quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Conclusões sobre O Príncipe - Maquiavel

 Sempre que for citado aqui "Um Príncipe" deve-se considerar uma pessoa virtuosa, que sempre está preparado para as adversidades e que não depende da Fortuna, ou seja, da sorte para alcançar seus objetivos, essas são as considerações retiradas da obra:

– Um Príncipe deve sempre se esforçar para fazer um bom Reinado (governo), pois se for vítima de um golpe, ele terá aliados leais ou que o amam para o apoiar caso ele deseje retomar o poder.

– Um Príncipe deve estar próximo dos reinos conquistados, com aliados de confiança, ou indo morar onde há maior possibilidade de haver rebeliões, pois de perto é mais fácil de remediar a revolta gastando menos recursos.

– Um Príncipe deve ter colônias na saída e na entrada dos impérios conquistados, pois assim terá maior controle sobre sua área.

– A ofensa cometida a um inimigo deve ser tão grande que não dê ao mesmo a possibilidade de se vingar.

– Um Príncipe deve se aliar aos vizinhos menos poderosos e enfraquecer os mais poderosos.

– Um Príncipe deve ter em mente que os vários aliados fracos valem mais do que um aliado forte.

– Um Príncipe deve pensar não apenas nos obstáculos/problemas presentes, mas também nos futuros e fazer o máximo para que não se concretizem. Evitar é melhor que remediar. A doença no princípio é difícil de se observar e fácil de remediar, mas já avançada é fácil de observar mais difícil de remediar.

– Um Príncipe nunca evita uma guerra em benefício próprio, é preferível travar a guerra de uma vez, a adiá-la, pois o tempo pode favorecer tanto seu lado quanto do inimigo, é preferível enfrentar de uma vez os problemas a deixá-lo crescer.

– Um Príncipe deve saber domar o bem e o mal.

– Um Príncipe nunca deve aumentar o poder do seu potencial inimigo.

– Um Príncipe deve confiar na própria força a depender da desordem dos inimigos.

– Um Príncipe deve ser humilde e saber honrar e seguir o caminho dos grandes que o antecederam, pois na falta de virtude, a imitação dos grandes garante o sucesso.

– Um Príncipe ao criar um reino novo, terá o fracasso ou o sucesso a depender do tamanho da sua virtude.

– Um Príncipe tem a maior chance de manter o reino se não depender apenas da Fortuna, mas depender sempre da sua Virtude.

– Um Príncipe não amolece em situações de paz, mas mantém constante vigília sobre o que acontece para não ser pego desprevenido.

– Um Príncipe que conquista o reino pela própria virtude tem maior chance de o mantê-lo.

– Um Príncipe deve aprender a ser sábio e constante.

– Um Príncipe deve ter as funções bem estabelecidas em seu reino (governo).

– Um Príncipe que consegue um reino (governo) através da fortuna, consegue fácil, mas dificilmente se mantém.

– Para se tornar um príncipe deve-se ter como base os mesmos alicerces que os grandes homens construíram para também se tornarem príncipes.

– Um Príncipe não confia em poderes excessivos nem é extremista.

– Engana-se, portanto, que aos Príncipes os benefícios novos fazem esquecer as injúrias antigas.

– Se um Príncipe tiver a necessidade de fazer o mal, faça de modo que não tenha que se prolongar e que o mesmo seja convertido em bem para si e para os súditos.

– Um Príncipe deve ser temido e amado, mas na ocasião de ter que escolher, é mais preferível ser temível, pois as pessoas traem quem amam, mas dificilmente traem quem temem.

– Um Príncipe corajoso tem como base e fundamentos o seu povo, mantendo sempre a desenvoltura e a disposição de espírito, pois assim sempre terá apoio quando preciso for.

– Um Príncipe deve sempre ter recursos extras no caso de haver alguma intercorrência, ele tem tempo para se recompor.

– Um Príncipe deve ter boas leis, boas armas e bons governadores.

– Um Príncipe deve comandar pessoalmente as suas tropas.

– Um Príncipe não deve depender da milícia como sua força principal.

