sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Capítulo 64 - O Caminho do Averso

 Ao entrar, a senhora os convidou para sentar enquanto preparava um chá, Onirê reparou que era uma casa luxuosa comparado ao resto da cidade, porém de arquitetura simples, ela lembrava alguém que ele conhecia, mas não conseguia se lembrar quem.

- Desculpa perguntar, mas como a senhora se chama? - Perguntou finalmente

- Todos aqui me chamam de Iki. - Falou enquanto servia os chás e se sentava em uma grande poltrona perto da mesa de centro. - Então, jovens, em qual aventura estão metidos?

- Estamos buscando informações sobre os Mariposas. - Quando a Thainá falou, a senhora Iki passou discretamente a mão sobre o peito, como se estivesse conferindo a presença de alguma joia escondida. - A senhora sabe alguma coisa sobre eles?

- Bem, não sei porque tanto incômodo com as coisas que vem acontecendo, as coisas sempre acontecem como tem que acontecer, quer vocês queiram ou não, mesmo quando interferimos, mudamos os caminhos, mas tudo que precisa acontecer, acontecerá.

- Isso não diz muita coisa - Meralk falou inquieto.

- Precisamos saber se há alguma ameaça ao Reino Onírico, não podemos permitir que eles continuem devastando nosso continente. - Onirê concluiu.

- Nem tudo é o que parece ser, e nem tudo que parece ser ser, é.

- O que a senhora quer dizer com isso? - Thainá questionou, já ficando chateada com a Iki.

- Quero dizer que há histórias que não foram contadas e que poucos conhecem, e com isso, quem enxerga apenas de um lado, não vê as coisas com clareza.

- Até parece que a senhora está defendendo as Mariposas. - falou Onirê desconfiado.

- Bem... Meu irmão sempre diz que para realmente entender o mundo, precisamos entender o passado, e porque o passado mostra porque o presente é como é.

- Irmão? - Todos perguntaram juntos.

- Sim, ele desapareceu faz um tempo, mas sempre me deu ótimos conselhos.

- Por acaso ele se chama Zen? - Onirê arriscou.

- Imaginei que você o conheceria, rapaz de nome forte. - Iki falou com um sorriso simpático. - Ele mais do que ninguém sabia que há camadas não vistas em todas as coisas, e para olhos aguçados, as camadas mais profundas são reveladoras.

Algo começou a aquecer dentro do peito do Onirê, uma sensação que ele já conhecia, mas que não tinha gostado, começou a respirar profundamente para aliviar a tensão.

- Então, a senhora tem algo para nos ajudar além dos Enígmas? - Meralk perguntou perdendo a paciência depois de ter engolido o chá inteiro.

- Esperem a chegada da Sankofa, passem uns dias na cidade, a pressa pode estar cegando vocês.

Antes que os colegas falassem algo, o Onirê interpôs:

- Acho uma excelente ideia. - A senhora poderia nos informar algum local para nos abrigar?

- Sim, há uma estalagem aqui perto, mostro vocês onde fica.

Eles continuaram a conversar sobre as aventuras no barco até terminarem o chá, depois a senhora Iki os guiou até a estalagem para se acomodarem enquanto esperavam a Sankofa, a Thainá e o Meralk não haviam gostado nada da ideia, mas decidiu conversar sobre isso mais tarde.

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