segunda-feira, 28 de julho de 2025
quarta-feira, 23 de julho de 2025
segunda-feira, 21 de julho de 2025
Capítulo 52 – Infância do Orfeu
sábado, 19 de julho de 2025
quinta-feira, 17 de julho de 2025
Capítulo 50 – Uma Travessia Reveladora
Capítulo 50 – Uma Travessia Reveladora
- Você precisa se concentrar mais ao golpear, você não precisa por força nas mãos, segure firme a espada, mas foque na respiração e deixe a mão leve, para você sentir para onde ela está indo, mas com firmeza o suficiente para ela não sair da sua mão, assim! – Erick falou mostrando como fazer um golpe com uma precisão melhor.
- Certo!
Magno e Onirê treinavam com bastante intensidade, de fora do dojo dava para ouvir as Shinai batendo uma na outra de tamanha intensidade.
- Vocês melhoraram bastante, mas ainda tem muito a aprender.
- O senhor pode me dar algumas dicas de como meditar melhor?
Erick olhou para o Onirê, surpreso.
- O senhor sabe, eu vi que estava fazendo na primeira vez que estive aqui.
- Certo, eu sei, mas vocês teriam que passar a noite aqui para uma experiencia completa.
- Não seria problema, só preciso avisar minha mãe
- Também vou ficar – Magno interrompeu. – Preciso melhorar muito, fazer isso apenas desenhando me atrapalha um pouco.
- Certo.
Depois de avisarem seus responsáveis eles seguiram as orientações do Erick.
- Seguinte, vocês podem fazer a meditação, em pé, sentado ou deitado, mas cada uma serve para uma função diferente, nesse caso, para uma experiência melhor, mais demorada é melhor deitar.
- Certo.
Os dois deitaram cada um em seu saco de dormir.
O Erick se levantou, deixou o dojo em meia luz, acendeu o incenso quase sem cheiro.
- Respirem devagar pelo nariz, levem o ar até a barriga depois encham os pulmões e deixe o ar sair devagar pela boca.
- Estou com um pouco de dificuldade – Respondeu o Magno
- Tenta fazer devagar, Magno.
- Se concentrem mais e falem menos.
Onirê depois de um tempo concentrado começou a cair no sono, até que começou a ter uma sensação de estar flutuando e passou a ver o seu corpo, e o magno deitado e o Erick, sentado, também meditando, ao redor do magno havia uma aura verde emanando do seu corpo, e algumas formas geométricas se formando ao redor da cabeça dele, foi sentindo o seu corpo subir até estar passeando pelo universo novamente.
Tentou encontrar o continente de Tekohá mas foi levado até a ilha do Zen, a Thainá o esperava em frente a porta da casa.
- Temos que viajar, você está atrasado.
- Viajar?
- Sim, tenho que te mostrar a cidade, os anciões te aguardam.
- E como vamos para lá?
- De barco.
- Barco?
- Sim, vamos. – Thainá pegou a bolsa que estava já pronta para partir e foi o guiando para a árvore dos ventos.
Falcon Sobrevoava a Região quando desceu já assumindo a forma humana de imediato.
- Onde pensam que vão?
- Tenho ordem direta dos Anciãos para levar o Onirê para a Cidade
- Então ele foi aceito. – Falcon o olhou de cima a baixo.
- Acredite, ele não é o que parece. – Thainá deu de ombros e passou por ele irritada. – Vamos.
- Demora muito para chegar até lá? – Onirê perguntou conforme se aproximavam do barco.
- Com uma tripulação maior seria mais rápido, e também depende do vento, mas costuma levar em torno de 3 a 6 horas.
- É tão longe assim?
- Acredite, é perto até demais, mas a ilha fica escondida, há uma névoa que cobre ela inteira, não dá para ver de fora, ninguém além do Zen teve coragem de vir aqui.
- E como a Ars Magna descobriu?
- O Zen fez uma chave para ter acesso imediato, mas os Anciões deixaram o Falcon como guardião das únicas entradas da ilha, ou seja, nada entra ou sai da ilha sem que ele veja, só você.
- Entendi, então agora partimos?
- Você vai me ajudar com o barco, fica de olho nas velas, e faz o que eu mando.
- Como você aprendeu a velejar?
- Eu tive que aprender um pouco de cada Linhagem para poder acompanhar o Zen.
- Linhagem?
- Sim, vamos pôr o barco em movimento que lhe explico melhor no caminho.
Eles colocaram as velas do barco posicionadas, guardaram os mantimentos que a Thainá preparou para a viagem, puxaram o barco para o mar, e empurraram o barco até que o vento pudesse pôr o barco em movimento.
- Agora vamos para a Cidade de Cristal.
- Cidade de Cristal? Porque tem esse nome?
- Quando chegar lá, você vai entender, você precisa saber primeiro como ela funciona.
- É sobre os anciões que você falou?
- Mais ou menos, a cidade não é governada por reis, ela é dividida em linhagens.
- Linhagens?
- Sim, cada família é responsável por uma função dentro da sociedade.
- E como isso funciona – Onirê estava muito curioso, porque nunca tinha visto em uma organização feita dessa forma.
- Existem 10 linhagens e quando o membro da família chega aos 16 anos, ele é indicado a escolher se vai participar ativamente ou passivamente do Clã, quando ativamente ele vai para o castelo para ser treinado, quando passivamente ele fica na cidade ajudando os moradores, velhos e crianças nas atividades cotidianas.