– Um Príncipe que não reconhece um mal quando ele nasce, não é sábio.

– Um Príncipe deve ocupar a mente com a guerra, a organização e a disciplina dela.

– Um Príncipe que deseja a paz se prepara para a guerra.

– Um Príncipe deve conhecer o seu reino pessoalmente, visitar os locais, entender a natureza para saber sempre por onde andar e como se organizar.

– Um Príncipe sábio deve observar e nunca nos tempos de paz permanecer ocioso, mas, com habilidade, adquirir conhecimentos úteis para as adversidades, para quando a fortuna mudar, o mesmo se encontre pronto para suportá-la.

– Um Príncipe deve se preocupar sempre com a Verdade Efetiva (Verità Efetualle) dos fatos e desse modo se ocupar com o que se faz, não com o que se deve fazer, aplicando o bem apenas quando necessário.

– Um Príncipe deve ser ávido e se predispor a cultivar todas as virtudes necessárias para que o mesmo seja louvável e quem sabe até protegido, mas sem ser extremista.

–Um Príncipe deve doar-se a poucos, pois assim não confundirá o dar com o desperdiçar.

– É preferível ser tido como mesquinho sem ser odiado, do que ser visto como um liberal e ser odiado e desprezado por não saber conter os gastos e bem administrar os recursos.

– Um Príncipe novo deve agir com rigor, sem medo de ser visto como impiedoso, para que assim ganhe o respeito dos demais, assim agindo com prudência, sendo destemido, proceder de modo temperado e com humanidade, para assim não ser muito confiante e nem muito desconfiado.

– Um Príncipe nunca abandona um filho.

– Um Príncipe deve na impossibilidade de ser temido e amado, preferir ser temido, pois os bajuladores por vezes não amam, e traem, mas quando temem não traem.

– As amizades adquiridas por interesse não pela grandeza e nobreza da alma tem o seu valor, mas não servem para todos os momentos.

– Um Príncipe deve ser temido, mas sem ser odiado, fazendo o mal apenas com justificativa conveniente e causa manifesta.

– Um Príncipe sabe melhor não errar, e quando erra, também sabe corrigir os erros.

– Um Príncipe sábio se apoia no próprio amor, naquilo que é dele, não do que é dos outros.

– Um Príncipe deve viver de integridade e não de astúcia.

– Existem dois tipos de guerras, pelas leis e pela força, a dos homens e das bestas, quando uma não é possível se recorre a outra.

– Um Príncipe foi educado pelos centauros pois possuem o lado Animal e o lado Racional. A Força e a Inteligência, O Instinto e a Sabedoria.

– Um Príncipe deve dominar as duas naturezas, sem uma a outra não dura.

– Um Príncipe tem a Raposa e o Leão como guias, Raposa para reconhecer os laços e o leão para amedrontar os Lobos.

– Um Príncipe não precisa manter a palavra quando acabam os motivos que o fizeram prometer.

– Os Homens são simples e se deixam levar sempre pelas necessidades presentes.

– Um Príncipe não precisa sempre cumprir a palavra, mas deve sempre parecer que cumpre.

– Um Príncipe não deve se afastar do bem, mas deve saber atravessar o mal quando necessário.

– Um Príncipe deve sempre parecer todo piedade, todo fé, todo íntegro, todo humanidade e todo religião.

– Os homens julgam mais pelos olhos que pelas mãos, pois cabe a todos ver e a poucos sentir, todos veem o que um príncipe aparenta, mas poucos sentem o que ele é.

– Aquele que deixa aquilo que faz por aquilo que se deve fazer conhece a ruína.

– A Arte da Guerra é agir de acordo com os meios que se dispõe. Agir de acordo com os meios que se apresentam.



– Um Príncipe deve evitar o que o torna odioso e desprezível.

– Um Príncipe deve cultivar em suas ações a grandeza, animosidade, gravidade, fortaleza e não voltar atrás com a palavra.

– Um Príncipe deve temer os súditos e os estrangeiros, mas com boas armas se dão bons amigos.

– O Amor dos Súditos é conquistado provando-se um benfeitor do povo.

