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terça-feira, 21 de outubro de 2025

Ensaio Sobre a Diplomacia

    As relações sociais e as amizades como um todo são fruto dos laços que construímos dentro da sociedade, ao conviver com as pessoas em cada grupo social em que o indivíduo se insere, são criados de forma não verbal, modos de tratamentos, esses modos podem ser benéficos, quando há uma relação de respeito entre os mesmos, ou maléficos, quando não há uma noção de harmonia entre as pessoas.

    Visto que há diversos grupos sociais, se faz nescessário uma ética para que as relações se harmonizem, e dentro desta perspectiva a quebra dessa ética, faz com que as pessoas acabem se desentendendo podendo gerar todo tipo de conflito, dentro de um ambiente escolar, por exemplo, quando um aluno decide que é engraçado por um apelido em um colega, mas apenas ele ri, há uma quebra de ética, pois há uma diferença entre rir dos outros e rir com os outros.

    Quando se faz uma brincadeira com um colega, e o colega não gosta, é direito dele ser respeitado, e dever dos colegas respeitar esse direito, porque quando não á o respeito a essa regra básica de convívio, com o passar do tempo o desrespeito pode chegar a um caso de violência.

Mas porque isso acontece?

    Em um ponto de vista oriental, a palavra é energia, e a energia quando direcionada a alguém é absorvida, pode ser de uma forma positiva, ou de forma negativa, quando não há um equilíbrio no que está sendo dito, é possível que a pessoa receba um excesso de energia, tanto positiva, quanto negativa, e essa é a raiz do problema. A energia acumulada se tornam sentimentos, e esses sentimentos quando são reservados e guardados por muito tempo, necessitam ser extravasados de algum modo em algum momento, até porque que o que dá vida ao ser humano é a energia, a energia é o que diferencia um corpo animado (vivo) de um corpo inanimado (não-vivo), e dentro dessa perspectiva, a energia ela pede pra sair em algum momento.

    Nos casos de Bullying, os alunos que são assediados e que sofrem esse tipo de tratamento negativo por muito tempo, quando não há uma resolução rápida do problema, em algum momento ele pode acabar partindo pra uma atitude grave por não saber como direcionar aquela energia acumulada, por isso é nescessário que exista uma rede de apoio de amigos, familiares e adultos responsáveis para estar direcionando e orientando esses alunos para evitar tragédias.

    A Prática de esportes é uma ótima forma de extravasar energias negativas acumuladas, mas geralmente pessoas que tem esse tipo de suporte e práticas são mais comedidas e sabem como se comportar e reverter situações, mas pessoas que não tem esse tipo de apoio, ficam perdidas, e podem acabar quando não extravasando na violência, ter uma doença psicossomática.

    A conclusão é que é importante, denunciar ou pedir moderação quando presenciar esse tipo de prática, e também prestar apoio às pessoas que estejam do outro lado da situação.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Capítulo 64 - O Caminho do Averso

 Ao entrar, a senhora os convidou para sentar enquanto preparava um chá, Onirê reparou que era uma casa luxuosa comparado ao resto da cidade, porém de arquitetura simples, ela lembrava alguém que ele conhecia, mas não conseguia se lembrar quem.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Capítulo 63 - Cidade dos Girassóis




Onirê, Thaina e os três amigos foram desceram do navio e foram caminhando pela trilha de estrada de chão e ao chegarem em uma parte da trilha viram um borrão amarelo enorme, que parecia ao longe uma linha amarela no horizonte, conforme se aproximavam notaram que se tratava de um enorme campo de girassóis que conforme eles se aproximavam, mas cresciam.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Capítulo 62 – Interior do Reino Onírico


   Era um dia mais ensolarado, Onirê e Thainá já estavam tranquilos, eles haviam conversado com o Capitão que os informou que já estavam perto do porto mais próximo da cidade, enquanto fazia um de seus treinamentos diários com o Quiron, algo estranho aconteceu, um peixe enorme, com uma carapaça enorme na cabeça, bateu de frente com o navio, fazendo um tombo enorme, quase todos  que estavam desprevenidos caíram com o susto, os mais corajosos foram enfrentar a enorme fera, enquanto a outra parte da tripulação correu par um local mais tranquilo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Capítulo 61 – Tempo no mar


 


Onirê, tentou voltar a dormir e quando finalmente conseguiu, acordou novamente em um quarto,
feito de pedras pesadas, era um local muito confortável, demorou um tempo ali ainda
confuso com o que havia sonhado, mas ele não estava em casa, o que o deixou um pouco
chateado, nem tinha dado tempo de pensar no que tinha acontecido, a porta do quarto
de repente se abriu.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Capítulo 60 – Sonhando outra realidade

 





Capítulo 60 – Sonhando outra realidade

- Há outro local como esse no mundo físico, correto?

- Sim... Mas quem é você? – Onirê perguntou com uma estranheza, tanto pela criatura que alí acabara de entrar, um ser completamente imponente, mas confortável como se já conhecesse o local a eras.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Capítulo 59 – Interior de uma nova realidade



Capítulo 58 – Interior de uma nova realidade

Por muito tempo, Morpheus, ao invés de estar olhando para os seres humanos e suas demandas no seu período afastado de seu Avatar, ao identificar a corrupção contida em boa parte dos homens, decidiu fazer uma viagem aos próprios antepassados, decidiu mergulhar em sua própria imensidão e conhecer as entidades que a muito tempo dormiam, visto que é a fé do Homem quem mais fornece poder aos deuses, e quanto mais esses são esquecidos, mais eles enfraquecem, mas não deixam de existir, e sendo assim, seus olhos voltaram para aqueles que a muito foram esquecidos, mas que ainda residiam na imensidão da noite, muito, mas muito distante de seus avatares, nessa região da imensidão do universo ele conheceu entidades tão antigas quanto o próprio tempo, de civilizações tão remotas quanto a própria religião, Sabendo a origem dos povos que eram devotos a ele, em sua busca, ele se distanciou dessa raiz, se conectando a entidades de povos que foram muito prejudicados por outras civilizações, sabia que a briga com seu irmão era algo tão humano, que fez ele se compadecer com as dores daqueles que foram esquecidos, assim como ele agora também estava, era nisso que ele pensava enquanto fazia a viagem ao sono do Jovem Onirê.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Capítulo 58 – Momento In Illo Tempore



- O que você estava fazendo? – Morpheus perguntou ao Ícelo.