- E o que fazem cada linhagem?
- Elas são
divididas em:
Linhagem de Navegantes
Linhagem de Pescadores
Linhagem de Caçadores
Linhagem de Guerreiros
Linhagem de Sacerdotes
Linhagem de Pesquisadores
Linhagem de Médicos
Linhagem de Cozinheiros
Linhagem de Exploradores
- Isso significa que quando você nasce em uma família você não pode praticar outra coisa, além daquela que você nasceu?
- Não, você pode mudar, mas para isso você tem que escolher participar ativamente do Clã e enviar uma solicitação para alterar o seu ofício. – Segura firme.
Uma onda passou e balançou o barco de forma abrupta.
- Então se você escolher participar de forma passiva?
- Aí sua família vai te ensinar o ofício da sua casa, e você aprende a fazer com excelência para ajudar a cidade.
- Entendi, mas qual a diferença de você participar de forma ativa, só mudar de ofício?
- Não, dentro do clã, os ofícios são compartilhados, e você pode se especializar mais ainda tendo acesso a magia, e também ganha um treinamento especial da linhagem de Exploradores para você poder explorar o continente sem maiores problemas.
- Sim, mas quem decide as coisas?
- Aí que entra os Anciões, cada Família escolhe um dos seus Líderes mais velhos que fazem parte do Clã para poder representar a Casa.
- Sim, mas o que os anciões falam vale para toda a família?
- Não, cada ancião é responsável por representar sua família, mas todo mundo conversa entre si, a escolha dos anciões é só por não poder ir todo mundo para o Castelo onde fica a sede do Clã.
- E porque não podem?
- Porque é lá que ficam as tecnologias mais avançadas e também mais perigosas, não dá pra deixar todo mundo ter acesso para evitar acidentes.
- Entendi, então é uma sociedade bem organizada.
- Tem lá seus problemas, mas sempre que surge organizamos uma reunião e tentamos resolver da melhor forma.
- E você faz parte da linhagem dos Guerreiros?
- Sim, mas como eu falei, escolhi seguir o Zen e para isso tive que aprender todos os ofícios. – Thainá deu uma pausa, veja só, estamos chegando.
- Uau!
Onirê conseguia ver ao longe algo parecido com um grande campo de força protegendo toda a cidade da neve que caía em toda a região.
- O que é aquilo?
- É uma barreira criada para proteger o ecossistema do Frio extremo.
- É lindo. – Respondeu admirado
- Sim, é alimentada por cristais, depois te mostro.
terça-feira, 15 de julho de 2025
Capítulo 49 – O Reino Onírico
Capítulo 49 – O Reino Onírico
– Ei, você não vai namorar com ela, preciso voltar para casa – Sr.F. respondeu rindo, montou na moto e acelerou em direção ao centro da cidade. – Até logo, depois venho aqui para beber com vocês.
Bruna estava obcecada procurando o motivo de tanto alvoroço nos fóruns, depois de muito tempo pesquisando e falando com seus contatos, ela descobriu um código fonte para encontrar o endereço das Mariposas, ela passou muito tempo tentando invadir o banco de dados até conseguir uma linha de código que desse o acesso até os registros de atividades da rede, foi muito trabalhoso entrar sem conseguir deixar rastros, porque havia uma defesa muito grande no sistema de segurança, mesmo assim por ser apaixonada por programação desde criança ela conseguiu burlar a barreira.
“Porque será que eles reforçaram tanto a segurança disso aqui? Parece apenas registros de programação de uma Sandbox.”
Passou mais alguns minutos estudando as linhas de código até ver uma frase estranha no meio das linhas de código “Acesso ao Reino Onírico”.
“O que é isso aqui?” – Pensou antes de acessar o arquivo.
Ao abrir o arquivo ela se deparou com uma linha de programação semelhante ao de Realidade Virtual, só que muito mais avançado e muito mais complicado do que tudo que ela havia visto até então, e ao abrir os registros de programação do arquivo, parecia uma linha de código infinita, um servidor pequeno não daria conta disso.
“Parece que estou num lugar que não é uma simples construção de um software, é algo muito maior”
– Ei, Bruna.
– OI! – Respondeu rápido, tomando um susto e fechando o notebook.
– O que foi isso? – Onirê perguntou rindo.
– Nada, eu vi uma coisa muito incrível, ao mesmo tempo muito assustadora, aí me assustei quando você falou comigo.
– O que foi?
– Você não iria entender.
– Tente me explicar... – Onirê insistiu.
– Assim, eu consegui achar o lugar dos Mariposas, ao menos no virtual.
– E o que você encontrou?
– Eu encontrei umas linhas de código, deixa eu te mostrar... – Mostrou para o Onirê explicando tudo que uma pessoa leiga consegue entender.
Ele lembrou da experiência que teve quando bebeu com ela.
– Ei Bruna, por acaso teria como ver se tem alguma coisa relacionado a cores aí?
– Não é um lugar que eu possa ficar muito tempo.
– Porque?
– Porque o sistema de segurança dispara um sinal quando você fica muito tempo na rede, aí é necessário ter cuidado para não ser detectado.
– Saquei, mas é só para dar uma olhada aí você sai novamente.
– Tá bom. – Começou a tentar entrar no sistema novamente, conseguiu ver as linhas das cores e mostrou para o Onirê.
– É isso.
– Isso o que? – Bruna perguntou sem entender como o Onirê sabia.
– Você não entenderia.
– Agora você tente me explicar.
