quarta-feira, 23 de abril de 2025

Capítulo 11 - Sonho ou Viagem?

 

Capítulo 11 - Sonho ou Viagem?

Akin passou muito tempo lendo sobre todos os tipos de Pedras, Talismãs e similares, até que cansou decidiu deixar o assunto de lado e continuar seus afazeres como de costume, ao voltar do colégio passava na loja para visitar Karen.

– Que tal um açaí hoje?

– Não está um pouco tarde?

– Que tal um lanche?

– Pode ser, preciso ir para casa estudar – Explicou a Karen.

Toda vez que se encontravam, iam em algum lugar fazer um lanche ou visitavam algum local turístico da cidade, essa noite foram ao centro cultural que ficava próximo da loja da família dela, não conversaram muito, e notando o clima estranho decidiu ir para casa mais cedo.

– Nos vemos amanhã?

– Pode ser. – Ela respondeu um pouco distante.

Era uma noite chuvosa e decidiu ir dormir mais cedo por conta do tempo e do frio, arrumou o quarto, deixou tudo organizado para ir pro colégio no dia seguinte e foi se deitar, depois de um tempo na cama despertou de um cochilo, mas estranhamente não estava na sua casa, estava em um local com paredes rochosas, era meio úmido apesar de confortável, estava em uma cama de madeira ornamentada com vários desenhos de animais, havia uma mesa de canto e um armário pequeno com gavetas e um espelho médio em cima.

Levantou, andou um pouco no quarto observando a claridade do sol nascente entrando pela janela, e quando chegou perto pra ver melhor havia uma paisagem deslumbrante que dava para uma floresta bem verde, foi quando a porta abriu e alguém entrou.

– Enfim você acordou - Falou uma voz conhecida.

– Você não me falou seu nome da última vez que nos encontramos.

– Pode me chamar de Za'tar.

– Certo… Como eu vim parar aqui? Eu não fiz nada dessa vez.

– Te chamamos para vim para você vim de forma mais segura, enfim, vamos adiantar porque você precisa treinar.

– Como assim?

– Você precisa de treinamento para não sair por aí sem saber o que fazer.

– Não gostei muito da ideia de vir sem ser avisado, melhor eu ir pra casa.

– Você irá na hora certa, não precisa se preocupar por enquanto, para que você não tenha mais experiências desagradáveis como eu sei que teve a um tempo atrás você precisa treinar, ou vai querer sair por aí de qualquer jeito novamente?

Akin ficou um tempo parado pensando, depois de ponderar lembrou das últimas experiências e decidiu aceitar o treinamento, logo que saíram do quarto eles passaram por um corredor rochoso e saíram na sala em que Esme ficava.

– Olha só quem veio nos visitar - falou Esme sorrindo

– Bem, não foi exatamente uma visita.

– Não se apegue aos detalhes da viagem, apenas siga o Za'tar, ele será seu instrutor.

– Instrutor de que?

– Vamos, ao chegar no campo eu lhe explico melhor.

Deram a volta na casa e entraram na floresta verde, depois de um tempo seguindo a trilha deram de cara com uma cachoeira.

– Enfim, antes de ir para o campo, você vai ter que treinar seu corpo aqui.

– Como assim?

– Tire a camisa e vá para baixo da queda d'água

– E o que isso vai me ajudar?

– Em breve você descobrirá

Assim que Akin tocou na água sentiu um frio fora do comum, a água da cachoeira era muito mais gelada do que a água da praia a qual já estava acostumado, e quando entrou na queda d'água não melhorou muito.


– Tá muito frio aqui

– Exatamente, você vai ter que aprender a controlar a temperatura do seu corpo

– E como eu vou saber que tá dando certo?

– Quando você parar de tremer - Za’tar falou rindo

– Tá, mas como eu faço isso?

– Foca na respiração, sinta a energia fluindo pelo seu corpo, imagine uma fogueira pequenina no seu estômago, e imagine o calor dela fluindo pelo seu corpo.

– Tá certo, vou tentar

Passou um bom tempo tentando se concentrar mas a água gelada não ajudava muito, depois de muito tempo já cansado, conseguiu se acostumar com a temperatura da água e focar na região do abdômen, fez como Za'tar pediu e aos poucos seu corpo foi parando de tremer, sentiu o corpo esquentando, foi como a água tivesse esquentado e seu corpo começou a se acostumar com a sensação, quando deu por si, levantou para falar com o seu mestre e logo percebeu a água ficar bem gelada e seu corpo começou a tremer novamente.

– Percebeu, né?

– Sim, a água ficou gelada novamente, mas estava quente agora pouco.

– Sim foi porque você conseguiu unir a sua energia com a da água e assim que esse laço se desfez, você notou a mudança da temperatura.

– Estranho é que eu estou sentindo fome, como isso é possível

– É possível porque você está aqui. E para manter sua energia estável, você precisa se alimentar. É o básico da sobrevivência.

– Como isso é possível?

– Inicialmente você achou que estava sonhando, mas o fato é que você estava viajando.

Akin ficou um tempo tentando entender o que acabou de ouvir e como aquilo era possível, quando foi interrompido pelo barulho do seu estômago e o frio fora do comum.

– Vamos, você precisa se alimentar

– Para onde vamos?

– Você faz muitas perguntas, tente sentir mais a experiência, andemos

Saíram do Rio e entraram em outra trilha, dessa vez um pouco mais pedregosa com um caminho mais difícil e acidentado, a brisa que passava parecia mais quente e a temperatura estava bastante agradável. Conforme andavam as árvores se tornavam arbustos e podiam se ver várias construções em pedras brancas, casas, pequenos templos, à medida que iam entrando na estranha cidade, começava a ficar claro que se tratavam de ruínas de um lugar que a muito tempo atrás foi uma cidade.

– Que lugar é esse? - perguntou Akin

– Trata-se de Ruínas de um reino a muito tempo esquecido, mas o que tem de antigo, tem de importância.

– Como assim?

– Em resumo, aqui foram criados os alicerces do que hoje chamamos de civilização.

– Mas não parece tão antiga, tem muita coisa em perfeito estado.

– É um dos mistérios desse lugar, tudo aqui foi muito bem feito, de modo que fosse pra durar, mas também que respeitasse o ambiente ao redor, e desse modo se preservou mesmo sem a população para fazer a manutenção

 – Isso é incrível, mas cadê todo mundo?

 – É o que pretendemos descobrir.

Akin preferiu não fazer tantas perguntas por hora, porque avistou um alojamento que havia um grupo de pessoas sentadas próximas a uma fogueira e também havia comida, foi muito bem recebido pelas pessoas que estavam ao redor, estava com tanta fome que não prestou muita atenção nelas, foi apenas aceitando a comida, depois de satisfeito Za’tar se aproximou.

– Venha, lhe apresentarei para nossa Arqueóloga, coordenadora de pesquisa.

Foram em direção a uma tenda muito bem erguida, era grande, com um material na cor bege, bastante imponente para uma simples tenda, se aproximaram e entraram, Akin ficou admirado como era tudo muito bem organizado, livros em estantes pequenas, porém precisamente alinhadas com o material de laboratório - usado para investigar os achados, pensou - quando encontraram a Arqueóloga que estava coordenando a equipe, tomou um grande susto.

- KAREN?!

O susto foi tamanho que o fez acordar em seu quarto novamente, completamente confuso com tudo que tinha acabado de viver, porém seu corpo estava estranhamente revigorado, e disposto, teve uma ótima noite de sono.

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