O Ícelo entrou imponente com suas vestes do manto negro longo cobrindo os pés, com adornos dourados por toda borda do manto num salão com cerca de 70 metros de comprimentos, com colunas de mármore Branco em toda sua estrutura, o chão era inteiramente de mármore negro, e abóboda do local era com um vitral emulando as constelações dos 12 Signos.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Capítulo 57 – O Grande Hack

 


Onirê Acordou da Meditação.

“A quanto tempo eu estou aqui parado?”

O Sensei tinha acabado de abrir os olhos e os mandou levantar.

- Por hoje é o suficiente.

- Quanto tempo estamos aqui? – Perguntou ao Magno

- Acho que a uns 30 minutos.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Capítulo 56 – Sob o Castelo

 



Capítulo 56 – Sob o Castelo

Antes de amanhecer em Tekohá, Esme e Za’tar estavam andando pelos corredores do Castelo dos Coelhos, eles foram até o nível mais baixo do castelo onde só havia as câmaras onde os soldados guardavam suas armas e vestimentas, e em um desses corredores era sem saída, ela tateou até encontrar uma pedra com 3 marcas em alto relevo do tamanho de um polegar, e entoou um cântico em uma linguagem antiga, as pedras se moveram revelando uma escada em espiral que descia e dava para um corredor longo.

- Têm certeza que quer fazer isso? – Za’tar perguntou aflito, o que não era do seu costume.

- Não há outra escolha, as escrituras não mentem, os antigos sabiam que esse momento chegaria e meu pai confiou isso a mim.

Ao chegar no final do corredor, havia uma porta com os 3 Símbolos do Fântaso, Ícelo e Morpheus estampados na porta.

- Antes de entrar precisamos do último item. – Falou para o Za’tar solicitando a bolsa que o mesmo segurava.

- Mas como? Você só está com a Caneta.

- Não exatamente. – Ela abriu um pequeno baú igual ao que guardava o Colar que deu a Onirê.

- Você criou uma réplica?

- Sim, com poderes mágicos, mas muito mais fraco que esse, não poderia deixar um item tão valioso nas mãos de uma pessoa inexperiente. – Ela respondeu friamente, mas com certa inquietação, não gostava de mentiras, mas era o trabalho dela.

- E a máscara? – Za’tar perguntou.

- Essa é a parte divertida. – Esme sorriu. Pegou alguns itens na bolsa e fez uma porta desenhada com um giz roxo na parede, entoou alguns cânticos e então a porta se tornou útil como uma porta normal.

Demorou uns dois minutos até que a porta se abrisse e dela saiu a Karen.

Za’tar puxou a espada e ficou em posição de ataque, pulando em frente a Esme para protege-la.

- Não será nescessário, Za’tar.

- Ele ainda não sabe? – A Karen Parecia confusa, mas agiu como se nada houvesse acontecido, pegou a bolsa em que carregava e tirou dela um pano roxo fluorescente por conta do item que o mesmo carregava.

- Onde conseguiu isso? – Za’tar perguntou.

- Com os Mariposas, é claro.

- Você está trabalhando com os Mariposas, Esme?

- Mas é claro que não, mas a minha melhor aluna precisava estar muito envolvida em todos os passos para poder concluir a mais difícil missão a quem a deixei encarregada. – Esse é o preço do nosso trabalho. - Então, afastem-se – A esme ordenou seriamente.

 

“Ei aqui o grande dia

Desde o fim de seu reinado

Dormentes sem magia

Mas logo será acordado”

 

- Um dos símbolos começou a brilhar.

 

“É onde tudo recomeça

Se assim for do seu desejo

Quando todos dormem

É assim que apareço.”

 

- Outra inscrição começou a brilhar

 

“É nas trevas que se encontra

Mas não é o que parece

Se olhar bem de perto

De todo o medo se esquece.

 

- A última inscrição começou a brilhar

A parede onde havia uma porta começou a se mexer e a subir lentamente, como se fosse uma porta, mas do outro dela não havia uma sala, e sim 3 Estátuas, as três estatuas dos deuses do Reino Onírico. Cada um com sua própria beleza, Morpheus estava com a mão estendida como se esperasse alguém por algo em sua mão, Ícelo estava com a Mão indo em direção ao rosto, e Fântaso estava a escrever alguma coisa, mas sem sua caneta.

- Então – Você precisa devolver os artefatos, não é? – Supôs a Karen

- Sim... É o que diz as antigas inscrições. – Pegou a Máscara da mão da Karen. - Seguindo a sequência lógica... – Esme falou para si mesma. Foi em direção ao Fântaso e devolveu a sua caneta, foi em direção ao Morpheus e pôs o Colar verdadeiro em sua mão, e foi em direção ao Ícelo e colocou a Máscara na mão em que ele levava ao rosto, e assim que o fez as estátuas se moveram, o Fântaso começou a escrever, o Morpheus pôs o colar no pescoço e o Ícelo pôs a máscara no rosto.

As estátuas foram tomando uma coloração diferente, a pele dela começaram a tomar colorações humanas, o Ícelo uma pele branca meio amarelada, o Morpheus um tom de pele marrom indo para o vermelho e o Ícelo branco bem pálido. Os 3 se entreolharam, depois olharam para as figuras humanas em suas frentes, desceram do pedestal onde se encontravam.