Onirê começou a explicar a Bruna sobre as viagens que fazia e o mundo virtual que ele conseguia acessar às vezes.
– WOW, VC TA ME DIZENDO QUE VOCÊ CONSEGUE ACESSAR O MUNDO VIRTUAL?
– Mais ou menos, não é como se eu tivesse num site, é como se eu tivesse caminhando por lá e interagindo com o ambiente e com as máquinas.
– Como assim Máquinas.
Ele começou a descrever os seres robóticos que ele havia visto e brigado nas vezes que ele conseguiu acessar.
– Você precisa me explicar melhor sobre isso.
– Mas é só isso, não sei exatamente o que é, mas tem mais uma coisa.
– Que coisa?
– Olha, já que você é bastante discreta com esses lances de Hacker aí, acho que não tem problema te contar e também acho que vou precisar de você.
– Como assim precisar de mim?
– Esse Reino Onírico é um reino que existe em outro Planeta.
– OUTRO PLANETA?
Onirê começou a explicar sobre a história que conhecia sobre o Reino Onírico e todo o trabalho que ele estava tendo desde que conheceu o Zen.
– Calma, é muita informação até pra mim, Onirê, você tá me dizendo que é a Encarnação de um Espírito Guardião de outro Planeta?
– É mais ou menos isso.
– Mas como eu posso te ajudar?
– É que meus poderes ainda não estão completos, preciso passar por alguns treinamentos, mas eu preciso ter acesso aos Mariposas, para poder ao menos saber quem são.
– E você vai brigar com eles?
– Não é o que eu desejo, só preciso arrumar uma forma deles pararem com a exploração predatória de Tekohá, senão o continente vai acabar sendo devastado.
– Com certeza eu vou te ajudar, nossa, porque não me falou disso antes?
– Por conta da Ars Magna.
– O que é isso?
– É a sociedade que eu faço parte e o Magno está treinando para entrar.
– E porque não me contaram isso?
– Porque é delicado, você pode ficar em risco.
– ONIRÊ, OLHA O QUE EU FAÇO, VOCÊ ACHA QUE EU LIGO PARA ISSO?
– Ela falou ficando em pé e apontando para o notebook. Todo mundo ao redor olhou para eles dois.
– Você pode falar mais baixo?
– Desculpa, não aguentei, você me deu muitas informações, e eu agora to muito afim de saber como isso funciona.
– Acabei de ter uma ideia.
– Qual?
– Depois conversamos melhor, tenho que falar com o Magno, e por falar nisso, evita falar sobre isso aqui no colégio.
– Tranquilo.
Onirê foi buscar o Magno para o treinamento e enquanto pensava em como a Bruna poderia o ajudar. “Talvez ela pode ser uma boa integrante da Ars Magna, não temos bons programadores, e ela com o talento que tem pode nos ajudar tanto como fez agora, quanto para nos defendermos”
domingo, 13 de julho de 2025
Capítulo 48 - Agitação no Colégio
Capítulo 48 - Agitação no Colégio
As aulas estavam muito agitadas, havendo muito burburinhos por conta de um acontecimento inédito até então, a Ariel não tinha ido ao colégio, Onirê havia combinado de não se falarem muito no colégio, mesmo assim ele estava preocupado, ela realmente não era de faltar.
– Ei Gabriel, porque sabe porque a Ariel não veio hoje?
– O que tem ela? – Ele respondeu avaliando, o Onirê de cima a baixo.
– Perguntei se você sabe porque ela não veio hoje. – Onirê olhou diretamente em seus olhos, sem se intimidar.
– Calma aí gente – Melissa afastou a confusão – Ela está no hospital, parece que o pai dela se acidentou.
– O Ricardo? – perguntou assustado.
– Sim, parece que ele estava saindo de uma loja de antiguidades.
– Tudo bem, obrigado Melissa. – Saiu dando uma última olhada para Gabriel, que parecia muito irritado.
– O que foi que o Gabriel queria contigo? – Okedirá perguntou preocupado quando Onirê voltou pra mesa dele.
– Nada, eu que fui perguntar onde a Ariel estava.
– E aí? – A Bruna perguntou, querendo se inteirar.
– O pai dela está no Hospital, parece que se acidentou, ela está o fazendo companhia – contou analisando a situação.
– Hoje temos treino, não é? – Sim, Erick tem pegado pesado desde da última vez que saímos sem avisar.
– É bom que assim aprendemos mais rápido – Onirê respondeu em tom desafiador.
– Antes de ir ao Dojo vamos passar no teatro para falar com o Sr.F.
Os garotos entraram no teatro, mas o local estava vazio.
– Então Magno, onde ele pode estar agora?
– Agora eu não faço ideia, vamos para o treinamento, já estamos atrasados.
Enquanto isso em um local distante em um dos becos, próximo ao centro da cidade, o Sr.F. descia da sua moto Harley Davidson prateada.
– Ei cara, a quanto tempo?
– Onde está o Bill?
– Bem, ele disse que você pode falar comigo.
– Lucas, estou sem tempo, o Bill? – Falou pegando Lucas pela gola da camisa e levantando.
– Calma galera, calma galera – Lucas afastou os gradões barbudos que se aproximaram para defender ele. – Tá bom, entra aí, mas só porque é você, e não me leve a mal, só estou fazendo meu trabalho.
