sábado, 5 de julho de 2025

Capítulo 44 - Sentimentos antigos

 

Capítulo 44 - Sentimentos antigos

 Era uma Sexta-feira com uma tarde ensolarada, Akin e Ariel se encontraram em frente ao museu como haviam combinado, curiosamente havia um Sarau temático marcado para o mesmo dia, como dizia num cartaz na entrada, era uma estrutura imponente, feita de mármore, assim que entraram se depararam com um salão enorme e seguindo em frente havia um corredor que dava acesso à várias salas,  totalizando 6 no total, 3 de cada lado, o primeiro salão antes do corredor era dividido em 3 cômodos, no fim do corredor havia uma porta que parecia ser de um escritório, toda entalhada com estrelas e planetas.

– Podemos parar aqui um pouco pra ver o sarau não acha? – Ariel falou puxando Akin pelo braço para a área que ficava à direita do salão, onde havia um círculo de pessoas observando uma mulher no meio recitando uma poesia.

– O que é isso?

– Só observe

Uma das pessoas que estavam no círculo foi ao centro substituindo a mulher que acabara de sair e começou a recitar outra poesia.

– Funciona assim, você escolhe a poesia que mais gosta, em verso ou em prosa, vai ao centro do círculo e faz uma interpretação dela. – Ariel explicou.

Esse Sarau era temático, e todos os poemas eram relacionados a Astronomia, Ariel puxou Akin para a beira do círculo para verem mais de perto.

– Você conhece algum?

– Até que sim, mas… – Ela puxou Akin para frente dela e o empurrou para o centro assim que a poesia acabou.

– Bem, eu não estava esperando… – Olhou para Ariel que fazia gestos e falava baixo “Vai declama logo, não enrola”

Brilhando imponente a sua espera
 No dia marcado do encontro
 Ela aparece bem singela
 E visível vai ficando

O dia aos poucos vira noite
 Mas apenas por um instante
 Assim se revela a ponte
 Eis a Forma em sua Fonte”

 – Uaaau, que lindo, de quem é? – Ariel falou assim que ele saiu do círculo

– Não é de ninguém conhecido, uma amiga me mostrou – omitiu Akin, que só recitou porque passou dias lendo para entender melhor o enigma.

– Gostei da forma que o Eclipse é retratado, o Sol e a Lua como um casal e também como mostra a sensibilidade e brevidade que esse momento especial representa, só não entendi que forma e que fonte é essa.  – Ariel falou.

Akin ficou assustado com os níveis de detalhes que ela acertou.

– Mas como você sabe?

– Ué, é um sarau temático e você escolheu esse, só fiz associar, você foi muito bem, agora vamos, preciso te mostrar o resto do museu.

Eles caminharam pelos corredores, havia uma sala com algumas amostras de experimentos científicos de cientistas como Nicolas Tesla e Thomas Edison.
 Em outra sala de Paleontologia, vários fósseis, amostras de dinossauros e representações de animais pré históricos, na terceira ala havia uma sala voltada exclusivamente para astronomia, havia réplicas de satélites e suas respectivas missões no espaço, réplicas dos primeiros telescópios, havia também modelos mais recentes e sofisticados, havia uma ala com o céu estrelado projetado em 360º onde dava para ver várias galáxias e estrelas quando iam entrar na ala que havia um telescópio que dava para observar o céu a Letícia apareceu. Vestia uma roupa social, de cabelo castanho, estava com uma pasta de documentos na mão, usando óculos, tinha pele marrom claro.


– Oi querido, não vai me apresentar sua amiga?

– Oi mãe, essa é a Ariel, essa é a minha mãe, Letícia.

– Olá, Sra. Letícia, o seu filho é uma pessoa incrível, um pouco chato às vezes, mas é muito gentil.

– Obrigado – Letícia olhou para ela surpresa e ao mesmo tempo desconfiada. – Vamos, gostaria de apresentar o Sr.Baron a vocês, falou guiando-os até o escritório.

– Sr. Baron esse é o Akin, e esta é Ariel, sua… Amiga?

– SIM MÃE, minha amiga. – disse e falou para a Ariel, que estava constrangida.

– hahaha, Então esse é o famoso Akin de quem tanto ouço falar. – Disse o Sr. Baron, fazendo a Letícia corar.

– É um carinha bonito, ele parece pouco com você, mas tem um rosto muito familiar.

– Familiar? – Letícia perguntou intrigada.

A porta do escritório abriu, para a surpresa de todos, e Sr. F. entrou, foi andando devagar até a mesa do Baron quando notou a presença de muitas pessoas.

– Você não bateu na porta, meu amigo, estou com visitas.

– Boa tarde, desculpe a intromissão, o assunto é urgente.

– É sobre o envelope?

– Sim.

A Letícia ficou pálida como quem havia visto um fantasma.

– Vamos meninos, vamos deixar o Sr. Baron trabalhar.

Akin estranhou o comportamento da mãe, foi quando lembrou da memória que viu no labirinto, ela conhecia o Sr.F!

– Vocês se conhecem, não é?

– Vocês quem, menino?

– A Senhora e o Sr.F.

– Sr. F?

– Sim, ele é o Diretor do Colégio.

– Olha, vocês dois, vão olhar o restante do museu, eu preciso trabalhar.

Akin ficou muito preocupado com a mãe, porque percebeu que ela estava tremendo ao deixarem eles no corredor, ela foi em direção ao banheiro.

– A senhora está bem? –  Ariel perguntou ao entrar no banheiro e flagrar a Letícia chorando.

– Estou sim – Respondeu, mudando a postura, e limpando rápido as lágrimas.

– Vou buscar um copo d’água. – Ariel saiu preocupada.

– Ele precisa saber, preciso contar que ele tem um filho. – Falou para si mesma se olhando no espelho.

 

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