Sempre que for citado aqui "Um Príncipe" deve-se considerar uma pessoa virtuosa, que sempre está preparado para as adversidades e que não depende da Fortuna, ou seja, da sorte para alcançar seus objetivos, essas são as considerações retiradas da obra:
– Um Príncipe deve sempre se esforçar para fazer um bom Reinado (governo), pois se for vítima de um golpe, ele terá aliados leais ou que o amam para o apoiar caso ele deseje retomar o poder.
– Um Príncipe deve
estar próximo dos reinos conquistados, com aliados de confiança, ou indo morar
onde há maior possibilidade de haver rebeliões, pois de perto é mais fácil de
remediar a revolta gastando menos recursos.
– Um Príncipe deve ter
colônias na saída e na entrada dos impérios conquistados, pois assim terá maior
controle sobre sua área.
– A ofensa cometida a
um inimigo deve ser tão grande que não dê ao mesmo a possibilidade de se
vingar.
– Um Príncipe deve se
aliar aos vizinhos menos poderosos e enfraquecer os mais poderosos.
– Um Príncipe deve ter
em mente que os vários aliados fracos valem mais do que um aliado forte.
– Um Príncipe deve
pensar não apenas nos obstáculos/problemas presentes, mas também nos futuros e
fazer o máximo para que não se concretizem. Evitar é melhor que remediar. A
doença no princípio é difícil de se observar e fácil de remediar, mas já
avançada é fácil de observar mais difícil de remediar.
– Um Príncipe nunca
evita uma guerra em benefício próprio, é preferível travar a guerra de uma vez,
a adiá-la, pois o tempo pode favorecer tanto seu lado quanto do inimigo, é
preferível enfrentar de uma vez os problemas a deixá-lo crescer.
– Um Príncipe deve
saber domar o bem e o mal.
– Um Príncipe nunca
deve aumentar o poder do seu potencial inimigo.
– Um Príncipe deve
confiar na própria força a depender da desordem dos inimigos.
– Um Príncipe deve ser
humilde e saber honrar e seguir o caminho dos grandes que o antecederam, pois
na falta de virtude, a imitação dos grandes garante o sucesso.
– Um Príncipe ao criar
um reino novo, terá o fracasso ou o sucesso a depender do tamanho da sua
virtude.
– Um Príncipe tem a
maior chance de manter o reino se não depender apenas da Fortuna, mas depender
sempre da sua Virtude.
– Um Príncipe não
amolece em situações de paz, mas mantém constante vigília sobre o que acontece
para não ser pego desprevenido.
– Um Príncipe que
conquista o reino pela própria virtude tem maior chance de o mantê-lo.
– Um Príncipe deve
aprender a ser sábio e constante.
– Um Príncipe deve ter
as funções bem estabelecidas em seu reino (governo).
– Um Príncipe que
consegue um reino (governo) através da fortuna, consegue fácil, mas
dificilmente se mantém.
– Para se tornar um
príncipe deve-se ter como base os mesmos alicerces que os grandes homens
construíram para também se tornarem príncipes.
– Um Príncipe não
confia em poderes excessivos nem é extremista.
– Engana-se, portanto,
que aos Príncipes os benefícios novos fazem esquecer as injúrias antigas.
– Se um Príncipe tiver
a necessidade de fazer o mal, faça de modo que não tenha que se prolongar e que
o mesmo seja convertido em bem para si e para os súditos.
– Um Príncipe deve ser
temido e amado, mas na ocasião de ter que escolher, é mais preferível ser
temível, pois as pessoas traem quem amam, mas dificilmente traem quem temem.
– Um Príncipe corajoso
tem como base e fundamentos o seu povo, mantendo sempre a desenvoltura e a
disposição de espírito, pois assim sempre terá apoio quando preciso for.
– Um Príncipe deve
sempre ter recursos extras no caso de haver alguma intercorrência, ele tem tempo
para se recompor.
– Um Príncipe deve ter
boas leis, boas armas e bons governadores.
– Um Príncipe deve
comandar pessoalmente as suas tropas.
– Um Príncipe não deve
depender da milícia como sua força principal.
– Um Príncipe que não
reconhece um mal quando ele nasce, não é sábio.
