sábado, 18 de outubro de 2025

Capítulo 65 – Mestre

 

Ao entrarem na estalagem, todos foram se acomodar, cada um em suas acomodações, quando o Onirê foi se deitar, algo estranho aconteceu, do espelho que estava na estalagem, apareceu um senhor de roupa branca e cabelos brancos, e o jovem não conseguia acreditar no que estava vendo:

- Olá, faz muito tempo que não te vejo, como está? – O Zen falou com uma voz tranquila.

- Mas disseram que você havia desaparecido... – Respondeu surpreso.

- Sim, mas a vida tem seus mistérios, e precisamos ir – Zen falou agora um pouco mais apressado.

- Ir para onde?

- Preciso lhe apresentar um local. – Fez um gesto para o espelho, e o mesmo ficou gelatinoso, pegou na mão do Onirê e o atravessou.

Ele sentiu seu corpo molhar pela passagem, mas quando atravessou sua pele estava seca, e sua roupa também.

Chegaram em um local onde havia uma enorme parede de metal, parecia uma construção monumental, o muro era realmente muito grande e dos lados parecia não haver fim, e na frente deles um enorme portão.

- Onde estamos? - Perguntou

- Acredito que seja o local que vocês tanto procuram. – Zen falou em um tom assertivo.

- Local que procuramos? – Quando Onirê olhou atentamente, havia várias Mariposas adornadas no portal de metal. – Espera como você sabe a localização deles?

- Porque nem tudo é o que parece, e nem tudo que parece é.

- Ei, eu já ouvi isso antes, foi a Iki que falou...

- É, é um velho ditado de família.

- Como assim?

- Somos irmãos, mas isso não vem ao caso no momento, vamos... – Com mais um gesto com as mãos o portão se abriu e Onirê o seguiu.

Entraram em um enorme corredor, e esse corredor havia vários caminhos, Ele já havia visto isso, era um labirinto, mas esse não era nada colorido, e estava um pouco escuro devido à altura dos muros.

- Como vamos saber para onde vamos?

- Quem sabe para onde vai não tem medo de se perder.

- E se houver algo no nosso caminho?

- Obstáculos são apenas obstáculos, não barreiras.

- Okay... – Onirê respondeu com um olhar irônico.

Eles começaram a andar enquanto conversavam.

- A muito tempo atrás, haviam vários planos e os humanos podiam se comunicar com todos eles, cada povo de sua maneira e cada maneira com uma cultura diferente...

- Entendo, mas o que isso tem a vê com os Mariposas? Você ainda não falou como conhece esse lugar.

- Esse Local é uma passagem para a cidadela de um antigo povo que vivia em um outro plano. – Zen respondeu calmamente.

- Como assim?

- Um povo muito antigo e que foi suprimido por outras culturas, e com o tempo foi desaparecendo, com o tempo outros povos começaram a estudar sobre esse povo, até que descendentes começaram a resgatar a história dos mesmos, fazendo uma ponte do seu mundo com o nosso mundo.

- E o que os Mariposas tem com isso?

- Mariposas é apenas um termo que deram para algo desconhecido.

- Você está defendendo-os?

- O que aconteceu no passado não foi culpa da cultura desse povo, e sim uma convergência.

- Convergência?

- Sim, quando houve uma união de todos os planos, e todas as culturas começaram a se conversar, vários mundos e vários planos se tornaram um só, e essa junção foi tão grande que o mundo quase não suportou.

- E tudo que viemos fazendo até aqui foi em vão?

- Não exatamente, há coisas que precisam ser esclarecidas, porém...

Eles já estavam andando a tanto tempo e o Onirê nem percebeu que já haviam chegado em uma entrada, assim que entraram ele viu uma moça linda, com tranças louras, pele Negra e olhos claros – Era a Sankofa -, dançando com espadas na mão, saia de palhas, junto com vários outros dançarinos vestidos iguais, homens sem camisa, um palco iluminado por tochas, definitivamente ele estava em outro Reino.
Era um salão enorme, com um público assistindo, parecia se tratar de um ritual de iniciação, ou de passagem, ele já havia estudado sobre isso em alguns livros, mas nunca tinha visto de perto.

- Então... - Onirê perguntou tentando entender o que realmente estava acontecendo...

- Primeiro, você precisa conversar com a Sankofa...

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