- Enfim livres. – Disse o Ícelo.

- Já não era sem tempo, está tudo uma bagunça – Falou o Morpheus.

- E precisamos concertar tudo isso – Finalizou o Fântaso.

 A Esme se curvou em reverência, o Morpheus fez um gesto indicando que não precisava.

- Ah, eu até que gostei – Falou o Ícelo, esboçando um riso irônico.

- Precisamos de sua ajuda – A Esme falou para o Morpheus.

A Karen e o Za’tar não sabiam como agir, só ficaram afastados esperando pra saber o que fazer, ele não sabia o que ia acontecer quando os três fossem libertados, então ele estava atento, com a mão no punho da espada.

- Eu sei, estávamos observando tudo, só não estávamos em nossos avatares. – Explicou ele.

- Enfim, há muito o que arrumar, existem muita gente que não é daqui fazendo bagunça.

- Ei, deixe minhas Mariposas quietas, eles estão fazendo um trabalho importante, e você sabe disso. – Ícelo falou com uma voz de desdém para o Fântaso e o Morpheus olhou para ele com reprovação, ele ignorou e olhou para Karen. - Você é realmente uma peça valiosa, bem escorregadia, gosto disso.

- Enfim, você sabe o que precisa fazer, Esme, vá para a reunião, a Ars Magna será uma aliada poderosa, agora precisamos ir. – Ele se virou devagar para olhar para os irmãos e eles viraram fumaça, sumiram.

- Para onde eles foram? – Zat’ar perguntou confuso.

- Não sei, mas são Deuses, eles disseram que precisam concertar as coisas, mas não sei o que vai acontecer a partir de agora. - Respondeu Esme.

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Capítulo 55 – Reunião de Emergência.

 



Capítulo 55 – Reunião de Emergência.

 

O Castelo do Clã estava um Alvoroço, os Anciões estavam já renuídos conversando.

- Aquele é mesmo o Crocodilo de Bronze? não é uma informação equivocada? – Thiago Ipejá um senhor de vestimentas douradas, com um Broche de Âmbar preso na roupa perguntou com uma expressão muito preocupada, mas com uma paciência quase que inacreditável pela situação.

domingo, 3 de agosto de 2025

Capítulo 54 – Evento decisivo

 



Capítulo 54 – Evento Decisivo

Esme estava organizando suas coisas quando foi surpreendida por Za’tar.

- Haverá uma reunião daqui a uma hora.

- Estou ciente, estou organizando os arquivos.

- Será apenas para os membros dos conselhos, tem noção do que se trata?

- Sim, o Clã das Folhas se aliará com a Ars Magna.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Capítulo 52 – Infância do Orfeu

 

Capítulo 52 – Infância do Orfeu

A casa do Bardo era uma das mais bonitas da rua, enfeitada com muitas plantas, mas o que mais chamava a atenção era a enorme quantidade de instrumentos que haviam no hall e também dentro da casa que dava para ver de fora por conta da janela aberta.

sábado, 19 de julho de 2025

Capítulo 51 – Nas Ruas da Cidade de Cristal

 

Capítulo 51 – Nas Ruas da Cidade de Cristal

Ao chegarem no porto foram recebidos por uma mulher de corpo atlético, com roupas de frio feitas de couro, mas tingidas de azul, as vestes de cima eram presas por um broche de Safira.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Capítulo 50 – Uma Travessia Reveladora

 

Capítulo 50 – Uma Travessia Reveladora

- Você precisa se concentrar mais ao golpear, você não precisa por força nas mãos, segure firme a espada, mas foque na respiração e deixe a mão leve, para você sentir para onde ela está indo, mas com firmeza o suficiente para ela não sair da sua mão, assim! – Erick falou mostrando como fazer um golpe com uma precisão melhor.

- Certo!

Magno e Onirê treinavam com bastante intensidade, de fora do dojo dava para ouvir as Shinai batendo uma na outra de tamanha intensidade.

- Vocês melhoraram bastante, mas ainda tem muito a aprender.

- O senhor pode me dar algumas dicas de como meditar melhor?

Erick olhou para o Onirê, surpreso.

- O senhor sabe, eu vi que estava fazendo na primeira vez que estive aqui.

- Certo, eu sei, mas vocês teriam que passar a noite aqui para uma experiencia completa.

- Não seria problema, só preciso avisar minha mãe

- Também vou ficar – Magno interrompeu. – Preciso melhorar muito, fazer isso apenas desenhando me atrapalha um pouco.

- Certo.

Depois de avisarem seus responsáveis eles seguiram as orientações do Erick.

- Seguinte, vocês podem fazer a meditação, em pé, sentado ou deitado, mas cada uma serve para uma função diferente, nesse caso, para uma experiência melhor, mais demorada é melhor deitar.

- Certo.

Os dois deitaram cada um em seu saco de dormir.

O Erick se levantou, deixou o dojo em meia luz, acendeu o incenso quase sem cheiro.

- Respirem devagar pelo nariz, levem o ar até a barriga depois encham os pulmões e deixe o ar sair devagar pela boca.

- Estou com um pouco de dificuldade – Respondeu o Magno

- Tenta fazer devagar, Magno.

- Se concentrem mais e falem menos.

Onirê depois de um tempo concentrado começou a cair no sono, até que começou a ter uma sensação de estar flutuando e passou a ver o seu corpo, e o magno deitado e o Erick, sentado, também meditando, ao redor do magno havia uma aura verde emanando do seu corpo, e algumas formas geométricas se formando ao redor da cabeça dele, foi sentindo o seu corpo subir até estar passeando pelo universo novamente.

Tentou encontrar o continente de Tekohá mas foi levado até a ilha do Zen, a Thainá o esperava em frente a porta da casa.