Eles entraram numa sala que ficava atrás do balcão do bar, era um corredor escuro de mais ou menos uns cinco metros, havia apenas uma lâmpada, mas que não iluminava o corredor inteiro, entraram numa sala onde havia um Rapaz com um físico atlético, com cabelo grisalho, com um colete de couro em cima de uma jaqueta jeans, sentado em uma poltrona de couro atrás de uma escrivaninha, bebendo um copo de whisky.
– Bill, o que foi isso?
– Bom dia para você também, garoto.
– Porque o Ricardo está no hospital?
– Você me pediu um favor, e eu concedi o seu favor com uma pequena taxa.
– Eu iria pagar se me pedisse. – Colocou um envelope em cima da escrivaninha.
– Eu estava ocupado e meus funcionários estavam com pressa. – falou enquanto pegava o envelope, abriu e começou a contar as notas.
– Onde está o livro?
– Aqui. – Bill abaixou, abriu um pequeno baú embaixo da escrivaninha, pegou o caderno com a capa de couro e entregou-o ao F.
– Foi grave?
– Ele só recebeu um soco, está no hospital porque é fresco.
– Menos mal.
– Da próxima vez seja mais cauteloso, já falei que não dá para fazer essas coisas sem chamar atenção.
– Seria desconfortável para você se sumisse apenas o caderno, não?
– Olhando por esse lado, você tem razão.
– Pois é, você veio até mim porque confia em mim, então não duvide do que eu faço, agora pode ir embora que eu estou ocupado.
Sr. F. pegou o caderno ainda irritado, mas um pouco aliviado pela situação do Ricardo não ser grave.
– Se você me dissesse que era pra entregar o dinheiro, eu te levaria direto.
– Eu precisava falar com ele.
– Entendo, você tem seus caprichos, e que moto é essa?
– Comprei para vir aqui sem chamar atenção.
– Boa escolha. – Lucas encostou na moto, olhou o motor, deu uma alisada no assento, se aproximou da descarga, já ia tocando quando percebeu que estava quente.
– Ei, você não vai namorar com ela, preciso voltar para casa – Sr.F. respondeu rindo, montou na moto e acelerou em direção ao centro da cidade. – Até logo, depois venho aqui para beber com vocês.
sexta-feira, 11 de julho de 2025
Capítulo 47 - Resolvendo problemas
Capítulo 47 - Resolvendo problemas
A Letícia estava passando em um dos corredores da Sain’t Phillipus e indo direto para a sala da direção quando Onirê a viu passar, mas não deu tempo de se encontrarem, ele já estava indo para a aula e ela já havia entrado na sala.
– Bom dia, alguém pode me informar onde o diretor se encontra?
– Quem gostaria? – A Rayla perguntou a mulher de cabelo castanho que acabara de entrar.
– Me chamo Letícia, sou mãe do Onirê.
– Há algo que gostaria de saber sobre o aluno? O diretor é um homem muito ocupado e é necessário marcar horário para falar uma reunião.
– Tudo bem, obrigada, bom dia! – Falou saindo da sala da direção.
Estava muito chateada por eles terem se visto e ela não ter aproveitado a oportunidade de falar com ele de imediato, mas estava muito abalada para isso, foi para o portão contendo as lágrimas, quando viu passar pelo portão um carro de luxo indo em direção à garagem.
“É ele” - Pensou, e seguiu o carro até a garagem.
Sr. F saiu do carro e deu de cara com ela, ele congelou por um momento.
– Bom dia, a quanto tempo.
– Porque não falou comigo?
– Estou falando com você. – Falou com um sorriso irônico.
– Você sabe do que eu estou falando, naquele dia, no museu. – Estava falando baixo com a cabeça baixa, completamente diferente da postura que costumava ter.
– Cumprimentei todo mundo, e estava bastante ocupado naquela ocasião.
– Precisamos conversar.
– Acredito que sim, quer pôr os assuntos em dia, mas já adianto, se for por conta do seu filho, estou cuidando bem dele.
– Sim, é sobre ele.
– Porque não vamos tomar um café aqui perto.
– Não é necessário, só gostaria de te falar algo que você precisa saber.
– O que é de tão urgente que a fez sair do trabalho para vir aqui?
– Quando você viajou para o exterior, eu estava grávida.
O Sr. F. congelou.
– Tentei entrar em contato com você, mas você sabe minhas condições da época, passei todos esses anos criando ele sozinha, depois de um tempo eu desisti de tentar entrar em contato, não fazia ideia que você estava na cidade, principalmente à frente de um lugar como esses – Falou gesticulando indicando a estrutura do colégio.
– Então o Onirê…
– Sim, ele é seu filho.
Se sentou no capô do carro tentando digerir a situação.
– Me desculpe, eu não fazia ideia, eu era muito novo, e meu pai conseguiu garantir que eu não mantivesse contato com meus amigos daqui, ele queria “Que eu tivesse um futuro brilhante”
– E está de acordo não é “Sr. Fortuna”
– Você não precisa me chamar assim.
– Achei curioso você usar o sobrenome.
– Minha posição exige certa discrição.
– Qual? Diretor de um colégio incrível – Ela falou rindo pela primeira vez
– Antes fosse – Retribuiu o sorriso, descendo do carro e se aproximando um pouco dela. – Seu sorriso continua lindo, parece que não envelheceu nem um ano.
– E você continua esbanjando simpatia né.
– Já que recusou o café, porque não vamos almoçar, conheço um restaurante aqui perto.
– Não precisa, já estou de saída.
– Mas precisamos conversar.
– Eu não quero me meter na sua vida, você sabe disso, só vim lhe informar porque achei justo que você soubesse.