– Um Príncipe deve deixar para os outros os atos vis e se ocupar apenas com as boas ações.

– Um Príncipe deve cuidar acima de tudo daqueles que se sentem ofendidos.

– Um Príncipe novo deve armar o povo, para assim ganhar a sua confiança.

– A Fortuna dá ao príncipe novo, novos inimigos para que ele tenha a oportunidade de mostrar a sua força.

– Um Príncipe deve com astúcia conseguir uma inimizade, para quando o derrotar elevar-se ainda mais.

– Um Príncipe deve ter como aliado aquele que mesmo não sendo confiável, se empenhe em mostrar confiança cumprindo as obrigações.

– Um Príncipe que teme mais o povo que os inimigos de fora devem construir uma fortaleza, aquele que não teme o povo, deve desfazer-se dela, a melhor fortaleza é ser amado pelo povo.

– Nada faz um príncipe tão estimado quanto as grandes empresas e os raros exemplos.

– Um Príncipe deve orientar suas ações pelo público.

– Um Príncipe deve causa de si de todas as suas ações um grande homem de inteligência excelente.

– Um Príncipe não deve se aliar a um mais forte no ataque a outro, para não ficar à mercê do mesmo, um príncipe deve evitar ficar à mercê de outro.

– Um Príncipe deve reconhecer a natureza dos inconvenientes e tomar como bom, o menos prejudicial.

– Um Príncipe deve ser amante das virtudes, acolhendo homens virtuosos e honrando os melhores em uma arte.

– Um Príncipe deve cuidar para que os cidadãos cuidem de seus ofícios com segurança.

– Um Príncipe deve estar ciente das tribos pertencentes no seu estado e sempre que possível estar com os mesmos, dando sempre que possível, exemplos de humanidade e generosidade.

– Um homem não pode julgar nenhum outro se não for da mesma profissão, da mesma forma ninguém pode doar sabedoria sem ser um sábio.

– É superior a todos aqueles que sozinho enfrenta as situações, bom é aquele que obedece aos bons conselhos, mas é de capacidade intelectual inferior àquele que não sabe aconselhar nem obedecer.

"Entre todos o melhor é aquele que tudo sabe, bom é o que não sabendo escuta o Mestre, o que nada sabe e nada escuta tem o juízo turvo e não vale nada."

– Um Príncipe deve pensar no ministro, honrando-o e dando recursos para que ele se sinta confiante e não o traia.

– Um Príncipe deve escolher poucos para que o aconselhem e o digam a verdade, pois se todos os fazem, desaparecem as diferenças.

– Um Príncipe deve ouvir os conselhos, mas ponderar por si só e ao seu modo sobre esses conselhos.

– Um Príncipe deve vedar que outros os dê conselhos não solicitados, mas quando solicitar, ouvir e ser paciente com a verdade e quando perceber a mentira, deve-se mostrar ofendido.

– Os homens se deixam levar mais pelas coisas presentes do que pelas coisas passadas.

– Quando os homens são bem governados, não procuram e nem querem outra liberdade.

– As defesas são boas, certas e duradouras quando dependem apenas de nós mesmos e da nossa virtude.

– A Fortuna cega o espírito dos homens quando não quer que eles se opunham aos desígnios dela.

– Onde os Homens demonstram pouca virtude, a fortuna demonstra toda sua potência.

– Um Príncipe que se apoia na fortuna, se arruína quando ela varia.

– Feliz é aquele que acomoda suas ações na natureza dos tempos.

– A Natureza dos tempos se acomoda ou não ao modo de proceder.

– Um Príncipe deve se submeter às circunstâncias, ou seja, a necessidade, mudar a sua natureza conforme o tempo mude.

– Um Príncipe que se adapta aos tempos tem sucesso em sua empresa.

– A Fortuna favorece os audaciosos.

– Justas são as guerras quando necessária, e piedosas são as armas quando não há mais esperança.

– Um Príncipe deve ser impetuoso e virtuoso, para assim domar a Fortuna. Sempre se precavendo das melhores maneiras possíveis para que quando a mesma mudar ele esteja sempre preparado, ou o mais preparado possível.

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