- Temos que viajar, você está atrasado.

- Viajar?

- Sim, tenho que te mostrar a cidade, os anciões te aguardam.

- E como vamos para lá?

- De barco.

- Barco?

- Sim, vamos. – Thainá pegou a bolsa que estava já pronta para partir e foi o guiando para a árvore dos ventos.

Falcon Sobrevoava a Região quando desceu já assumindo a forma humana de imediato.

- Onde pensam que vão?

- Tenho ordem direta dos Anciãos para levar o Onirê para a Cidade

- Então ele foi aceito. – Falcon o olhou de cima a baixo.

- Acredite, ele não é o que parece. – Thainá deu de ombros e passou por ele irritada. – Vamos.

- Demora muito para chegar até lá? – Onirê perguntou conforme se aproximavam do barco.

- Com uma tripulação maior seria mais rápido, e também depende do vento, mas costuma levar em torno de 3 a 6 horas.

- É tão longe assim?

- Acredite, é perto até demais, mas a ilha fica escondida, há uma névoa que cobre ela inteira, não dá para ver de fora, ninguém além do Zen teve coragem de vir aqui.

- E como a Ars Magna descobriu?

- O Zen fez uma chave para ter acesso imediato, mas os Anciões deixaram o Falcon como guardião das únicas entradas da ilha, ou seja, nada entra ou sai da ilha sem que ele veja, só você.

- Entendi, então agora partimos?

- Você vai me ajudar com o barco, fica de olho nas velas, e faz o que eu mando.

- Como você aprendeu a velejar?

- Eu tive que aprender um pouco de cada Linhagem para poder acompanhar o Zen.

- Linhagem?

- Sim, vamos pôr o barco em movimento que lhe explico melhor no caminho.

Eles colocaram as velas do barco posicionadas, guardaram os mantimentos que a Thainá preparou para a viagem, puxaram o barco para o mar, e empurraram o barco até que o vento pudesse pôr o barco em movimento.


- Agora vamos para a Cidade de Cristal.

- Cidade de Cristal? Porque tem esse nome?

- Quando chegar lá, você vai entender, você precisa saber primeiro como ela funciona.

- É sobre os anciões que você falou?

- Mais ou menos, a cidade não é governada por reis, ela é dividida em linhagens.

- Linhagens?

- Sim, cada família é responsável por uma função dentro da sociedade.

- E como isso funciona – Onirê estava muito curioso, porque nunca tinha visto em uma organização feita dessa forma.

- Existem 10 linhagens e quando o membro da família chega aos 16 anos, ele é indicado a escolher se vai participar ativamente ou passivamente do Clã, quando ativamente ele vai para o castelo para ser treinado, quando passivamente ele fica na cidade ajudando os moradores, velhos e crianças nas atividades cotidianas.

- E o que fazem cada linhagem?

- Elas são divididas em:

Linhagem de Navegantes

Linhagem de Pescadores

Linhagem de Caçadores

Linhagem de Guerreiros

Linhagem de Sacerdotes

Linhagem de Pesquisadores

Linhagem de Médicos

Linhagem de Cozinheiros

Linhagem de Exploradores

- Isso significa que quando você nasce em uma família você não pode praticar outra coisa, além daquela que você nasceu?

- Não, você pode mudar, mas para isso você tem que escolher participar ativamente do Clã e enviar uma solicitação para alterar o seu ofício. – Segura firme.

Uma onda passou e balançou o barco de forma abrupta.

- Então se você escolher participar de forma passiva?

- Aí sua família vai te ensinar o ofício da sua casa, e você aprende a fazer com excelência para ajudar a cidade.

- Entendi, mas qual a diferença de você participar de forma ativa, só mudar de ofício?

- Não, dentro do clã, os ofícios são compartilhados, e você pode se especializar mais ainda tendo acesso a magia, e também ganha um treinamento especial da linhagem de Exploradores para você poder explorar o continente sem maiores problemas.

- Sim, mas quem decide as coisas?

- Aí que entra os Anciões, cada Família escolhe um dos seus Líderes mais velhos que fazem parte do Clã para poder representar a Casa.

- Sim, mas o que os anciões falam vale para toda a família?

- Não, cada ancião é responsável por representar sua família, mas todo mundo conversa entre si, a escolha dos anciões é só por não poder ir todo mundo para o Castelo onde fica a sede do Clã.

- E porque não podem?

- Porque é lá que ficam as tecnologias mais avançadas e também mais perigosas, não dá pra deixar todo mundo ter acesso para evitar acidentes.

- Entendi, então é uma sociedade bem organizada.

- Tem lá seus problemas, mas sempre que surge organizamos uma reunião e tentamos resolver da melhor forma.

- E você faz parte da linhagem dos Guerreiros?

- Sim, mas como eu falei, escolhi seguir o Zen e para isso tive que aprender todos os ofícios. – Thainá deu uma pausa, veja só, estamos chegando.

- Uau!

Onirê conseguia ver ao longe algo parecido com um grande campo de força protegendo toda a cidade da neve que caía em toda a região.

- O que é aquilo?

- É uma barreira criada para proteger o ecossistema do Frio extremo.

- É lindo. – Respondeu admirado

- Sim, é alimentada por cristais, depois te mostro.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Capítulo 49 – O Reino Onírico

 

Capítulo 49 – O Reino Onírico 

– Ei, você não vai namorar com ela, preciso voltar para casa – Sr.F. respondeu rindo, montou na moto e acelerou em direção ao centro da cidade. – Até logo, depois venho aqui para beber com vocês.