– Vai voltar para almoçar com o marido?
– Eu o criei sozinha e continuo assim. – lançou um olhar fustigante.
– Hm, sem marido então não há problema de duas pessoas solteiras conversarem sobre assuntos pendentes enquanto almoçam.
– E você não mudou nem um pouco, também – Respondeu rindo. – Tá bem, mas apenas almoçar, Sr. F.
– Nada além disso, por favor, entre. – A conduziu até a porta do carro.
Foram em direção ao restaurante, enquanto isso em um local mais afastado da cidade, as mariposas voam em volta de uma luz artificial.
– Já estamos perto da próxima lua cheia, aí poderemos finalmente ter acesso à câmara. – Ricardo falou enquanto mexia em um computador.
– Precisamos deixar tudo pronto até lá, mas com os novos programadores que recrutamos nesse meio tempo não será um problema. – Alex respondeu mexendo em uma máquina próximo ao chão com uma redoma de vidro em cima.
– Mas infelizmente tivemos muitos gastos com essas novas contratações.
– Você sabe que programadores são muitos, mas são poucos que fazem um trabalho decente, e menos ainda os que são discretos o suficiente para não chamar atenção.
– E porque toda essa discrição mesmo, o governo não nos apoia?
– Sim, mas você acha que as empresas de energia que não são filiadas a nós vão gostar de saber que estamos fazendo esse desvio de forma independente.
Ricardo riu.
– Engraçado como você usa palavras bonitas para encobrir o que realmente está fazendo.
– Cautela nunca é demais.
– Então qual dia?
– Próximo final de semana.
– Está muito perto.
– Sabemos, mas como já disse, faltam apenas alguns ajustes. – Tem notícias do Sr. F?
– A Rayla informou que esses dias ele apenas teve algumas reuniões com acionistas, e eu fui chamado para uma reunião da Ars Magna, e por ser emergencial, acredito ser algo sério.
– Não há problema, muito em breve não precisaremos mais deles.
– Mas ainda estou disposto a conseguir a caneta.
– A Karen disse que a Esme tem andado um pouco distante, e a afastou da maioria das atividades dizendo que ela precisava descansar.
– Algo deve ter acontecido para essas movimentações repentinas.
– Vou passar na loja dela ao sair daqui e dar algumas instruções para que ela consiga pegar o artefato, e também pegar o livro de volta.
– Ao menos ela guardou bem esse período, não é?
– Só assim para ela confiar no que estamos fazendo.
Ricardo arrumou suas coisas, saiu do laboratório, foi em direção à garagem e entrou no carro.
O celular do Sr. F. tocou, era uma mensagem, ele parou para ler quando estacionou em frente ao restaurante.
– Você com tanto dinheiro usando um telefone desses? – Letícia zombou do celular One Touch antigo que ele tirou do bolso.
– É da empresa, só serve para ligações e mensagens.
– Pronto, já resolvi, vamos almoçar. – Respondeu a mensagem e saiu do carro.
– Algum problema?
– Nada demais, um cliente insatisfeito.
Ricardo já havia chegado próximo da loja de antiguidades que naquele dia estava cheia de carros em frente, e não havia vagas para estacionar por perto, teve que parar em um local um pouco distante da loja, andou um pouco até ela e entrou na loja.
Outra mensagem chegou para o Sr. F.
– Se precisar sair para resolver o problema não tem problema. – Letícia já o conhecia o suficiente para saber que o assunto era mais sério do que ele estava falando.
– Pronto, já respondi, era o cliente insistindo.
– Trabalha com o que além do colégio?
– Faço uns pequenos investimentos, e ajudo algumas startups. – Respondeu guardando o celular.
O Ricardo saiu com o livro na mão e foi em direção ao carro, a rua estava estranhamente movimentada, foi desviando das pessoas quando se aproximou do carro e tirou as chaves do bolso, foi surpreendido com um soco que o fez cair e desmaiar. Um rapaz de jaqueta de couro preto, pegou as chaves do carro, pegou o livro, entrou no carro dele e sumiu no meio da entrada, dirigindo rapidamente entre os carros.
quarta-feira, 9 de julho de 2025
Capítulo 46 - A DW
Capítulo 46 - A DW
A Sain’t Phillipus não era um colégio comum, ao chegar no ensino médio, os alunos tinham cursos em áreas que desejavam começar a estudar já pensando na universidade, então além das aulas tradicionais, cada aluno tinha aula extras destinadas para suas respectivas áreas de atuação.
– Tem uma mensagem para você – Magno falou entregando um envelope para o Onirê.
– Porque eles não são pessoas comuns que usam o celular? – Falou abrindo o envelope.
– Você sabe o porquê. – Magno falou rabiscando o caderno de desenho.
– Sugiro começar a ir às aulas de informática. – Onirê leu em voz alta a mensagem do Sr.F.
– Acredito que vai ser bem difícil.
– Nem tanto – A Bruna falou com o Notebook aberto escrevendo alguma coisa muito rápido e com fones de ouvidos.
Estavam no pátio conversando enquanto o Okedirá tentava fazer alguns movimentos de Skate.
– O que você está fazendo aí? – Onirê se aproximou para ver a tela do notebook. – Eram várias letras coloridas numa tela preta.
– Estudando umas linhas de códigos.
– Bem legal. – Pode me mostrar como funciona? – aquelas letras, da forma com que estavam organizadas o fez lembrar de um local desagradável, por um momento as formas das letras se embaralharam e formaram um rosto, depois voltaram a ser apenas letras. – Você viu isso?
