segunda-feira, 24 de março de 2025

Capítulo 02 - Interior

 


Capítulo 02 - Interior

O velho enigmático com quem Akin se encontrou o deixou curioso, resolveu então buscar informações sobre o que de fato havia acontecido, a conversa o fez ver a vida sob uma nova ótica.

Passou muito tempo estudando e realizando pesquisas na biblioteca da cidade e encontrou um livro velho empoeirado e sem nome na capa, resolveu dar uma olhada no conteúdo.

Parecia ter encontrado algo que poderia sanar parte de sua curiosidade, passou horas lendo, o livro falava sobre as diversas formas de se dialogar com interior de um modo sensível como uma forma de autoconhecimento.

Resolveu então ir embora e tentar praticar o que aprendeu, chegou em casa, entrou no quarto, fechou a janela, acendeu uma vela para ficar numa luz baixa e se sentou em posição de meia lótus, deixou os olhos semicerrados para praticar uma das técnicas que havia no livro.

Demorou um tempo pra se acostumar com aquela sensação, as pernas doíam um pouco, mas com o tempo foi se acostumando, depois de alguns minutos teve a sensação de estar caindo no sono quando sentiu seu corpo adormecer e se ver de olhos abertos num local todo branco, não entendia direito o que tinha acontecido, mas sabia que estava tudo bem, ouviu uma voz familiar sussurrando em seu ouvido.

            "Faça"

Então tentou pensar num local confortável, um ambiente seguro, e longe da cidade, foi quando teve a sensação de estar "caindo" para cima, até que quando parou de "cair" -  ou subir - teve a sensação de estar sendo sugado e a cabeça girando e quando finalmente parou, estava em um campo verde, em um grande gramado circular, com uma casa branca de madeira no centro do campo, ao redor dela era cercado de uma mata densa e fechada, um ambiente tranquilo, com muita vegetação, e barulho apenas do vento balançando as árvores.


Quase não acreditava no que estava acontecendo e não entendia o que estava fazendo, mas decidiu apenas explorar. Se aproximou da casa, era simples, porém muito bem feita, havia um hall de entrada, a porta entalhada com uns desenhos estranhos e uma árvore no centro, porém de algum modo muito familiar, pegou na maçaneta e girou, a porta estava aberta, entrou e se deparou com um ambiente um tanto sofisticado demais para um local que parecia estar isolado, havia um sofá branco, uma mesa de centro de vidro, com um girassol num vasinho no centro da mesa, havia um piano em frente ao sofá, em cima do piano na parede havia um espelho retangular na horizontal. Depois do sofá havia uma estante com alguns livros, uma lareira ao lado da estante, e uma janela na direção do sol nascente, mais à frente havia uma escada que dava para um sótão.

Tudo era muito bonito e sofisticado, decidiu explorar o lado de fora, ver o que havia nos limites do campo, foi em direção ao Sol, era cedo ainda, mas conforme se aproximava do mato, percebia o quanto era denso, mesmo assim resolveu entrar.

Conforme ia adentrando à mata, a luz do sol ia ficando mais fraca, e em dado momento conseguia ver muito pouco, foi quando ouviu barulhos de galhos farfalhando e algo muito veloz se aproximava, até que viu um animal se aproximando muito rápido, ao ficar a uns 3 metros de distância parou e o encarou, era um Gorila com olhos amarelos penetrantes que o encarava imóvel, Akin estava paralisado, não queria correr para não dar as costas para o gorila, mas também não queria ficar ali, o animal foi se aproximando bem lentamente, e foi ficando cada vez mais assustado, até que o animal ficou numa distância próximo o suficiente para que o tocar, estendeu a mão, e o gorila abaixou a cabeça em um sinal de respeito, e ao sentir o pelo dele em sua mão, despertou.

Abriu os olhos, estava novamente em seu quarto, ainda assustado, mas muito animado com a experiência, anotou num caderno o resultado do experimento e decidiu tentar novamente, mas com mais cuidado.

 

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