o que são aqueles animais que eu encontrei? - Perguntou Akin.

– Depende, alguns são guias, outros são guardiões que protegem o ambiente que eles guardam.

– Entendi, como eu faço pra sair daqui? Esse lugar me dá calafrios.

– Primeiro você precisa entender porque você veio parar aqui, não foi eu que lhe trouxe, eu só vim lhe dar alguns conselhos pois acompanhei sua evolução.

– E como eu faço isso? Akin perguntou já aflito.

Zen tirou uma vela do bolso. Pôs no chão e a acendeu, a vela refletiu no espelho.

– Agora sente-se reflita sobre seu dia e deixe sua mente leve, a resposta virá, agora eu preciso ir.

Zen entrou novamente no espelho e desapareceu. Akin começou a pensar sobre seu dia, começou a notar que por estar tão feliz, passou a ignorar as coisas negativas do seu dia a dia, tudo precisa de equilíbrio, e olhar apenas para as coisas boas o fez esquecer de dar atenção ao que lhe deixa triste, o sentimento ignorado cresceu a ponto de quase o adoecer.

            Agora que havia entendido, só precisava aprender a sair dali, pensou em como queria voltar para casa na floresta para explorar o resto dos locais, quando percebeu, o espelho virou um portal que levava diretamente para frente da casa de madeira, levantou, atravessou o espelho e pronto, conseguiu sair.


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