Bruna estava obcecada procurando o motivo de tanto alvoroço nos fóruns, depois de muito tempo pesquisando e falando com seus contatos, ela descobriu um código fonte para encontrar o endereço das Mariposas, ela passou muito tempo tentando invadir o banco de dados até conseguir uma linha de código que desse o acesso até os registros de atividades da rede, foi muito trabalhoso entrar sem conseguir deixar rastros, porque havia uma defesa muito grande no sistema de segurança, mesmo assim por ser apaixonada por programação desde criança ela conseguiu burlar a barreira.

“Porque será que eles reforçaram tanto a segurança disso aqui? Parece apenas registros de programação de uma Sandbox.”

Passou mais alguns minutos estudando as linhas de código até ver uma frase estranha no meio das linhas de código “Acesso ao Reino Onírico”.

“O que é isso aqui?” – Pensou antes de acessar o arquivo.

Ao abrir o arquivo ela se deparou com uma linha de programação semelhante ao de Realidade Virtual, só que muito mais avançado e muito mais complicado do que tudo que ela havia visto até então, e ao abrir os registros de programação do arquivo, parecia uma linha de código infinita, um servidor pequeno não daria conta disso.

“Parece que estou num lugar que não é uma simples construção de um software, é algo muito maior”

– Ei, Bruna.

– OI! – Respondeu rápido, tomando um susto e fechando o notebook.

– O que foi isso? – Onirê perguntou rindo.

– Nada, eu vi uma coisa muito incrível, ao mesmo tempo muito assustadora, aí me assustei quando você falou comigo.

– O que foi?

– Você não iria entender.

– Tente me explicar... – Onirê insistiu.

– Assim, eu consegui achar o lugar dos Mariposas, ao menos no virtual.

– E o que você encontrou?

– Eu encontrei umas linhas de código, deixa eu te mostrar... – Mostrou para o Onirê explicando tudo que uma pessoa leiga consegue entender.

Ele lembrou da experiência que teve quando bebeu com ela.

– Ei Bruna, por acaso teria como ver se tem alguma coisa relacionado a cores aí?

– Não é um lugar que eu possa ficar muito tempo.

– Porque?

– Porque o sistema de segurança dispara um sinal quando você fica muito tempo na rede, aí é necessário ter cuidado para não ser detectado.

– Saquei, mas é só para dar uma olhada aí você sai novamente.

– Tá bom. – Começou a tentar entrar no sistema novamente, conseguiu ver as linhas das cores e mostrou para o Onirê.

– É isso.

– Isso o que? – Bruna perguntou sem entender como o Onirê sabia.

– Você não entenderia.

– Agora você tente me explicar.

Onirê começou a explicar a Bruna sobre as viagens que fazia e o mundo virtual que ele conseguia acessar às vezes.

– WOW, VC TA ME DIZENDO QUE VOCÊ CONSEGUE ACESSAR O MUNDO VIRTUAL?

– Mais ou menos, não é como se eu tivesse num site, é como se eu tivesse caminhando por lá e interagindo com o ambiente e com as máquinas.

– Como assim Máquinas.

Ele começou a descrever os seres robóticos que ele havia visto e brigado nas vezes que ele conseguiu acessar.

– Você precisa me explicar melhor sobre isso.

– Mas é só isso, não sei exatamente o que é, mas tem mais uma coisa.

– Que coisa?

– Olha, já que você é bastante discreta com esses lances de Hacker aí, acho que não tem problema te contar e também acho que vou precisar de você.

– Como assim precisar de mim?

– Esse Reino Onírico é um reino que existe em outro Planeta.

– OUTRO PLANETA?

Onirê começou a explicar sobre a história que conhecia sobre o Reino Onírico e todo o trabalho que ele estava tendo desde que conheceu o Zen.


– Calma, é muita informação até pra mim, Onirê, você tá me dizendo que é a Encarnação de um Espírito Guardião de outro Planeta?

– É mais ou menos isso.

– Mas como eu posso te ajudar?

– É que meus poderes ainda não estão completos, preciso passar por alguns treinamentos, mas eu preciso ter acesso aos Mariposas, para poder ao menos saber quem são.

– E você vai brigar com eles?

– Não é o que eu desejo, só preciso arrumar uma forma deles pararem com a exploração predatória de Tekohá, senão o continente vai acabar sendo devastado.

– Com certeza eu vou te ajudar, nossa, porque não me falou disso antes?

– Por conta da Ars Magna.

– O que é isso?

– É a sociedade que eu faço parte e o Magno está treinando para entrar.

– E porque não me contaram isso?

– Porque é delicado, você pode ficar em risco.

– ONIRÊ, OLHA O QUE EU FAÇO, VOCÊ ACHA QUE EU LIGO PARA ISSO?

– Ela falou ficando em pé e apontando para o notebook. Todo mundo ao redor olhou para eles dois.

– Você pode falar mais baixo?

– Desculpa, não aguentei, você me deu muitas informações, e eu agora to muito afim de saber como isso funciona.

– Acabei de ter uma ideia.

– Qual?

– Depois conversamos melhor, tenho que falar com o Magno, e por falar nisso, evita falar sobre isso aqui no colégio.

– Tranquilo.

Onirê foi buscar o Magno para o treinamento e enquanto pensava em como a Bruna poderia o ajudar. “Talvez ela pode ser uma boa integrante da Ars Magna, não temos bons programadores, e ela com o talento que tem pode nos ajudar tanto como fez agora, quanto para nos defendermos”

domingo, 13 de julho de 2025

Capítulo 48 - Agitação no Colégio

 

Capítulo 48 - Agitação no Colégio


As aulas estavam muito agitadas, havendo muito burburinhos por conta de um acontecimento inédito até então, a Ariel não tinha ido ao colégio, Onirê havia combinado de não se falarem muito no colégio, mesmo assim ele estava preocupado, ela realmente não era de faltar.

– Ei Gabriel, porque sabe porque a Ariel não veio hoje?

– O que tem ela? – Ele respondeu avaliando, o Onirê de cima a baixo.