– Isso o quê? – perguntou Bruna, se assustando.
– Nada, esquece. – Percebeu que ela não iria entender e olhou para o Magno que o encarava preocupado.
Eles começaram a conversar sobre como funcionavam os códigos fontes, a Bruna explicou a diferença básica entre softwares e hardwares, e o básico que ele precisava saber para entender o funcionamento dos computadores.
– No curso você vai ver isso de forma aprofundada, mas acho que já dá para você ter uma noção melhor.
– Porque você tem estado tão concentrada nesses dias?
– Estou estudando para uma prova.
– Não parece ser apenas isso, você costuma ser mais agitada, mas atualmente anda um pouco calada. – Onirê posicionou as peças do xadrez para começar a praticar e o Okedirá sentou.
– Vamos nessa, quero praticar também.
– A internet tem andado estranha ultimamente. – Falou em um tom obscuro.
– Como assim? – Okedirá falou movendo a primeira peça.
– O que vocês sabem sobre internet?
– Que tem muita informação e quando você pesquisa, aparece o que você procurou. – Okedirá respondeu novamente, enquanto Onirê movia em resposta e ouvia a conversa atentamente.
– Isso é o que você e a maioria das pessoas sabem. – A Bruna falou, observando o tabuleiro e tirando os fones de ouvidos. – Mas e se eu dissesse para vocês que os sites de buscas são apenas ilhas e que os sites que vemos são fragmentos, apenas partículas pequenas de um universo quase infinito de informações?
– O que quer dizer com isso? – Onirê perguntou interessado.
– Ei, Magno me empresta a prancheta?
– Para que? – Magno perguntou entregando a prancheta a ela, quando ela pegou, para sua surpresa já havia exatamente o que ela tinha imaginado, um mar mostrando a ponta de um iceberg em cima, e a parte de baixo dele, quase 20x maior do que a ponta. - Mas como você sabia?
– Sabia o que? – blefou magno, disfarçando.
– Enfim não importa – Ela mostrou o desenho aos meninos, interrompendo a partida por um momento – Onirê, o que vemos na web é apenas a pontinha do Iceberg aqui, toda essa parte visível é a parte que dá pra se observar se você for uma pessoa muito estudiosa no assunto e procurar saber muito sobre isso, é chamado de Surface.
– E essa parte toda aí embaixo? Okedirá perguntou muito curioso.
– Aí que está, essa parte é a DeepWeb, uma parte que não dá para acessar através de aplicativos comerciais, ela é dividida em níveis, e quanto mais difícil for para descobrir um site, mais profundo você está nela.
– Isso quer dizer que, quanto mais você procura, mais há para se descobrir? – Onirê falou lembrando de uma informação que escutou no labirinto.
– Sim, é isso, mas geralmente não é muito usual as pessoas usarem a internet além da surface, geralmente é usado por pessoas que não querem ser rastreadas. – Ela respondeu, devolvendo o desenho para o Magno e voltando para o computador.
– E como você sabe disso? – Magno perguntou pegando a prancheta.
– Gosto de entender como as coisas funcionam. – Respondeu com um risinho de canto. – Mas ultimamente os fóruns que eu acompanho tem andado muito movimentado por conta de um grupo que tem recrutado programadores oferecendo muita grana.
– Grupo? – Onirê perguntou curioso.
– Sim – A Bruna mostrou a imagem de uma mariposa na tela do computador.
– Ei, pode me falar mais sobre isso?
– Não agora.
O Alarme tocou e eles voltaram para sala.
“A Bruna sabe sobre os Mariposas” – pensou preocupado.
Depois das aulas, foi para o seu primeiro dia do curso de informática e sentou próximo da Bruna para poderem conversar.
– O que sabe sobre esse grupo?
– Eles são um grupo pouco conhecido na surface, mas atuam de forma bem ativa na DW, trabalham com desenvolvimento de tecnologia avançada e vendem essas tecnologias para o governo.
– Para o governo?
– Shiu, fala baixo, sim…
– E o que você é mesmo para saber dessas coisas?
– Já que agora você vai passar a estudar isso mais a fundo, você precisa saber que é comum as pessoas usarem outros nomes para não ficarem tão vulneráveis, lá você pode me chamar de Ariadne.
– Interessante, pode me mostrar como funciona?
Passaram o resto do curso estudando, a Bruna dando dicas e mostrando como ele poderia se proteger e acessar outros locais da internet de forma segura.
segunda-feira, 7 de julho de 2025
Espera
Capítulo 45 - Proximidade Inesperada
Letícia saiu do banheiro limpando as Lágrimas, e foi em direção a sala do Sr.Baron Decidida em conversar com o Sr.F., bateu na porta do escritório e entrou lentamente, mas assim quem ela procurava já não estava lá.
– Para onde foi a sua visita?
– Ele precisou sair, assim que terminamos de conversar ele foi embora. - Respondeu o Sr.Baron guardando alguns documentos.
– Ah, tudo bem, ele trabalha no Sain’t Phillipus? – perguntou a Letícia tentando não parecer intrometida.
– É o sócio majoritário e diretor, tem interesse no Sr.F. Letícia? – Posso inverter os papéis hoje e dar o recado para você.
– Não precisa, tá tudo bem, se ele é o sócio majoritário, porque ele não escolheu outra pessoa para conduzir o colégio? - Continuou a conversa indo para sua mesa.