– Um Príncipe deve
ocupar a mente com a guerra, a organização e a disciplina dela.
– Um Príncipe que
deseja a paz se prepara para a guerra.
– Um Príncipe deve
conhecer o seu reino pessoalmente, visitar os locais, entender a natureza para
saber sempre por onde andar e como se organizar.
– Um Príncipe sábio
deve observar e nunca nos tempos de paz permanecer ocioso, mas, com habilidade,
adquirir conhecimentos úteis para as adversidades, para quando a fortuna mudar,
o mesmo se encontre pronto para suportá-la.
– Um Príncipe deve se
preocupar sempre com a Verdade Efetiva (Verità Efetualle) dos fatos e desse
modo se ocupar com o que se faz, não com o que se deve fazer, aplicando o bem
apenas quando necessário.
– Um Príncipe deve ser
ávido e se predispor a cultivar todas as virtudes necessárias para que o mesmo
seja louvável e quem sabe até protegido, mas sem ser extremista.
–Um Príncipe deve
doar-se a poucos, pois assim não confundirá o dar com o desperdiçar.
– É preferível ser tido
como mesquinho sem ser odiado, do que ser visto como um liberal e ser odiado e
desprezado por não saber conter os gastos e bem administrar os recursos.
– Um Príncipe novo deve
agir com rigor, sem medo de ser visto como impiedoso, para que assim ganhe o
respeito dos demais, assim agindo com prudência, sendo destemido, proceder de
modo temperado e com humanidade, para assim não ser muito confiante e nem muito
desconfiado.
– Um Príncipe nunca
abandona um filho.
– Um Príncipe deve na
impossibilidade de ser temido e amado, preferir ser temido, pois os bajuladores
por vezes não amam, e traem, mas quando temem não traem.
– As amizades
adquiridas por interesse não pela grandeza e nobreza da alma tem o seu valor,
mas não servem para todos os momentos.
– Um Príncipe deve ser
temido, mas sem ser odiado, fazendo o mal apenas com justificativa conveniente
e causa manifesta.
– Um Príncipe sabe
melhor não errar, e quando erra, também sabe corrigir os erros.
– Um Príncipe sábio se
apoia no próprio amor, naquilo que é dele, não do que é dos outros.
– Um Príncipe deve
viver de integridade e não de astúcia.
– Existem dois tipos de
guerras, pelas leis e pela força, a dos homens e das bestas, quando uma não é
possível se recorre a outra.
– Um Príncipe foi
educado pelos centauros pois possuem o lado Animal e o lado Racional. A Força e
a Inteligência, O Instinto e a Sabedoria.
– Um Príncipe deve
dominar as duas naturezas, sem uma a outra não dura.
– Um Príncipe tem a
Raposa e o Leão como guias, Raposa para reconhecer os laços e o leão para
amedrontar os Lobos.
– Um Príncipe não
precisa manter a palavra quando acabam os motivos que o fizeram prometer.
– Os Homens são simples
e se deixam levar sempre pelas necessidades presentes.
– Um Príncipe não
precisa sempre cumprir a palavra, mas deve sempre parecer que cumpre.
– Um Príncipe não deve
se afastar do bem, mas deve saber atravessar o mal quando necessário.
– Um Príncipe deve
sempre parecer todo piedade, todo fé, todo íntegro, todo humanidade e todo
religião.
– Os homens julgam mais
pelos olhos que pelas mãos, pois cabe a todos ver e a poucos sentir, todos veem
o que um príncipe aparenta, mas poucos sentem o que ele é.
– Aquele que deixa
aquilo que faz por aquilo que se deve fazer conhece a ruína.
– A Arte da Guerra é
agir de acordo com os meios que se dispõe. Agir de acordo com os meios que se
apresentam.
– Um Príncipe deve
evitar o que o torna odioso e desprezível.
– Um Príncipe deve
cultivar em suas ações a grandeza, animosidade, gravidade, fortaleza e não
voltar atrás com a palavra.
– Um Príncipe deve
temer os súditos e os estrangeiros, mas com boas armas se dão bons amigos.
– O Amor dos Súditos é
conquistado provando-se um benfeitor do povo.
– Um Príncipe deve
deixar para os outros os atos vis e se ocupar apenas com as boas ações.