– Perguntei se você sabe porque ela não veio hoje. – Onirê olhou diretamente em seus olhos, sem se intimidar.

– Calma aí gente – Melissa afastou a confusão – Ela está no hospital, parece que o pai dela se acidentou.

– O Ricardo? – perguntou assustado.

– Sim, parece que ele estava saindo de uma loja de antiguidades.

– Tudo bem, obrigado Melissa. – Saiu dando uma última olhada para Gabriel, que parecia muito irritado.

– O que foi que o Gabriel queria contigo? – Okedirá perguntou preocupado quando Onirê voltou pra mesa dele.

– Nada, eu que fui perguntar onde a Ariel estava.

– E aí? – A Bruna perguntou, querendo se inteirar.

– O pai dela está no Hospital, parece que se acidentou, ela está o fazendo companhia – contou analisando a situação.

– Hoje temos treino, não é? – Sim, Erick tem pegado pesado desde da última vez que saímos sem avisar.

– É bom que assim aprendemos mais rápido – Onirê respondeu em tom desafiador.

– Antes de ir ao Dojo vamos passar no teatro para falar com o Sr.F.

Os garotos entraram no teatro, mas o local estava vazio.

– Então Magno, onde ele pode estar agora?

– Agora eu não faço ideia, vamos para o treinamento, já estamos atrasados.

Enquanto isso em um local distante em um dos becos, próximo ao centro da cidade, o Sr.F. descia da sua moto Harley Davidson prateada.

– Ei cara, a quanto tempo?

– Onde está o Bill?

– Bem, ele disse que você pode falar comigo.

– Lucas, estou sem tempo, o Bill? – Falou pegando Lucas pela gola da camisa e levantando.

– Calma galera, calma galera – Lucas afastou os gradões barbudos que se aproximaram para defender ele. – Tá bom, entra aí, mas só porque é você, e não me leve a mal, só estou fazendo meu trabalho.

Eles entraram numa sala que ficava atrás do balcão do bar, era um corredor escuro de mais ou menos uns cinco metros, havia apenas uma lâmpada, mas que não iluminava o corredor inteiro, entraram numa sala onde havia um Rapaz com um físico atlético, com cabelo grisalho, com um colete de couro em cima de uma jaqueta jeans, sentado em uma poltrona de couro atrás de uma escrivaninha, bebendo um copo de whisky.


– Bill, o que foi isso?

– Bom dia para você também, garoto.

– Porque o Ricardo está no hospital?

– Você me pediu um favor, e eu concedi o seu favor com uma pequena taxa.

– Eu iria pagar se me pedisse. – Colocou um envelope em cima da escrivaninha.

– Eu estava ocupado e meus funcionários estavam com pressa. – falou enquanto pegava o envelope, abriu e começou a contar as notas.

– Onde está o livro?

– Aqui. – Bill abaixou, abriu um pequeno baú embaixo da escrivaninha, pegou o caderno com a capa de couro e entregou-o ao F.

– Foi grave?

– Ele só recebeu um soco, está no hospital porque é fresco.

– Menos mal.

– Da próxima vez seja mais cauteloso, já falei que não dá para fazer essas coisas sem chamar atenção.

– Seria desconfortável para você se sumisse apenas o caderno, não?

– Olhando por esse lado, você tem razão.

– Pois é, você veio até mim porque confia em mim, então não duvide do que eu faço, agora pode ir embora que eu estou ocupado.

Sr. F. pegou o caderno ainda irritado, mas um pouco aliviado pela situação do Ricardo não ser grave.

– Se você me dissesse que era pra entregar o dinheiro, eu te levaria direto.

– Eu precisava falar com ele.

– Entendo, você tem seus caprichos, e que moto é essa?

– Comprei para vir aqui sem chamar atenção.

– Boa escolha. – Lucas encostou na moto, olhou o motor, deu uma alisada no assento, se aproximou da descarga, já ia tocando quando percebeu que estava quente.

– Ei, você não vai namorar com ela, preciso voltar para casa – Sr.F. respondeu rindo, montou na moto e acelerou em direção ao centro da cidade. – Até logo, depois venho aqui para beber com vocês.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Capítulo 47 - Resolvendo problemas

 

Capítulo 47 - Resolvendo problemas 


A Letícia estava passando em um dos corredores da Sain’t Phillipus e indo direto para a sala da direção quando Onirê a viu passar, mas não deu tempo de se encontrarem, ele já estava indo para a aula e ela já havia entrado na sala.

– Bom dia, alguém pode me informar onde o diretor se encontra?

– Quem gostaria? – A Rayla perguntou a mulher de cabelo castanho que acabara de entrar.

– Me chamo Letícia, sou mãe do Onirê.

– Há algo que gostaria de saber sobre o aluno? O diretor é um homem muito ocupado e é necessário marcar horário para falar uma reunião.

– Tudo bem, obrigada, bom dia! – Falou saindo da sala da direção.

Estava muito chateada por eles terem se visto e ela não ter aproveitado a oportunidade de falar com ele de imediato, mas estava muito abalada para isso, foi para o portão contendo as lágrimas, quando viu passar pelo portão um carro de luxo indo em direção à garagem.

“É ele” - Pensou, e seguiu o carro até a garagem.

Sr. F saiu do carro e deu de cara com ela, ele congelou por um momento.

– Bom dia, a quanto tempo.

– Porque não falou comigo?

– Estou falando com você. – Falou com um sorriso irônico.

– Você sabe do que eu estou falando, naquele dia, no museu. – Estava falando baixo com a cabeça baixa, completamente diferente da postura que costumava ter.

– Cumprimentei todo mundo, e estava bastante ocupado naquela ocasião.

– Precisamos conversar.

– Acredito que sim, quer pôr os assuntos em dia, mas já adianto, se for por conta do seu filho, estou cuidando bem dele.

