terça-feira, 1 de julho de 2025

Capítulo 42 - Vendo em cores

 

Capítulo 42 - Vendo em cores

Caminharam em direção a “Floresta de Pedra” como Akin costumava chamar, pela incrível quantidade de pedras que haviam pelo chão, as árvores eram mais afastadas umas das outras, que em outras regiões da floresta, ele lembrou da dificuldade que teve ao caminhar por ali, mas a Thainá sabia exatamente para onde estava indo, simplesmente a seguiu.

– Não vai olhar as runas?

– Já memorizei o caminho.

– O que vamos fazer exatamente?

– Primeiro vamos a um lugar, depois vamos treinar próximo ao lago.

– E porque tem que ser aqui?

– Você vai entender em breve.

Caminharam juntos pela borda do lado até chegarem em frente a uma enorme caverna que pela posição que ficava não dava para ver ao longe.

– Não sabia que isso existia aqui.

– Não dá para ver se não chegar perto.

Assim que entraram, ele percebeu a presença de vários cristais de várias cores que brilhavam de cores variadas a depender da direção da luz e da posição que ele olhava, depois um tempo várias cores começaram a flutuar ao redor deles.

– O que é isso?

– Cristais, eles possuem energias naturais.

– Por isso essas coisas estão flutuando?

– Que coisas?

– Não está vendo as cores, parecendo fumaça ao nosso redor?

– Não, pode me explicar melhor? – Thainá falou intrigada.

– Estão saindo dos cristais.

– Interessante… Era para isso acontecer só quando acionados.

– Acionados?

– Sim, um minuto, fique próximo de mim. – Akin se aproximou dela. – Começou a falar umas palavras como encantamento, uma cor Azul vibrante começou a emanar de alguns cristais, fazendo aparecer um holograma de uma mulher com uma roupa de armadura leve, um pouco mais baixa que ele, um pouco gordinha, com um olhar simpático, mas com uma postura firme.


– Então, esse é o Guardião, pequena onça? – Falou a mulher.

– Sim, Soraia, esse é o Akin.

– Você vai trazer ele até a base do clã, para que possamos o conhecer melhor, para que ele conheça nossa cultura, e também, conhecer suas origens.

– No momento não posso.

– Como assim? – A mestra de Thainá falou surpresa.

– Tenho alguns assuntos pendentes para tratar com ele, quando eu chegar aí explico melhor.

– E porque me chamou?

– Para dar informações sobre as Câmaras que achamos.

– Você não tinha avisado ainda? – Akin falou baixo no ouvido de Thainá.

– Fica quieto. – respondeu rápido para Akin – A câmara que encontrei com Zen no sul da ilha mudou em um determinado horário, sabe me dizer porquê?

– Eu me senti passando por uma cortina todas as vezes que me aproximei dela. – Akin continuou interrompendo o Thainá.

– Qual horário? – Soraia perguntou.

– A noite era uma, de dia era outra.

– Isso significa que essa região muda em relação aos astros, a energia que a cerca, certamente é vinculada aos céus, mas isso é uma magia muito antiga, como souberam disso?

– Eu fui guiado por vagalumes numa noite de lua cheia.

– Vagalumes?

– Sim, mas quando eu cheguei perto da câmara eles pareciam pessoas pequenas.

– Eram fadas.

– Fadas?

– Sim, só reforça a suposição, essa região não está completamente ligada a esse plano, e varia conforme a energia mais forte presente.

– O primeiro que ele encontrou estava ligado ao Ícelo, o segundo encontramos juntos, estava ligado ao Fântaso.

– Você está dizendo que encontrou a câmara dos 3?

– Sim, um poema mostrou a entrada do primeiro, outro poema era a chave para o segundo, mas há um terceiro, e não sabemos como acessar a terceira câmara, supomos que as câmaras estavam ligadas aos céus de algum modo, mas não sabemos o que daria acesso a ela, pedi ao Akin para solicitar uma pesquisa à Ars Magna. – Thainá explicou

– Isso não será preciso, tem o poema em mãos?

– Sim. – Começou a ler:

 

Brilhando imponente a sua espera
 No dia marcado do encontro
 Ela aparece bem singela
 E visível vai ficando

O dia aos poucos vira noite
 Mas apenas por um instante
 Assim se revela a ponte
 Eis a Forma em sua Fonte


– Brilhando a sua espera no dia marcado… O dia vira noite por um instante… – Soraia parecia estar buscando informações em sua mente. – O Primeiro foi aberto pela lua, certo?

– Sim…

– E o segundo pelo Sol?

– Exatamente.

– E se fosse um encontro deles dois?

– UM ECLIPSE – Thainá e Akin falaram em uníssono.

– Porque não pensei nisso antes? – Akin falou indignado

– Porque não ainda não era a hora, meu jovem. – Soraia respondeu com um tom professoral.

– Mas quando será o próximo Eclipse? – Perguntou ansioso.

– Irei questionar aos Sacerdotes, até lá, prepare-o para o trazer, pequena onça.

– Certo, até mais, obrigada pela ajuda, mestra.

– Se cuidem. – A sua imagem foi sumindo aos poucos.

Akin percebeu a luz azul desvanecendo e outras cores ficando fortes ao redor, deles novamente.

– Você realmente não está vendo isso?

– As cores? Realmente não.

– Agora precisamos treinar.

– Como exatamente?

– Combate. – Falou Thainá dando um murro nele que não pegou por pouco porque ele desviou.

– Ei, espera – tentou a impedir, mas ela já estava em cima dele novamente, desferindo golpes, e não pareciam ser brincando. – Calma… – tentou falar novamente, mas não adiantava, ela continuava, alguns começaram a acertar, e ele foi começando a ficar irritado, os tons dos cristais começaram a ficarem vermelhos.

Quando os olhos dele começaram a ficar em um tom de ameaça ela parou.

– É esse!

– O que? – Falou irritado.

– Essa é a sua cara quando se transforma, é essa energia que você precisa usar.

– As luzes dos cristais estão vermelhas.

– Eu notei que os vermelhos ficaram com um tom mais forte.

– Certo, mas como eu vou fazer isso?

– Por isso é um treinamento, você vai aprender fazendo. – Thainá riu – e voltou a desferir golpes nele, e um deles pegou no rosto. – Antes que desse tempo de ele reagir ela se transformou em Onça e saiu correndo, mas ele já vinha logo atrás em forma de gorila.

Ele a perseguiu até a floresta de pedra, a onça começou a pular entre as pedras com uma maestria incrível, e ele começou a tentar segui-la, quanto mais ele corria atrás dela, mais rápido ela corria entre as pedras, dando pulos de uma pedra para outra, desviando de todas as investidas, ficaram nessa brincadeira até que o Gorila se cansasse, e Akin caísse no chão já em sua forma humana. Thainá voltou, e se aproximou.

– Viu? Você gastou muita energia, você precisa aprender a economizar vigor se quiser usar isso em combate.

– Não precisava me bater. – Akin falou irritado

– Sim precisava, para você lembrar da sensação, agora vamos para o lago tomar um banho.

– Akin a olhou com um olhar desconfiado.

– Só você, engraçadinho, O Lago tem poderes regenerativos, você vai se recuperar mais rápido e podemos treinar mais um pouco.

 

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