– Acho que compartilhamos a mesma ideia de que precisamos ver as coisas funcionando para tomar melhores decisões, e assim, não perder nossos investimentos – Baron respondeu lembrando que o Sr.F. havia dito que havia alguém no museu que ele não queria ver.
– E porque chama ele assim?
– Todos o chamam assim, ele prefere ser discreto, deve ser algum tipo de superstição. – Ele respondeu notando que Letícia havia se perdido em seus pensamentos, ela definitivamente conhecia o seu amigo.
Onirê e Ariel ainda passeavam pelo museu.
– Queria te mostrar uma coisa. – Ariel falou para Onirê em tom confidente.
– O quê? Ainda tem mais coisas pra ver? já passamos por tantos lugares.
– Sim, ainda tem, sendo filha de quem sou, descobri que tem mais algumas áreas que não ficam disponíveis para o público – Foi falando enquanto guiava o Onirê para uma parte do observatório onde havia uma porta no fundo da sala, mas que estava fechada com uma placa escrito: Apenas para funcionários.
– Ei, não podemos entrar aí.
– Eu tenho a chave – Ariel falou já abrindo a porta e o chamando para dentro.
Era uma sala redonda com um céu estrelado projetado em 360° como a outra, mas que tinha todas as constelações do Zodíaco e uma estátua da Musa da Astronomia em Evidência no centro.
– O que seria isso? – Onirê foi chegando perto da estátua para ler a descrição na placa logo em baixo.
– Uma vez meu pai me mostrou isso aqui dizendo que era um Santuário.
– “Urânia, Doação realizada pela Ars Magna em Honra a grande musa da Astronomia e Intelecto” – Leu Onirê em voz alta.
– Sim, é a sociedade que meu pai faz parte. – A Ariel confessou.
– Fiquei sabendo – falou Onirê distraído.
– Como assim?
– Eu também faço parte da Ars Magna – Admitiu Onirê, percebendo que não havia mais como mentir, depois que já havia dito.
– Uau, meu pai nunca fala sobre ela, pode me falar sobre? – Ariel falou encostando nele, mas deixou a pequena bolsa que carregava seus documentos cair quando ao se aproximar esbarrou na estátua.
– Deixa que eu pego… – Os dois abaixaram juntos para pegar.
Ao levantarem ficaram muito próximos um do outro, próximos demais… Onirê conseguia sentir o cheiro do perfume dela, e Ariel conseguia ver as estrelas sendo refletidas nos olhos escuros do Onirê, já haviam se desconectado do tempo, naquele momento só havia eles dois, foram se aproximando lentamente, e tocaram seus lábios com certa delicadeza pela intimidade recém construída, o clima gerado pela ótima tarde que tiveram juntos tornou o momento mágico, o beijo continuou e foi fazendo o coração do casal palpitar, a mão de Onirê já estava em sua cintura, e ela o abraçava com os dois braços em sua nuca.
– Me beijou para não falar sobre a Sociedade? Quanta coragem. – Ariel falou sorrindo quando seus lábios se afastaram.
– Sabe que não foi por isso. – Onirê sorriu, afastando-se lentamente, enquanto entregava-a a bolsa. – Geralmente fazemos pesquisas e atividades filantrópicas, mas eu por enquanto só estudo e faço algumas atividades. – Tentou resumir para não dar muitos detalhes.
– Dessa parte eu sei, achei que daria mais detalhes.
– Sabe que não posso – ele falou rindo sem jeito e coçando a cabeça – Mas acho que pode acabar entrando se você se esforçar, ou pedir pro seu pai.
– Não sei… ele tenta me manter um pouco distante desses assuntos, mas eu realmente gostaria, esse clima de mistério é excitante. – Ariel olhou-o com um olhar flamejante que o fez lembrar da Thainá.
Um funcionário do museu entrou ao notar a porta aberta.
– O que estão fazendo aqui? Essa área é restrita.
– Desculpe Sr. nós já estamos de saída – Arriscou Ariel, com um olhar simpático para o funcionário.
– Bom, saiam logo para eu não me complicar, não mexeram em nada, não é?
– Não, boa noite! – se despediu fechando a porta logo atrás.
– Essa foi por pouco, meu pai não pode saber que estive aqui. – Ariel falou rindo.
– É melhor irmos então. –
– Você se importa de não comentar sobre o que aconteceu hoje?
– Pode ficar tranquila, não ia fazer bem nem pra mim, nem para você.
Ariel consentiu, mas dava para notar uma certa tristeza no seu olhar.
sábado, 5 de julho de 2025
Capítulo 44 - Sentimentos antigos
Capítulo 44 - Sentimentos antigos
Era uma Sexta-feira com uma tarde ensolarada, Onirê e Ariel se encontraram em frente ao museu como haviam combinado, curiosamente havia um Sarau temático marcado para o mesmo dia, como dizia num cartaz na entrada, era uma estrutura imponente, feita de mármore, assim que entraram se depararam com um salão enorme e seguindo em frente havia um corredor que dava acesso à várias salas, totalizando 6 no total, 3 de cada lado, o primeiro salão antes do corredor era dividido em 3 cômodos, no fim do corredor havia uma porta que parecia ser de um escritório, toda entalhada com estrelas e planetas.
– Podemos parar aqui um pouco pra ver o sarau não acha? – Ariel falou puxando Onirê pelo braço para a área que ficava à direita do salão, onde havia um círculo de pessoas observando uma mulher no meio recitando uma poesia.
