terça-feira, 11 de novembro de 2025

Desilusão

Eis que surge num cordão encantado

A fresta entreaberta da emanação divina

O espírito se liberta e se faz independente

Desfaz das amarras e some na neblina 


O oriundo choque do real e imaginário

Desilude toda a organização do cosmos

E aquilo que faz de um ser lendário 

Ascende e inflama aos céus, inócuo 


Inabalável, manifesto em tudo, esquiva

Seguindo o caminhar das estações 

Consciente de ter o universo nas mãos

Já migrou para o futuro ao passar da esquina 


Ser pensante, impulso eterno e onipotente

Faz nascer de si todas as coisas presentes

Tem em si toda a imaginação, contente

Baila e brinda a vida, ri de toda falsidade 


Baile de máscaras de máscaras transparentes

Vê através de todas as coisas

Sente em si a vida pulsante

E bebe da eternidade, solta 


E quando todos fizeram silêncio

Dançou num ritmo alegre

A desdenhar do mundo que o ignorou

O sabor de uma vida leve 


As preocupações viraram poeira

A esperança uma mera lembrança 

O futuro repousa numa nota

E no amor que bate na porta

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