– Um Príncipe deve
cuidar acima de tudo daqueles que se sentem ofendidos.
– Um Príncipe novo deve
armar o povo, para assim ganhar a sua confiança.
– A Fortuna dá ao
príncipe novo, novos inimigos para que ele tenha a oportunidade de mostrar a
sua força.
– Um Príncipe deve com
astúcia conseguir uma inimizade, para quando o derrotar elevar-se ainda mais.
– Um Príncipe deve ter
como aliado aquele que mesmo não sendo confiável, se empenhe em mostrar
confiança cumprindo as obrigações.
– Um Príncipe que teme
mais o povo que os inimigos de fora devem construir uma fortaleza, aquele que
não teme o povo, deve desfazer-se dela, a melhor fortaleza é ser amado pelo
povo.
– Nada faz um príncipe
tão estimado quanto as grandes empresas e os raros exemplos.
– Um Príncipe deve
orientar suas ações pelo público.
– Um Príncipe deve
causa de si de todas as suas ações um grande homem de inteligência excelente.
– Um Príncipe não deve
se aliar a um mais forte no ataque a outro, para não ficar à mercê do mesmo, um
príncipe deve evitar ficar à mercê de outro.
– Um Príncipe deve
reconhecer a natureza dos inconvenientes e tomar como bom, o menos prejudicial.
– Um Príncipe deve ser
amante das virtudes, acolhendo homens virtuosos e honrando os melhores em uma
arte.
– Um Príncipe deve cuidar
para que os cidadãos cuidem de seus ofícios com segurança.
– Um Príncipe deve
estar ciente das tribos pertencentes no seu estado e sempre que possível estar
com os mesmos, dando sempre que possível, exemplos de humanidade e
generosidade.
– Um homem não pode
julgar nenhum outro se não for da mesma profissão, da mesma forma ninguém pode
doar sabedoria sem ser um sábio.
– É superior a todos
aqueles que sozinho enfrenta as situações, bom é aquele que obedece aos bons
conselhos, mas é de capacidade intelectual inferior àquele que não sabe
aconselhar nem obedecer.
"Entre todos o
melhor é aquele que tudo sabe, bom é o que não sabendo escuta o Mestre, o que
nada sabe e nada escuta tem o juízo turvo e não vale nada."
– Um Príncipe deve
pensar no ministro, honrando-o e dando recursos para que ele se sinta confiante
e não o traia.
– Um Príncipe deve
escolher poucos para que o aconselhem e o digam a verdade, pois se todos os
fazem, desaparecem as diferenças.
– Um Príncipe deve
ouvir os conselhos, mas ponderar por si só e ao seu modo sobre esses conselhos.
– Um Príncipe deve
vedar que outros os dê conselhos não solicitados, mas quando solicitar, ouvir e
ser paciente com a verdade e quando perceber a mentira, deve-se mostrar
ofendido.
– Os homens se deixam
levar mais pelas coisas presentes do que pelas coisas passadas.
– Quando os homens são
bem governados, não procuram e nem querem outra liberdade.
– As defesas são boas,
certas e duradouras quando dependem apenas de nós mesmos e da nossa virtude.
– A Fortuna cega o
espírito dos homens quando não quer que eles se opunham aos desígnios dela.
– Onde os Homens
demonstram pouca virtude, a fortuna demonstra toda sua potência.
– Um Príncipe que se
apoia na fortuna, se arruína quando ela varia.
– Feliz é aquele que
acomoda suas ações na natureza dos tempos.
– A Natureza dos tempos
se acomoda ou não ao modo de proceder.
– Um Príncipe deve se
submeter às circunstâncias, ou seja, a necessidade, mudar a sua natureza
conforme o tempo mude.
– Um Príncipe que se
adapta aos tempos tem sucesso em sua empresa.
– A Fortuna favorece os
audaciosos.
– Justas são as guerras
quando necessária, e piedosas são as armas quando não há mais esperança.
– Um Príncipe deve ser
impetuoso e virtuoso, para assim domar a Fortuna. Sempre se precavendo das
melhores maneiras possíveis para que quando a mesma mudar ele esteja sempre
preparado, ou o mais preparado possível.
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