Ao entrarem na estalagem, todos foram se acomodar, cada um em suas acomodações, quando o Onirê foi se deitar, algo estranho aconteceu, do espelho que estava na estalagem, apareceu um senhor de roupa branca e cabelos brancos, e o jovem não conseguia acreditar no que estava vendo:
- Olá, faz
muito tempo que não te vejo, como está? – O Zen falou com uma voz tranquila.
- Mas disseram
que você havia desaparecido... – Respondeu surpreso.
- Sim, mas a
vida tem seus mistérios, e precisamos ir – Zen falou agora um pouco mais apressado.
- Ir para onde?
- Preciso lhe
apresentar um local. – Fez um gesto para o espelho, e o mesmo ficou gelatinoso,
pegou na mão do Onirê e o atravessou.
Ele sentiu seu
corpo molhar pela passagem, mas quando atravessou sua pele estava seca, e sua
roupa também.
Chegaram em um
local onde havia uma enorme parede de metal, parecia uma construção monumental,
o muro era realmente muito grande e dos lados parecia não haver fim, e na
frente deles um enorme portão.
- Onde estamos?
- Perguntou
- Acredito que
seja o local que vocês tanto procuram. – Zen falou em um tom assertivo.
- Local que
procuramos? – Quando Onirê olhou atentamente, havia várias Mariposas adornadas
no portal de metal. – Espera como você sabe a localização deles?
- Porque nem
tudo é o que parece, e nem tudo que parece é.
- Ei, eu já ouvi
isso antes, foi a Iki que falou...
- É, é um velho
ditado de família.
- Como assim?
- Somos irmãos,
mas isso não vem ao caso no momento, vamos... – Com mais um gesto com as mãos o
portão se abriu e Onirê o seguiu.
Entraram em um
enorme corredor, e esse corredor havia vários caminhos, Ele já havia visto isso,
era um labirinto, mas esse não era nada colorido, e estava um pouco escuro
devido à altura dos muros.
- Como vamos
saber para onde vamos?
- Quem sabe
para onde vai não tem medo de se perder.
- E se houver
algo no nosso caminho?
- Obstáculos
são apenas obstáculos, não barreiras.
- Okay... –
Onirê respondeu com um olhar irônico.
Eles começaram
a andar enquanto conversavam.
- A muito tempo
atrás, haviam vários planos e os humanos podiam se comunicar com todos eles,
cada povo de sua maneira e cada maneira com uma cultura diferente...
- Entendo, mas
o que isso tem a vê com os Mariposas? Você ainda não falou como conhece esse
lugar.
- Esse Local é
uma passagem para a cidadela de um antigo povo que vivia em um outro plano. –
Zen respondeu calmamente.
- Como assim?
- Um povo muito
antigo e que foi suprimido por outras culturas, e com o tempo foi desaparecendo,
com o tempo outros povos começaram a estudar sobre esse povo, até que
descendentes começaram a resgatar a história dos mesmos, fazendo uma ponte do
seu mundo com o nosso mundo.
- E o que os
Mariposas tem com isso?
- Mariposas é
apenas um termo que deram para algo desconhecido.
- Você está defendendo-os?
- O que
aconteceu no passado não foi culpa da cultura desse povo, e sim uma
convergência.
- Convergência?
- Sim, quando houve
uma união de todos os planos, e todas as culturas começaram a se conversar, vários
mundos e vários planos se tornaram um só, e essa junção foi tão grande que o
mundo quase não suportou.
- E tudo que viemos
fazendo até aqui foi em vão?
- Não exatamente,
há coisas que precisam ser esclarecidas, porém...
Eles já estavam
andando a tanto tempo e o Onirê nem percebeu que já haviam chegado em uma entrada,
assim que entraram ele viu uma moça linda, com tranças louras, pele Negra e
olhos claros – Era a Sankofa -, dançando com espadas na mão, saia de palhas,
junto com vários outros dançarinos vestidos iguais, homens sem camisa, um palco
iluminado por tochas, definitivamente ele estava em outro Reino.
Era um salão enorme, com um público assistindo, parecia se tratar de um ritual de iniciação, ou de passagem, ele já havia estudado sobre isso em alguns livros, mas nunca tinha visto de perto.
- Então... - Onirê perguntou tentando entender o que realmente estava acontecendo...
- Primeiro, você precisa conversar com a Sankofa...
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