– Sim, é sobre ele.

– Porque não vamos tomar um café aqui perto.

– Não é necessário, só gostaria de te falar algo que você precisa saber.

– O que é de tão urgente que a fez sair do trabalho para vir aqui?

– Quando você viajou para o exterior, eu estava grávida.

O Sr. F. congelou.

– Tentei entrar em contato com você, mas você sabe minhas condições da época, passei todos esses anos criando ele sozinha, depois de um tempo eu desisti de tentar entrar em contato, não fazia ideia que você estava na cidade, principalmente à frente de um lugar como esses – Falou gesticulando indicando a estrutura do colégio.

– Então o Onirê…

– Sim, ele é seu filho.

Se sentou no capô do carro tentando digerir a situação.

– Me desculpe, eu não fazia ideia, eu era muito novo, e meu pai conseguiu garantir que eu não mantivesse contato com meus amigos daqui, ele queria “Que eu tivesse um futuro brilhante”

– E está de acordo não é “Sr. Fortuna”

– Você não precisa me chamar assim.

– Achei curioso você usar o sobrenome.

– Minha posição exige certa discrição.

– Qual? Diretor de um colégio incrível – Ela falou rindo pela primeira vez

– Antes fosse – Retribuiu o sorriso, descendo do carro e se aproximando um pouco dela. – Seu sorriso continua lindo, parece que não envelheceu nem um ano.

– E você continua esbanjando simpatia né.

– Já que recusou o café, porque não vamos almoçar, conheço um restaurante aqui perto.

– Não precisa, já estou de saída.

– Mas precisamos conversar.

– Eu não quero me meter na sua vida, você sabe disso, só vim lhe informar porque achei justo que você soubesse.

– Vai voltar para almoçar com o marido?

– Eu o criei sozinha e continuo assim. – lançou um olhar fustigante.

– Hm, sem marido então não há problema de duas pessoas solteiras conversarem sobre assuntos pendentes enquanto almoçam.

– E você não mudou nem um pouco, também – Respondeu rindo. – Tá bem, mas apenas almoçar, Sr. F.

– Nada além disso, por favor, entre. – A conduziu até a porta do carro.

Foram em direção ao restaurante, enquanto isso em um local mais afastado da cidade, as mariposas voam em volta de uma luz artificial.

– Já estamos perto da próxima lua cheia, aí poderemos finalmente ter acesso à câmara. – Ricardo falou enquanto mexia em um computador.

– Precisamos deixar tudo pronto até lá, mas com os novos programadores que recrutamos nesse meio tempo não será um problema. – Alex respondeu mexendo em uma máquina próximo ao chão com uma redoma de vidro em cima.

– Mas infelizmente tivemos muitos gastos com essas novas contratações.

– Você sabe que programadores são muitos, mas são poucos que fazem um trabalho decente, e menos ainda os que são discretos o suficiente para não chamar atenção.

– E porque toda essa discrição mesmo, o governo não nos apoia?

– Sim, mas você acha que as empresas de energia que não são filiadas a nós vão gostar de saber que estamos fazendo esse desvio de forma independente.

Ricardo riu.

– Engraçado como você usa palavras bonitas para encobrir o que realmente está fazendo.

– Cautela nunca é demais.

– Então qual dia?

– Próximo final de semana.

– Está muito perto.

– Sabemos, mas como já disse, faltam apenas alguns ajustes. – Tem notícias do Sr. F?

– A Rayla informou que esses dias ele apenas teve algumas reuniões com acionistas, e eu fui chamado para uma reunião da Ars Magna, e por ser emergencial, acredito ser algo sério.

– Não há problema, muito em breve não precisaremos mais deles.

– Mas ainda estou disposto a conseguir a caneta.

– A Karen disse que a Esme tem andado um pouco distante, e a afastou da maioria das atividades dizendo que ela precisava descansar.

– Algo deve ter acontecido para essas movimentações repentinas.

– Vou passar na loja dela ao sair daqui e dar algumas instruções para que ela consiga pegar o artefato, e também pegar o livro de volta.

– Ao menos ela guardou bem esse período, não é?

– Só assim para ela confiar no que estamos fazendo.

Ricardo arrumou suas coisas, saiu do laboratório, foi em direção à garagem e entrou no carro.

O celular do Sr. F. tocou, era uma mensagem, ele parou para ler quando estacionou em frente ao restaurante.

– Você com tanto dinheiro usando um telefone desses? – Letícia zombou do celular One Touch antigo que ele tirou do bolso.

– É da empresa, só serve para ligações e mensagens.

– Pronto, já resolvi, vamos almoçar. – Respondeu a mensagem e saiu do carro.

– Algum problema?

– Nada demais, um cliente insatisfeito.

Ricardo já havia chegado próximo da loja de antiguidades que naquele dia estava cheia de carros em frente, e não havia vagas para estacionar por perto, teve que parar em um local um pouco distante da loja, andou um pouco até ela e entrou na loja.

Outra mensagem chegou para o Sr. F.


– Se precisar sair para resolver o problema não tem problema. – Letícia já o conhecia o suficiente para saber que o assunto era mais sério do que ele estava falando.

– Pronto, já respondi, era o cliente insistindo.

– Trabalha com o que além do colégio?

– Faço uns pequenos investimentos, e ajudo algumas startups. – Respondeu guardando o celular.

O Ricardo saiu com o livro na mão e foi em direção ao carro, a rua estava estranhamente movimentada, foi desviando das pessoas quando se aproximou do carro e tirou as chaves do bolso, foi surpreendido com um soco que o fez cair e desmaiar. Um rapaz de jaqueta de couro preto, pegou as chaves do carro, pegou o livro, entrou no carro dele e sumiu no meio da entrada, dirigindo rapidamente entre os carros.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Capítulo 46 - A DW

 

Capítulo 46 - A DW

A Sain’t Phillipus não era um colégio comum, ao chegar no ensino médio, os alunos tinham cursos em áreas que desejavam começar a estudar já pensando na universidade, então além das aulas tradicionais, cada aluno tinha aula extras destinadas para suas respectivas áreas de atuação.