– O que é isso?
– Só observe
Uma das pessoas que estavam no círculo foi ao centro substituindo a mulher que acabara de sair e começou a recitar outra poesia.
– Funciona assim, você escolhe a poesia que mais gosta, em verso ou em prosa, vai ao centro do círculo e faz uma interpretação dela. – Ariel explicou.
Esse Sarau era temático, e todos os poemas eram relacionados a Astronomia, Ariel puxou Onirê para a beira do círculo para verem mais de perto.
– Você conhece algum?
– Até que sim, mas… – Ela puxou Onirê para frente dela e o empurrou para o centro assim que a poesia acabou.
– Bem, eu não estava esperando… – Olhou para Ariel que fazia gestos e falava baixo “Vai declama logo, não enrola”
“Brilhando
imponente a sua espera
No dia marcado do encontro
Ela aparece bem singela
E visível vai ficando
O dia aos poucos vira noite
Mas apenas por um instante
Assim se revela a ponte
Eis a Forma em sua Fonte”
– Uaaau, que lindo, de quem é? – Ariel falou assim que ele saiu do círculo
– Não é de ninguém conhecido, uma amiga me mostrou – omitiu Onirê, que só recitou porque passou dias lendo para entender melhor o enigma.
– Gostei da forma que o Eclipse é retratado, o Sol e a Lua como um casal e também como mostra a sensibilidade e brevidade que esse momento especial representa, só não entendi que forma e que fonte é essa. – Ariel falou.
Onirê ficou assustado com os níveis de detalhes que ela acertou.
– Mas como você sabe?
– Ué, é um sarau temático e você escolheu esse, só fiz associar, você foi muito bem, agora vamos, preciso te mostrar o resto do museu.
Eles caminharam pelos
corredores, havia uma sala com algumas amostras de experimentos científicos de cientistas
como Nicolas Tesla e Thomas Edison.
Em outra sala de Paleontologia, vários
fósseis, amostras de dinossauros e representações de animais pré históricos, na
terceira ala havia uma sala voltada exclusivamente para astronomia, havia
réplicas de satélites e suas respectivas missões no espaço, réplicas dos
primeiros telescópios, havia também modelos mais recentes e sofisticados, havia
uma ala com o céu estrelado projetado em 360º onde dava para ver várias
galáxias e estrelas quando iam entrar na ala que havia um telescópio que dava
para observar o céu a Letícia apareceu. Vestia uma roupa social, de cabelo
castanho, estava com uma pasta de documentos na mão, usando óculos, tinha pele
marrom claro.
– Oi querido, não vai me apresentar sua amiga?
– Oi mãe, essa é a Ariel, essa é a minha mãe, Letícia.
– Olá, Sra. Letícia, o seu filho é uma pessoa incrível, um pouco chato às vezes, mas é muito gentil.
– Obrigado – Letícia olhou para ela surpresa e ao mesmo tempo desconfiada. – Vamos, gostaria de apresentar o Sr.Baron a vocês, falou guiando-os até o escritório.
– Sr. Baron esse é o Onirê, e esta é Ariel, sua… Amiga?
– SIM MÃE, minha amiga. – disse e falou para a Ariel, que estava constrangida.
– hahaha, Então esse é o famoso Onirê de quem tanto ouço falar. – Disse o Sr. Baron, fazendo a Letícia corar.
– É um carinha bonito, ele parece pouco com você, mas tem um rosto muito familiar.
– Familiar? – Letícia perguntou intrigada.
A porta do escritório abriu, para a surpresa de todos, e Sr. F. entrou, foi andando devagar até a mesa do Baron quando notou a presença de muitas pessoas.
– Você não bateu na porta, meu amigo, estou com visitas.
– Boa tarde, desculpe a intromissão, o assunto é urgente.
– É sobre o envelope?
– Sim.
A Letícia ficou pálida como quem havia visto um fantasma.
– Vamos meninos, vamos deixar o Sr. Baron trabalhar.
Onirê estranhou o comportamento da mãe, foi quando lembrou da memória que viu no labirinto, ela conhecia o Sr.F!
– Vocês se conhecem, não é?
– Vocês quem, menino?
– A Senhora e o Sr.F.
– Sr. F?
– Sim, ele é o Diretor do Colégio.
– Olha, vocês dois, vão olhar o restante do museu, eu preciso trabalhar.
Onirê ficou muito preocupado com a mãe, porque percebeu que ela estava tremendo ao deixarem eles no corredor, ela foi em direção ao banheiro.
– A senhora está bem? – Ariel perguntou ao entrar no banheiro e flagrar a Letícia chorando.
– Estou sim – Respondeu, mudando a postura, e limpando rápido as lágrimas.
– Vou buscar um copo d’água. – Ariel saiu preocupada.
– Ele precisa saber, preciso contar que ele tem um filho. – Falou para si mesma se olhando no espelho.
quinta-feira, 3 de julho de 2025
Capítulo 43 - Emaranhando os inimigos
Capítulo 43 - Emaranhando os
inimigos
A Rotina estava muito
puxada para o Sr.F, estava entrando em contato com os acionistas da Sain’t
Phillipus para convocar uma reunião, na tentativa de retirar o Ricardo da
direção do colégio.
– O que aconteceu para essa mudança repentina? Já havia notado as rusgas, mas sempre elogiou os pensamentos estratégicos para as finanças dele. – Perguntou o Dr. André.





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