Letícia saiu do banheiro limpando as Lágrimas, e foi em direção a sala
do Sr.Baron Decidida em conversar com o Sr.F., bateu na porta do escritório e
entrou lentamente, mas assim quem ela procurava já não estava lá.
– Para onde foi a sua visita?
– Ele precisou sair, assim que terminamos de conversar ele foi embora. -
Respondeu o Sr.Baron guardando alguns documentos.
– Ah, tudo bem, ele trabalha no Sain’t Phillipus? – perguntou a Letícia
tentando não parecer intrometida.
– É o sócio majoritário e diretor, tem interesse no Sr.F. Letícia? –
Posso inverter os papéis hoje e dar o recado para você.
– Não precisa, tá tudo bem, se ele é o sócio majoritário, porque ele não
escolheu outra pessoa para conduzir o colégio? - Continuou a conversa indo para
sua mesa.
– Acho que compartilhamos a mesma ideia de que precisamos ver as coisas
funcionando para tomar melhores decisões, e assim, não perder nossos
investimentos – Baron respondeu lembrando que o Sr.F. havia dito que havia
alguém no museu que ele não queria ver.
– E porque chama ele assim?
– Todos o chamam assim, ele prefere ser discreto, deve ser algum tipo de
superstição. – Ele respondeu notando que Letícia havia se perdido em seus
pensamentos, ela definitivamente conhecia o seu amigo.
Akin e Ariel ainda passeavam pelo museu.
– Queria te mostrar uma coisa. – Ariel falou para Akin em tom
confidente.
– O quê? Ainda tem mais coisas pra ver? já passamos por tantos lugares.
– Sim, ainda tem, sendo filha de quem sou, descobri que tem mais algumas
áreas que não ficam disponíveis para o público – Foi falando enquanto guiava o
Akin para uma parte do observatório onde havia uma porta no fundo da sala, mas
que estava fechada com uma placa escrito: Apenas para funcionários.
– Ei, não podemos entrar aí.
– Eu tenho a chave – Ariel falou já abrindo a porta e o chamando para
dentro.
Era uma sala redonda com um céu estrelado projetado em 360° como a
outra, mas que tinha todas as constelações do Zodíaco e uma estátua da Musa da
Astronomia em Evidência no centro.
– O que seria isso? – Akin foi chegando perto da estátua para ler a
descrição na placa logo em baixo.
– Uma vez meu pai me mostrou isso aqui dizendo que era um Santuário.
– “Urânia, Doação realizada pela Ars Magna em Honra a grande musa da
Astronomia e Intelecto” – Leu Akin em voz alta.
– Sim, é a sociedade que meu pai faz parte. – A Ariel confessou.
– Fiquei sabendo – falou Akin distraído.
– Como assim?
– Eu também faço parte da Ars Magna – Admitiu Akin, percebendo que não
havia mais como mentir, depois que já havia dito.
– Uau, meu pai nunca fala sobre ela, pode me falar sobre? – Ariel falou
encostando nele, mas deixou a pequena bolsa que carregava seus documentos cair
quando ao se aproximar esbarrou na estátua.
– Deixa que eu pego… – Os dois abaixaram juntos para pegar.
Ao levantarem ficaram muito próximos um do outro, próximos demais… Akin
conseguia sentir o cheiro do perfume dela, e Ariel conseguia ver as estrelas
sendo refletidas nos olhos escuros do Akin, já haviam se desconectado do tempo,
naquele momento só havia eles dois, foram se aproximando lentamente, e tocaram
seus lábios com certa delicadeza pela intimidade recém construída, o clima
gerado pela ótima tarde que tiveram juntos tornou o momento mágico, o beijo
continuou e foi fazendo o coração do casal palpitar, a mão de Akin já estava em
sua cintura, e ela o abraçava com os dois braços em sua nuca.
– Me beijou para não falar sobre a Sociedade? Quanta coragem. – Ariel
falou sorrindo quando seus lábios se afastaram.
– Sabe que não foi por isso. – Akin sorriu, afastando-se lentamente,
enquanto entregava-a a bolsa. – Geralmente fazemos pesquisas e atividades
filantrópicas, mas eu por enquanto só estudo e faço algumas atividades. –
Tentou resumir para não dar muitos detalhes.
– Dessa parte eu sei, achei que daria mais detalhes.
– Sabe que não posso – ele falou rindo sem jeito e coçando a cabeça –
Mas acho que pode acabar entrando se você se esforçar, ou pedir pro seu pai.
– Não sei… ele tenta me manter um pouco distante desses assuntos, mas eu
realmente gostaria, esse clima de mistério é excitante. – Ariel olhou-o com um
olhar flamejante que o fez lembrar da Thainá.
Um funcionário do museu entrou ao notar a porta aberta.
– O que estão fazendo aqui? Essa área é restrita.
– Desculpe Sr. nós já estamos de saída – Arriscou Ariel, com um olhar
simpático para o funcionário.
– Bom, saiam logo para eu não me complicar, não mexeram em nada, não é?
– Não, boa noite! – Akin se despediu fechando a porta logo atrás.
– Essa foi por pouco, meu pai não pode saber que estive aqui. – Ariel
falou rindo.
– É melhor irmos então. –
– Você se importa de não comentar sobre o que aconteceu hoje?
– Pode ficar tranquila, não ia fazer bem nem pra mim, nem para você.
Ariel consentiu, mas dava para notar uma certa tristeza no seu olhar.
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