– Tem uma mensagem para você – Magno falou entregando um envelope para o Onirê.

– Porque eles não são pessoas comuns que usam o celular? – Falou abrindo o envelope.

– Você sabe o porquê. – Magno falou rabiscando o caderno de desenho.

– Sugiro começar a ir às aulas de informática. – Onirê leu em voz alta a mensagem do Sr.F.

– Acredito que vai ser bem difícil.

– Nem tanto – A Bruna falou com o Notebook aberto escrevendo alguma coisa muito rápido e com fones de ouvidos.

Estavam no pátio conversando enquanto o Okedirá tentava fazer alguns movimentos de Skate.

– O que você está fazendo aí? – Onirê se aproximou para ver a tela do notebook. – Eram várias letras coloridas numa tela preta.

– Estudando umas linhas de códigos.

– Bem legal. – Pode me mostrar como funciona? – aquelas letras, da forma com que estavam organizadas o fez lembrar de um local desagradável, por um momento as formas das letras se embaralharam e formaram um rosto, depois voltaram a ser apenas letras. – Você viu isso?


– Isso o quê? – perguntou Bruna, se assustando.

– Nada, esquece. – Percebeu que ela não iria entender e olhou para o Magno que o encarava preocupado.

Eles começaram a conversar sobre como funcionavam os códigos fontes, a Bruna explicou a diferença básica entre softwares e hardwares, e o básico que ele precisava saber para entender o funcionamento dos computadores.

– No curso você vai ver isso de forma aprofundada, mas acho que já dá para você ter uma noção melhor.

– Porque você tem estado tão concentrada nesses dias?

– Estou estudando para uma prova.

– Não parece ser apenas isso, você costuma ser mais agitada, mas atualmente anda um pouco calada. – Onirê posicionou as peças do xadrez para começar a praticar e o Okedirá sentou.

– Vamos nessa, quero praticar também.

– A internet tem andado estranha ultimamente. – Falou em um tom obscuro.

– Como assim? – Okedirá falou movendo a primeira peça.

– O que vocês sabem sobre internet?

– Que tem muita informação e quando você pesquisa, aparece o que você procurou. – Okedirá respondeu novamente, enquanto Onirê movia em resposta e ouvia a conversa atentamente.

– Isso é o que você e a maioria das pessoas sabem. – A Bruna falou, observando o tabuleiro e tirando os fones de ouvidos. – Mas e se eu dissesse para vocês que os sites de buscas são apenas ilhas e que os sites que vemos são fragmentos, apenas partículas pequenas de um universo quase infinito de informações?

– O que quer dizer com isso? – Onirê perguntou interessado.

– Ei, Magno me empresta a prancheta?

– Para que? – Magno perguntou entregando a prancheta a ela, quando ela pegou, para sua surpresa já havia exatamente o que ela tinha imaginado, um mar mostrando a ponta de um iceberg em cima, e a parte de baixo dele, quase 20x maior do que a ponta. - Mas como você sabia?

– Sabia o que? – blefou magno, disfarçando.

– Enfim não importa – Ela mostrou o desenho aos meninos, interrompendo a partida por um momento – Onirê, o que vemos na web é apenas a pontinha do Iceberg aqui, toda essa parte visível é a parte que dá pra se observar se você for uma pessoa muito estudiosa no assunto e procurar saber muito sobre isso, é chamado de Surface.

– E essa parte toda aí embaixo? Okedirá perguntou muito curioso.

– Aí que está, essa parte é a DeepWeb, uma parte que não dá para acessar através de aplicativos comerciais, ela é dividida em níveis, e quanto mais difícil for para descobrir um site, mais profundo você está nela.

– Isso quer dizer que, quanto mais você procura, mais há para se descobrir? – Onirê falou lembrando de uma informação que escutou no labirinto.

– Sim, é isso, mas geralmente não é muito usual as pessoas usarem a internet além da surface, geralmente é usado por pessoas que não querem ser rastreadas. – Ela respondeu, devolvendo o desenho para o Magno e voltando para o computador.

– E como você sabe disso? – Magno perguntou pegando a prancheta.

– Gosto de entender como as coisas funcionam. – Respondeu com um risinho de canto. – Mas ultimamente os fóruns que eu acompanho tem andado muito movimentado por conta de um grupo que tem recrutado programadores oferecendo muita grana.

– Grupo? – Onirê perguntou curioso.

– Sim – A Bruna mostrou a imagem de uma mariposa na tela do computador.

– Ei, pode me falar mais sobre isso?

– Não agora.

O Alarme tocou e eles voltaram para sala.

“A Bruna sabe sobre os Mariposas” – pensou preocupado.

Depois das aulas, foi para o seu primeiro dia do curso de informática e sentou próximo da Bruna para poderem conversar.

– O que sabe sobre esse grupo?

– Eles são um grupo pouco conhecido na surface, mas atuam de forma bem ativa na DW, trabalham com desenvolvimento de tecnologia avançada e vendem essas tecnologias para o governo.

– Para o governo?

– Shiu, fala baixo, sim…

– E o que você é mesmo para saber dessas coisas?

– Já que agora você vai passar a estudar isso mais a fundo, você precisa saber que é comum as pessoas usarem outros nomes para não ficarem tão vulneráveis, lá você pode me chamar de Ariadne.

– Interessante, pode me mostrar como funciona?

Passaram o resto do curso estudando, a Bruna dando dicas e mostrando como ele poderia se proteger e acessar outros locais da internet de forma segura.